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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

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Lisboa reganha duas linhas de metro

MC, 20.01.12

 

Depois de várias más notícias sobre os planos do governo para os transportes públicos de Lisboa, uma melhor. O Público diz que vai ser criado um passe único para Lisboa, o que finalmente incluirá a CP (operador público!!) e outros operadores. A CP tem várias linhas ferroviárias dentro de Lisboa, que estão completamente sub-aproveitadas por estarem desintegradas da rede do metro, especialmente em termos de bilhética: têm passes, bilhetes e preços diferentes.

O mapa acima indica o real mapa ferroviário de Lisboa, mas ninguém tem isto na cabeça. Há uma linha que faz Alcântara - Campolide - Sete-Rios - Entrecampos - Areeiro - Chelas - Oriente, onde só se vê passageiros com partida ou destino no subúrbio. Uma linha que cruza a cidade, não é usada para deslocações na cidade, por má gestão. 

Parabéns ao governo se a medida se concretizar.

Quanto à reestruturação das carreiras, concretiza-se o que já se esperava. Depois de um grupo de trabalho ter feito o papel de bad cop, propondo acabar com dezenas de linhas de autocarro e barco, agora o governo aparece como salvador da Pátria, cortando apenas parte. Basta ler a imprensa para ver como muita gente caiu que nem uns patinhos. Não deixa de ser má notícia.

 

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A ler, The Death of the Fringe Suburb no NYT (via), sobre a morte desse expoente máximo da cultura automóvel norte-americana, os subúrbios de baixíssima densidade onde todas as deslocações são feitas de carro.

Mais estações de metro, NÃO.

TMC, 23.06.11

O metropolitano de Lisboa, uma empresa pública com elevados montantes de dívida, anunciou que quer construir mais estações no "miolo" da cidade de Lisboa.

 

Não concordo. Isto não se deve só a sucessivas derrapagens orçamentais na gestão da empresa, ao incómodo causado nos cidadãos pela dimensão dos estaleiros das obras ou ao crónico prolongamento para além dos prazos estabelecidos do tempo de obras. Razões talvez mais do que suficientes em tempo de vacas magras e que traduzem a habitual voracidade de recursos públicos para empresas da capital portuguesa.

O metro é o modo de transporte público mais importante para a cidade de Lisboa; mas tudo é que é demais é em erro. Esta empresa quer provocar a crença na necessidade da sua nova oferta.

 

As estações anunciadas no miolo (são Bento, Santos, Alcântara, Estrela) não têm razão de ser. Por várias razões. O metro não tem de ser a única rede de transportes que pela sua elevada densidade proporcione a garantia de acessibilidade. Ele tem é de ser complementar a outras redes já existentes. É absurdo querer densificar-se tanto a rede de metro, porque a oferta de pontos de embarque não está só a cabo de uma modalidade de transporte público.

 

 

 

Nesta época cabe mais às empresas de transporte a tarefa de articular o que já se tem: metro, comboio, autocarros e eléctricos; escalavrar durante anos os subterrâneos da capital é uma aventura onerosa, exactamente daquelas que tem todas as condições para correr mal. Por custos mais baixos, a bilhética poderia ser simplicada e as estações de comboio urbanas da CP poderiam ser concertadas com o metro num passe e mapa únicos.

 

 

A lógica de densificação de estações de metro no miolo está também, quanto a mim, profundamente errada. O meu pressuposto é que a distância entre as futuras estações será talvez demasiado curta, obrigando a gastos desnecessários;  como no Rossio e na Baixa-Chiado ou nos Restauradores e Martim Moniz, quatro estações bem no centro da cidade e que poderiam ser praticamente todas reduzidas a uma. Esta lógica quer fazer das pessoas deficientes motoras, como se andar a pé durante dez minutos fosse uma condição a ser "melhorada" por mais tecnologia, ao invés de uma capacidade inata a ser estimulada.

