Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Zonas 30, encomendadas por Bruxelas

MC, 27.09.11

Como acontece em tantas boas notícias ligadas ao ambiente, à energia e à gestão do território, esta também vem ditada por Bruxelas. O Público conta que os eurodeputados aprovaram uma recomendação às autoridades locais de tornar todas as zonas residenciais em Zonas 30, ou seja de limite de velocidade 30.

Lembro que as Zonas 30 existem há 28 anos na Alemanha, que na Alemanha até há "zonas 7",e que quase todas as zonas residenciais no Norte da Europa já são Zonas 30: são bairros inteiros onde apenas a avenida que o delimita tem limite 50.

Em Portugal ainda há poucas (quando foram introduzidas, lembro-me de um comentário no Público que dizia "só em Portugal é que têm estas ideias brilhantes!", pois...) e tem havido até regressões. Esperemos que o bom exemplo venha... de cima.

 

 

.....................................................

De Curitiba, outrora uma cidade exemplar na América do Sul em termos de transportes, voltam a chegar más notícias. Os Bicicleteiros contam-nos da sua Marcha das 1000 bicicletas pelo respeito pela bicicleta.

Bicicletas em Moçambique

TMC, 22.02.11

O Hugo Mora Jorge, participante na Massa Crítica de Lisboa e radicado em Moçambique há vários anos, enviou-me um pedido de divulgação, ao qual espero poder dar seguimento.

 

 

Trata-se de ajudar ao desenvolvimento dos moçambicanos através do nosso meio de transporte favorito. Saibam mais aqui. O blogue está extremamente bem organizado e é claro. O cartaz seguinte também resume bastante bem como podemos contribuir para este projecto. Doem as bicicletas que puderem, mas que não fiquem sem nenhuma!

 

 

                  (carregar na imagem para a ver maior)


Estrasburgo planeia tornar-se na primeira cidade mundial onde a velocidade máxima é de 30km/h. Ver mais aqui.

Criada maior Zona 30 do mundo

MC, 17.11.10

Esta notícia tinha ficado perdida para meter numa nota de rodapé, mas pensando bem merece mais destaque.

Em 1983, Buxtehude foi a primeira cidade do mundo a ter uma zona 30, um bairro onde todos têm que circular a menos 30 km/h. Em 1992, Graz fez dos 30km/h a regra e dos 50km/h a exceção. Em Londres estima-se que isto tenha reduzido os acidentes rodoviários em mais de 40%.

Há dois meses Bruxelas criou a maior Zona 30 do mundo, 4,6km2. E não foi num local qualquer, foi todo o centro de Bruxelas. A página da iniciativa explica porquê:

  1. Mais segurança, num atropelamento a probabilidade de morte, cai de 45% para 5%.
  2. Distância de travagem passa para metade, de 26m para 13m.
  3. Mais convivialidade, circulação zen, uma cidade mais humana.
  4. Melhor coabitação entre os utilizadores, a este velocidade todos se apercebem dos outros, integrando as bicicletas com os automóveis e protegendo crianças e idosos.
  5. Menos poluição.
  6. Maior fluidez, especialmente nos cruzamentos.
  7. Menos ruído.
  8. Menos trânsito pelo efeito dissuasivo.

 

........................................................................

E uma boa notícia cá da terra, em Funchal é possível agora levar a bicicleta na traseira de alguns autocarros.

Impacte ambiental do carro eléctrico

MC, 20.01.10

A Agência Ambiental Europeia publicou uma análise a vários estudos sobre automóveis eléctricos (resumo aqui). Dados importantes:

 

Entre 1990 e 2006 o sector dos transportes na UE aumentou as suas emissões de Gases de Efeito de Estufa em 35,8%, enquanto todos os outros sectores desceram -13,4% em média. 61% do aumento deveu-se à rodovia.

 

Para o mix energético europeu, o carro eléctrico representa uma poupança de 50% a 65% nas emissões de CO2 por km, havendo mais previsões para o lado dos 50%. É sempre importante lembrar que com preços mais baixos por km haverá um aumento da distância percorrida, e logo a poupança será menor.

