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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

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Será o mesmo país?

MC, 22.06.08

Depois de ter escrito o último post, fiquei a pensar nele e noutro de há uns dias...

Será que o país que tem dinheiro para construir uma auto-estrada, que vai incluir um túnel de 5,6km, numa zona montanhosa (logo de construção mais cara), num local onde já há uma IP, e no local onde já há uma auto-estrada paralela 20km a norte, é o mesmo que não tem dinheiro para aproveitar a reformulação da sua principal linha ferroviária para levar o comboio ao centro de uma capital de distrito (o que certamente não necessitaria de um túnel daquele tamanho)?

Custa-me a acreditar que seja o mesmo.

Na costa oeste nada de novo

MC, 21.06.08

Apesar da economia crescer a passo de caracol, o forte endividamento da famílias e a subida dos combustíveis, os portugueses não desiludem a indústria automóvel. Segundo a nota de ontem do Banco de Portugal "no período de três meses terminado em Maio, as vendas de veículos ligeiros de passageiros, incluindo todo o terreno, aumentaram 7.7 por cento, em termos homólogos" E no primeiro trimestre já tinha havido um crescimento de 11.7 por cento.

 

Com o fim da era da energia barata (e digo energia, não digo apenas crude) e com o apertar das exigências em termos de eficiência energética devido ao Protocolo de Quioto (e pós-Quioto), o primeiro-ministro português também não desilude. Aponta o carro eléctrico como solução do futuro. Seja lá qual forem as melhorias tecnológicas, o automóvel será sempre o modo de transporte menos eficiente do ponto de vista energético (e logo mais poluidor). Já agora, alguém ouviu alguma palavra sobre a aposta em transportes públicos como solução de futuro? Eu não.

 

A linha ferroviária em Santarém vai ser alterada. Julgava eu que seria uma oportunidade para contrariar a nossa mania de afastar as gares dos centros das cidades, problema que quase mata à partida a possibilidade de o comboio ser uma forte alternativa ao automóvel. Seria uma oportunidade de arrepiar caminho e fazer o que se faz em todos os países europeus (pobres ou ricos), colocar o comboio na cidade. O governo não desiludiu as expectativas, vai colocar a estação a 4 ou 5km do centro da cidade. (Tenho a ideia de ter lido que os autarcas ainda queria a linha mais longe, para lá da auto-estrada).

 

 


Video recomendado: O programa Sociedade Civil há duas semanas foi sobre transportes e ambiente, com o Mário Alves, Francisco Ferreira da Quercus e o presidente do Metro de Lisboa. Para ver na página da Massa Crítica.

Escola Secundária de Santarém promove a bicicleta

MC, 22.03.07
(Notícia apanhada na mailing-list da bicicletada e publicada no Seminário O Mirante)

Cinquenta bicicletas foram postas à disposição dos alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos da Escola Secundária Dr. Ginestal Machado, em Santarém, para que possam ir de bicicleta almoçar a casa e regressar à escola. Fomentar a actividade física saudável e menos poluente e contribuir para uma cidade mais dinâmica, jovem e com maior consciencialização dos automobilistas face aos velocípedes, é o objectivo. O protocolo, designado de “Al-moços sobre rodas”, foi assinado quinta-feira entre a presidente do conselho directivo da escola, Henriqueta Carolo, e a vereadora da Câmara de Santarém, Lígia Batalha (PSD). A autarquia adquiriu as bicicletas.
(...)
Nessa quinta-feira, 50 estudantes, com Henriqueta Carolo e Lígia Batalha à cabeça do pelotão, desfilaram em torno da escola. Já sem as condutoras mais “velhas”, o “pelotão deslocou-se” à câmara para entregar um manifesto pelo ambiente e pela segurança nas estradas. Para Raquel Vieira, acabada de chegar da voltinha pela cidade, a iniciativa tem interesse e até põe a hipótese de passar a ir almoçar a casa de bicicleta, apesar de ser do oitavo ano. “Moro junto ao Modelo e até gostava de experimentar mas penso que devia ser melhor andar individualmente do que em conjunto para haver menos confusão”, opina.

Uma excelente iniciativa que poderia ser seguida por todas as escolas secundárias do país. Claro que a maioria dos estudantes deve ter uma bicicleta em casa que poderia usar, mas partindo a iniciativa da escola e havendo um grupo tão grande de bicicletas, é muito mais fácil quebrar as barreiras psicológicas que ainda existem contra o uso da bicicleta para pequenas deslocações.

Um número para pensar: cinquenta bicicletas todo-o-terreno podem facilmente ser compradas por 50€ cada, ou seja estamos a falar de um investimento de 2500€. Preço de um automóvel barato 10000€.