 

Outro aspecto desta lógica é o prolongamento e salvaguarda do estatuto privilegiado do modo de transporte à superfície: o automóvel. O seu uso deveria ser o mais limitado possível precisamente no miolo. O metro não faz isso porque não entra numa competição directa com ele pelo mesmo recurso limitado: o espaço. O que deveria ser feito em termos de transportes públicos no miolo de Lisboa, além da já referida articulação, era a adopção de eléctricos de baixa capacidade mas de elevada frequência, como uma ligação entre as Amoreiras e Alcântara, por exemplo, através da Rua de São Bento. Ao entrarem em conflito directo com o automóvel obrigariam os decisores a escolher entre privilegiar apenas um dos dos dois. Claro que aqui já estamos no plano da utopia.

 


A cicloficina dos Anjos está com uma saúde incrível. De frequência semanal, tem tido uma elevada afluência e ajudado a dinamizar a comunidade de utilizadores de bicicleta de Lisboa. Como participante activo, recomendo uma visita ao respectivo blogue e facebook!

 

Não esquecer também que nesta sexta-feira há outra Massa Crítica, no Sábado o evento CycleChic repete-se e no Domingo temos a primeira World Naked Bike Parade em Portugal!

Bater com a porta (x2)

TMC, 17.12.10

Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra demitiu-se. A razão foi, entre outras, o cancelamento do projecto do metropolitano do Mondego. Está "farto" (com áudio) dos bloqueios do governo a vários investimentos em Coimbra (entre eles o polémico IC3).

 

Já em Outubro, após o anúncio dos cortes na administração pública, também Álvaro Maia Seco, enquanto presidente da Sociedade Metro do Mondego, se tinha demitido. A Sociedade foi constituída há 14 anos e as obras tinham arrancado este ano.

 

O mapa seguinte continuará uma miragem.

 

 


Sem contar com este nado-morto, quantos mais metropolitanos existem em Portugal? 

Mais Metro?

TMC, 16.11.09

Em Setembro último, talvez por ser um mês entalado pelo calor febril de Agosto e a cedência à demagogia do período eleitoral, surgiram algumas notícias acerca dos transportes na cidade de Lisboa e nos seus concelhos límitrofes. Até houve uma corrida entre uma bicicleta, o metropolitano e um bólide, com o vencedor natural (a bicicleta).

 

A então secretária de estado dos transportes quer ligar o metro até ao hospital Amadora-Sintra em 2015 porque então muito do tráfego que se faz através do IC19 deixará de se fazer; já o cacique-mor do PS, Marcos Perestrelo, também disse que era uma boa ideia o metro ligar-se ao concelho de Oeiras porque muitos dos habitantes de Oeiras que hoje têm que se deslocar para Lisboa em viatura, poderão deslocar-se de metro, com menos carros a poluir, menos carros a ocupar espaço.

 

Esta imagem, um pouco panfletária, acabou por aparecer:

 

clique na opção Ver Imagem do Firefox para ver maior

 

Claro que num país mais próspero, sem uma autarquia da capital à rasca para sanar as suas contas e a empresa pública do metropolitano com um passivo de 3300 milhões de euros e cerca de 240 milhões de euros de custos anuais, eu até entendia que extendessem o metro à Azambuja, a Loures e a Sintra.

 

Acho este plano um exagero megalómano. E pelas afirmações recolhidas parece que não há outra alternativa para reduzir o trágego automóvel. Repare-se que não questiono a pertinência das novas extensões do metro, apenas digo que parece tratar-se de outro caso de considerar-se a solução óptima e não uma solução muito mais razoável e económica.

 

NA sua construção, o custo por quilómetro do metropolitano é exorbitantemente alto porque ele é, como todos sabemos, subterrâneo. Estes custos são supostamente compensados pelo seu uso e, globalmente, pela conservação do tráfego à superfície, já que o espaço existente não é afectado. O que questiono é precisamente a insistência, nestas novas extensões, do metro continuar a ser subterrâneo e não de superfície; um metro com estas características, além de ser bastante menos oneroso, exige aquilo que os automóveis não gostam de ceder: o espaço que lhes foi dado e não conquistado.

