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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Ondas verdes

MC, 20.11.09

 

1.

Onda Verde é um instrumento da gestão de tráfego que consiste em organizar os semáforos de tal maneira a que os veículos que circulam numa via num determinado sentido apanhem vários semáforos verdes consecutivamente. Assim aumenta-se várias vezes a capacidade de escoamento dessa via. Para apanhar os verdes seguidos é necessário circular a uma determinada velocidade - tipicamente de 50 a 70km/h - que por vezes está sinalizadas como na foto acima, mas na maioria das vezes não é sequer comunicada.

Na "Avenida" da República em Lisboa, existe uma onda verde não assinalada por exemplo, de manhã no sentido subúrbios-centro e vice-versa à tarde.. Ao manter-se a 60km/h por hora os veículos só apanham verdes. Sim leram bem, 60km/h! É a própria câmara que incentiva velocidades ilegais no centro da cidade.

 

 

2.

Em Copenhaga e Amesterdão existem existem ondas verdes mas de 18 ou 20km/h, obviamente a pensar nos ciclistas. Assim se incentiva a bicicleta, garantido menos esperas , menos esforço e uma velocidade média muito maior, e desincentiva o automóvel (que irá mais lento que a bicicleta).

Em Londres também estão planeadas 12 "super-cicloestradas" radiais, com 1,5m de largura (algo que em Lisboa nem os peões têm). Aqui fica o vídeo de apresentação do projecto, mais uma interessante obra da TfL.

 

 


A ver, um video dos TedTalks com Jaime Lerner, um dos responsáveis por colocar Curitiba no top das cidades em mobilidade sustentável, sobre o planeamento das cidades.

(obrigado Dário do  O Comboio)

Londres quer que 30km/h seja norma e 50km/h a excepção

MC, 15.04.08
Apesar de já haver 400 zonas com 30km/h (ou melhor 20 milhas/h o que significia 32km/h) em Londres, o actual presidente da Câmara veio apresentar um plano para que os 30km/h passem a ser a norma, e os 50km/h (ou melhor 48km/h) a excepção. Com a primeira introdução de zonas 30km/h, o número de crianças assassinadas ou gravemente feridas por automóveis caiu 60%.

Em Lisboa ainda se insiste em colocar o automóvel à frente das pessoas nas prioridades da cidade, e há quem defenda os 80km/h na cidade, ou seja SETE vezes mais de energia cinética e portanto SETE vezes mais de distância de travagem que os 30km/h. Noutra prova de que mais ou menos 10km/h fazem mesmo a diferença, o que em matematiquês se chama comportamento não-linear, a notícia diz que Nine out of 10 pedestrians will be killed if hit by a car travelling at 40mph, but only one in 40 will die if hit at 20mph.

Menos Carros = Menos Pessoas? VII

MC, 10.12.07
No sábado anterior três das principais ruas do centro de Londres (Oxford, Bond, e Regent) estiveram fechadas ao trânsito.
Ao contrário do que muita gente aqui no burgo previria o resultado não foi esvaziamento do centro. Bem pelo contrário! Havia tanta gente  nas ruas que foi batido o record de vendas.

P.S. (Março 08) O nome deste evento foi.. "Very Important Pedestrian Day"! E pretende ser um "ensaio" de como aquela zona da cidade vai ser em 2013, ou seja só para as pessoas.

Menos Carros = Menos Pessoas? VI

MC, 27.10.07
Regresso a um dos argumentos contra a restrição da entrada de automóveis no centro da cidade. Defendem muitos - baseando-se em wishful thoughts, e não em dados reais - que isto levaria ao afastamento das pessoas, dos empregos e do comércio, matando de certa maneira a cidade.
aqui escrevi que em Londres aconteceu exactamente o oposto, mas há também exemplos disso em países mais pobres. Refiro-me concretamente a Bogotá, capital da Colômbia, que nem Metro tem, onde houve uma forte aposta por parte do antigo presidente da Câmara Enrique Peñalosa em afastar os automóveis da cidade, criar melhores condições para os peões e criar os seus famosos autocarros expresso, etc...
Neste video (encontrado no Cenas a Pedal) ficamos a saber que foram eliminados dezenas de milhar de estacionamentos à superfície, o que num primeiro momento levou à ira dos comerciantes. Na realidade, além da óbvia melhoria na qualidade de vida, houve um aumento do preços dos imóveis (sinal de que há mais procura), o crime diminui e as vendas no comércio subiram.
Um outro sinal de que estas políticas são agora bem acolhidas, é que ainda não houve um retrocesso apesar de Peñalosa ter perdido a Câmara há 6 anos.

Acabar com os carros em Londres...

MC, 18.09.07
Pequena notícia no Público de Domingo (com comentários meus entre [...]):

Acabar com os carros em Londres é a proposta de investigadores britânicos que publicaram há dias as suas conclusões na revista The Lancet [uma das mais famosas revistas científicas em medicina, especialmente em saúde pública]. Hoje em dia, sete de cada dez viagens de automóvel em Londres cobrem distâncias inferiores a oito quilómetros . Ora, a erradicação do automóvel da capital do Reino Unido e a sua substituição por bicicletas, marchas a pé e recurso aos transportes públicos se necessário - permitiria reduzir em 72 por cento as emissões de CO2 até 2030 [e obviamente de muitos outras emissões de impacto mais local]. Ainda na mesma revista, é feita um tipologia dos utilizadores de automóveis londrinos e calculam-se os benefícios para a saúde de uma tal mudança do estilo de vida. Coisas como gastar 33 mil calorias adicionais por ano - e para as mulheres, reduzir os riscos de cancro da mama em 25 por cento ou aumentar a esperança de vida em um a dois anos. E também, para os homens, ver o seu risco de morte prematura reduzida até 40 por centro e o risco de diabetes em 30 por cento.

Acabar com os carros em Londres?? Estas gentes do Norte da Europa tem cada ideia!

Menos Carros = Menos Pessoas? III

MC, 12.07.07
Texto publicado no NY Times de 02/07/2007, sobre a introdução de portagens no centro de Londres (o que, de acordo com o mito urbano de menos carros = menos pessoas, teria levado ao fim do comércio e à saída da população).

The negative side effects predicted by opponents never materialized. The retail sector in the zone has seen increases in sales that have significantly exceeded the national average. London's theater district, which largely falls within the zone, has been enjoying record audiences. People are still flocking to London — they're simply doing so in more efficient and less polluting ways.

Bicicletas em Londres

MC, 03.05.07
Não é só nas portagens que Londres dá o exemplo. Em 6 anos o número de ciclistas subiu 83%, o número de acidentes com bicicletas desceu 28%, o número de viagens diárias de bicicleta são agora meio milhão e o presidente da Câmara lançou esta semana uma campanha intitulada "You're better off by bike" (podes ver os videos aqui).
(notícia BBC, novidade descoberta no Ondas3)