 

O documento é muito interessante para quem tiver paciência, eu voltarei a ele nos próximos posts.

 


A ler no Velo Mondial: a introdução de Zonas 30 na Inglaterra levou a uma redução de 41,9% no número de vítimas de acidentes rodoviários.

Quanto custa andar de carro?

MC, 18.12.09

Embora quem ande de automóvel tenha o hábito de reduzir os seus custos ao preço do combustível pago, todos sabemos que isso é apenas uma pequena parte. Há o seguro, o desgaste, a manutenção, a desvalorização do automóvel, etc. e há estimativas deste custo total para todos os gostos.

O Estado tem contudo tabelado as ajudas de custo para deslocações em automóvel privado, e quase todas as empresas seguem esta tabela. A portaria 1553-D/2008 estabelece para 2009 este custo em 0,40€ por km. Este é o valor que o Estado, as empresas e os sindicatos acham justo para compensar uma deslocação de automóvel. Reparem que a existir enviesamento na estimativa, ele seria para baixo porque é quem paga que o determina.

São 120€ de Lisboa ao Porto, 16€ por dia para quem faz Cacém-Lisboa. Pensem nisto na próxima vez que compararem o preço do carro com o dos transportes públicos ou quando dividirem os custos de uma boleia.

 


A ler: Portsmouth tornou-se há um ano a primeira cidade inglesa a tomar os 30km/h de limite como regra e não como excepção. Embora a diferença não tenha sido muita (já havia muitas medidas de acalmia de tráfego e zonas 30), esta mudança reduziu o número de acidentados e de acidentes em 15% e 13% respectivamente.

Imprensa: Zonas 30 e Alterações Climáticas

MC, 10.12.09

Zonas 30

 

O DN diz hoje em manchete que há "15 concelhos vão ter limite de velocidade de 30km/h". Dei um pulo de alegria. 17 anos depois de Graz ter sido a primeira cidade no mundo a declarar os 30km/h como velocidade máxima por regra, sendo 50km/h a excepção, Portugal teria concelhos na mesma situação. A notícia no interior foi depois um anti-climax, afinal estão apenas em causa pequenas zonas 30, ilhas no meio dos 50km/h.

Desilusão à parte, é uma excelente notícia e estes 15 estão de parabéns. Especialmente de parabéns está a CML que transformou há poucos meses uma avenida de atravessamento de trânsito com 4 faixas largas, a Ramalho Ortigão no Bairro Azul, numa rua calma, com apenas 2 faixas estreitas (aumentou o passeio e o estacionamento passou a ser em espinha) e lombas altas. Isto vem a propósito da segunda parte do texto do DN que lembra que não basta decretar Zonas 30, é necessário criar medidas de acalmia de tráfego.


Alterações Climáticas

 

Em tempos da conferência de Copenhaga, vale a pena ler dois textos do famoso jornalista especializado em ambiente George Monbiot, no excelente Guardian, sobre a indústria de negação das alterações climáticas antropogénicas, e onde estão envolvidas petrolíferas e empresas do sector automóvel como a Exxon / Esso, Ford, Shell, Texaco, BP, General Motors, DaimlerChrysler, etc.

No primeiro ele mostra o panorama geral e no segundo dá 4 exemplos muito concretos de como tem havido uma campanha altamente organizada para equivocar o público. A propósito da fuga de emails de há uns dias atrás (onde se percebia que alguns cientistas deturparam os seus estudos a favor da "visão ambientalista") ele diz que isso não chega um décimo do caso menos grave entre as trafulhices da indústria de negação que vieram a público.

Numa conferência onde estive hoje, comparava-se esta negação aos movimentos da indústria tabaqueiras desde os anos 50 a propósito do cancro de pulmão. Exactamente o mesmo comportamento por parte indústria. Claro que isto não prova de que lado está a razão no caso do clima, mas prova que as grandes indústrias são capazes de montar um grande esquema de negação.