 

Defendo por isso o metro de superfície ou a implementação de mais eléctricos porque combinam um transporte público de qualidade, eficiência e menores custos com a reivindicação do espaço que neste momento é só dos automóveis. Não vejo desvantagens nesta proposta e considero-a ser exequível. Foi pois com agrado que li a posta do Fernando Jorge no Observatório da BaixaLisboa nunca mais investiu neste tipo de transporte público desde a inauguração do eléctrico de nova geração entre a Praça da Figueira e Algés em 1995.

 


Quão frágeis são as estruturas das nossas cidades? Em termos de transportes, parece que bastaram algumas chuvadas para paralisar o Porto. Corte-se a VCI e a cidade bloqueia; ou melhor, confirmou-se que a cidade depende em primeiro lugar dos automóveis, só depois das pessoas. Como faria o leitor se amanhã não pudesse usar nenhum carro?

Finalmente!

António C., 30.08.09

Este fim-de-semana foi finalmente inaugurado o troço Alameda-Saldanha-S.Sebastião que permite reduzir o tempo de muitas deslocações via metropolitano em Lisboa.

 

 

A partir de agora, qualquer que seja o a origem e o destino o utente apenas terá de fazer o máximo de 1 transbordo. (Poderá haver casos em que 2 transbordos serão mais rápidos, como Rato -Cais do Sodré)

 

Parece-me que esta medida poderá reduzir em alguns milhares o número de carros que atravessam Lisboa da parte Oriental para o centro, esperemos que sim.

 

 

Metro de Lisboa oferece viagens a jovens - 12 Agosto

António C., 10.08.09

Para comemorar o Dia Internacional da Juventude, o Metropolitano de Lisboa vai oferecer as viagens aos jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 25 anos, inclusive. Assim, no dia 12 de Agosto, os jovens têm apenas de se apresentar junto a uma bilheteira com um documento comprovativo da sua idade. O Metro atribui uma Guia de Acesso e um voucher que lhes permite as deslocações gratuitas na rede. A iniciativa “tem como objectivo fomentar junto dos mais novos o uso dos transportes públicos”, revela o Metropolitano de Lisboa. Também outros operadores de transporte público, como a Carris, a CP, a Transtejo e Soflusa, se associaram às comemorações da iniciativa promovida pelo IPJ - Instituto Português da Juventude.

 

Notícia vista aqui.

Comboio no Rossio... e Alcântara

MC, 20.02.08
(Desculpem mais um post exclusivamente sobre Lisboa)

Agora que reabriu o túnel do comboio até ao Rossio, que inclui a boa notícia do aumento da velocidade permitida, venho relembrar algo que se falou quando ele foi encerrado... mas que nunca foi para a frente: uma estação intermodal (comboio e metro no Rato). É que a linha de comboio passa por baixo da estação de Metro, mas em mais um exemplo da histórica separação das redes de transportes públicos em Lisboa, é impossível passar de uma linha para a outra. Bem sei, que seria caro, mas o anúncio quase semanal de novos "investimentos" no sistema rodoviário da Grande Lisboa de duvidosa eficiência, ridiculariza esse argumento.
Outro exemplo mais extraordinário é Alcântara Terra/Alcântara Mar. Extraordinário porque a infraestrutura até existe! E não me refiro à horrível passadeira de peões, que por exigir mais uma mudança e mais uma espera, e por ser longa e perigosa, nunca resultou. Existem carris à superfície a ligar as duas estações, poderiam ser criados comboios que viessem do centro de Lisboa (Oriente, Areeiro, Entrecampos, Sete Rios) e fossem até Alcântara e depois para a linha de Cascais (imaginem o sucesso e a utilidade que isto teria!), bastando para tal electrificar aquele quilómetro e criar um sistema de semáforos para os comboios à superfície.
Temos assim dois enormes buracos na rede ferroviária, que levam à ineficiência e ao desperdício dos meios existentes.


