Ciclovias à mediterrânica
Toulouse criou, tal como todas as grandes cidades francesas, um programa de bicicletas partilhadas há poucos anos. Mas sendo uma cidade do sul da França, não teve a mesma a coragem que houve no norte, em termos de criação de infra-estruturas para as bicicletas. A cidade foi coberta de ciclovias, mas ciclovias que apenas servem para manter as bicicletas longe dos automóveis. Em vez de roubar espaço ao automóvel, roubou-se espaço ao peão. A ciclovia foi feita "por onde havia espaço", muitas vezes por ruelas de cargas e descargas, sem qualquer preocupação pela segurança dos ciclistas.
Pessoalmente, passei por muito poucas das ciclovias a serem construídas em Lisboa. Mas pelos relatos que leio das obras, haverá alguns casos semelhantes.
Ciclovias interrompidas:
Ciclovias que cortam o passeio em zonas de grande movimento pedonal.
Ciclovias que atravessam passadeiras. Para lá do absurdo de juntar peões e ciclistas, são um enorme perigo para os ciclistas. Sendo uma passadeira, os carros que viram à direita só param quando já há um peão/ciclista na passadeira. Ora um ciclista avança bem mais rápido que o peão, e o automobilista pode não o ver. O ciclista tem assim que parar praticamente em todas estas passagens.
Ciclovias que galgam lancis.
Ciclovias que ocupam todo o passeio.
Ciclovias que são uma corrida de obstáculos.
A ver, um texto e vídeo encontrado pela Ana que mostram muito bem o perigo de circular o mais à direita possível quando se vai de bicicleta. Infelizmente muitos ciclistas novatos têm a tendência de se afastar dos automóveis, julgando que assim estão mais seguros, algo totalmente errado.