Boas notícias

TMC, 14.09.09

Cientes de que o público universitário, pela sua idade e abertura a novos hábitos, é talvez aquele com maior potencial para a adopção generalizada da bicicleta, a Universidade e a Câmara Municipal de Aveiro darão início à apresentação pública do projecto LifeCycle, um Curso com pedalada, no dia 21 de Setembro.

 

 

 


 

Expiação, limpeza da imagem ou descontos fiscais? Não sei. A Fundação Galp Energia e a Agência Portuguesa do Ambiente criaram um concurso de projectos para melhorar a vida na cidade. Curiosamente, estão todos relacionados com limites ao automóvel ou ao favorecimento de modos suaves.

 

Já há quatro finalistas, dos quais um passará à efectivação. Eu já votei. Poderão fazê-lo até às 19h do dia 17 de Setembro. Depois, mesmo que o projecto de Vila Real seja o vencedor, é ir visitá-lo.

 

Até quando?

MC, 14.02.09

Ao ler mais esta excelente crónica da fernanda câncio, e os comentários à crónica onde se repete pela milésima vez o velhinho argumento do "dentro do carro também há uma pessoa", pus-me a pensar sobre quanto tempo é que isto ainda vai demorar. Quanto tempo mais teremos que esperar para que a primazia da "pessoa dentro do carro" sobre a "pessoa fora do carro" acabe. É que não é uma escolha minimamente simétrica, como milhentos posts aqui no blogue mostram. Quanto tempo vai demorar para que passe este fado de país novo-rico, onde o sonho de qualquer um é ter um popó vistoso.
 

Lembrei-me das Zonas 30 (de velocidade máxima dentro da cidade) que teimam a chegar cá. A primeira no mundo terá sido em Buxtehude ao pé de Hamburgo em 1983, há 26 anos! Em 1984 já havia 40km de ruas com limite 30 nesta cidade. Em 1992, há 17 anos, Graz foi a primeira cidade do mundo a fazer do limite 30 a regra e não a excepção.
 

Em Portugal, a CM de Lisboa anunciou há meses a criação de zonas 30 em pequenas zonas para este ano... vamos a ver.


Notícia a ler:
Uma pastora de Melgaço, que tinha um carro, gastou "quase todo" o dinheiro que ganhou no euromilhões para comprar um mercedes. Não comprou uma casa nova, não foi passear, não popou, não aproveitou para melhorar o negócio, não deu à filha, comprou sim um mercedes. Perdão, um Mercedes.

obrigado hugo

Londres quer que 30km/h seja norma e 50km/h a excepção

MC, 15.04.08
Apesar de já haver 400 zonas com 30km/h (ou melhor 20 milhas/h o que significia 32km/h) em Londres, o actual presidente da Câmara veio apresentar um plano para que os 30km/h passem a ser a norma, e os 50km/h (ou melhor 48km/h) a excepção. Com a primeira introdução de zonas 30km/h, o número de crianças assassinadas ou gravemente feridas por automóveis caiu 60%.

Em Lisboa ainda se insiste em colocar o automóvel à frente das pessoas nas prioridades da cidade, e há quem defenda os 80km/h na cidade, ou seja SETE vezes mais de energia cinética e portanto SETE vezes mais de distância de travagem que os 30km/h. Noutra prova de que mais ou menos 10km/h fazem mesmo a diferença, o que em matematiquês se chama comportamento não-linear, a notícia diz que Nine out of 10 pedestrians will be killed if hit by a car travelling at 40mph, but only one in 40 will die if hit at 20mph.

Ils sont fous, ces nordiques!

MC, 27.02.08


Com uma avenida tão larga e tão recta como a da foto, numa zona não-comercial, estes nórdicos decidem impor o limite de 30km/h! Será que não sabem que os carros hoje em dia são mais seguros?

Ou será que eles se preocupem com a sinistralidade, principalmente a dos peões (e não dos gajos dentro da caixa de metal), com as crianças a brincar que podem atravessar a qualquer momento, com a poluição e o ruído provocado num bairro residencial, com o desviar o trânsito desse bairro, com a sensação de segurança de quem está apenas a andar na rua de sua casa?