P.S. Só o facto de eu ter encontrado este gráfico com comboio E metro na página da CP (as "bolas" são minhas) é por si só uma excelente notícia. Lembrem-se das décadas em que ambos viveram totalmente de costas voltadas.

Boas notícias...

MC, 22.12.07
1. O governo anunciou a semana passada uma grande investimento na rede ferroviária do país.
Será que vamos finalmente privilegiar o meio de transporte mais eficiente, mais cómodo e mais amigo do ambiente? Não...
Será que a maior cidade europeia sem comboio, ou seja Viseu, o vai deixar de ser? Não...
Será que a importante linha do oeste (Lisboa-) Cacém - Caldas - Marinha Grande - Leiria - Figueira da Foz vai finalmente ser modernizada e os comboios vão deixar de andar a 30km/h? Não...
Será que Trás-os-Montes vai passar a ter comboio? Não...

O grande investimento é a eliminação de 1200 passagens de nível, para que os popós não tenham que ficar à espera dos poucos comboios que ainda circulam. E pronto, são estas as nossas prioridades, não é verdade?

2. Abriram mais duas estações de metro em Lisboa, o que é obviamente uma excelente notícia especialmente por se ligar ao barco e ao comboio. Os mapas do metro dentro das carruagens e das estações foram alteradas e mais uma vez se desperdiçou a oportunidade para desenhar as linhas de comboio que cruzam o metro. Em vez de lembrar os passageiros ocasionais (e os habituais) que há ali dois sistemas que se complementam, reparem bem uma melhoria dos transportes públicos lisboetas a custo zero, mantêm-se as guerrinhas entre empresas públicas que só prejudicam a cidade.

As três linhas secretas de metro de Lisboa

MC, 24.10.07
E se eu lhe dissesse que há uma linha de Metro que faz Alcântara - Campolide - Sete Rios - Campo Pequeno - Areeiro - Chelas - Oriente, outra Damaia - Benfica - Sete Rios - ... - Oriente e ainda Cais Sodré - Santos - Alcântara - Belém - Algés?
Se calhar já percebeu que são as três linhas da CP no centro da cidade, mas a cidade vive como se só as outras 4 linhas do Metro existissem. Muitas pessoas nem se apercebe que há ali um excelente transporte público, especialmente para ir para o Oriente sem ter que ir  "dar a volta" pela linha vermelha.
A razão para esta separação é óbvia: durante décadas os diferentes transportes públicos viveram de costas voltadas sem a mínima integração. O comboio acabava onde não havia metro e vice-versa.
A situação está gradualmente a mudar mas ainda hoje estas 3 linhas existem apenas numa lógica suburbana, isto é não é suposto alguém querer-se movimentar em Lisboa usando-as. Os bilhetes têm preço de deslocamento suburbano longo, o passe não inclui estas linhas (não existe sequer uma opção mais cara que inclua apenas as linhas dentro de Lisboa), os bilhetes não estão integrados com o metro e o autocarro, os mapas do Metro não as incluem apesar de serem um excelente complemento, etc...
O mais estúpido é que a infraestrutura existe!! Os milhões e milhões estão lá, mas não são aproveitados.

Bicicleta no Metro (e na Carris?)

MC, 31.05.07
Graças à contínua pressão da FPCUB o Metro alargou o horário em que as bicicletas podem ser transportadas GRATUITAMENTE dentro do metro. O novo horário, que entra em vigor a 1 de Junho, passa a ser das 20h30 aos dias de semana e durante todo o dia ao fim-de-semana.
A Carris informou também que será possível transportar bicicletas nos autocarros a partir do fim do corrente ano e em carreiras a definir, estando para isso previstas algumas adaptações nos autocarros.
Tal como o Comité Económico e Social Europeu defendeu, a bicicleta é fundamental como complemento aos meios de transporte para uma mobilidade sustentável nas nossas cidades. Os horários ainda não são os melhores, mas agora cabe aos lisboetas aderir.
NOTA: as bicicletas dobráveis podem ser transportados em qualquer transporte público, a qualquer hora.