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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Até as multas ao estacionamento ilegal são subsidiadas

MC, 27.07.17

Já vimos que o estacionamento em espaço privado (garagem) ou em espaço público (rua ou parque de estacionamento) é vergonhosamente subsidiado, ao ter preços que chegam a ser um milésimo do preço que outras ocupações pagariam.
Mas até o estacionamento ilegal é subsidiado. As multas de estacionamento são tão baixas (a maioria de 30€) que dificilmente cobrem o custo de toda a estrutura de vigilância, cobrança, e eventual bloqueio e reboque de automóveis. Pensem só na quantidade de recursos necessários para esta vigilância funcionar.
O pilarete é um exemplo extremo deste custo. Segundo o Peão Exaltado (aka Passeio Livre), o material e a montagem do pilarete está na ordem dos 90€; se lhe somarmos o planeamento e a manutenção, facilmente o custo passa os 100€ por cada um, pagos pelas câmaras municipais. Pensem na quantidade de pilaretes no vosso concelho, e terão (mais) um custo que os prevaricadores impingem aos outros.

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Tuk-tuks e as bicicletas, the new kids in town

MC, 26.11.14

Tenho acompanhado a polémica dos tuk-tuks (a moto-furgoneta para turistas na foto) em Lisboa com um sorriso no canto da boca. O debate chegou à Assembleia Municipal, que avançou com várias propostas para o executivo da CML. Pedem-se regulamentos, fixação de horários, de percursos e de um limite máximo para o número deles, e até que os restantes lisboetas paguem (vulgo "incentivos fiscais") para que passem a ser eléctricos.

Quais são afinal as queixas? Poluição sonora, poluição atmosférica, estacionamento caótico, congestionamento, destruição de calçadas, atentado à privacidade nos bairros históricos; todas queixas válidas, nenhuma delas exclusiva aos tuk-tuks. O enorme número de automóveis na cidade de Lisboa causa isto tudo e mais. Ajudado por muitas das motas na poluição sonora, o automóvel consegue um impacto bem mais forte (a destruição das calçadas é o exemplo mais ridículo, basta olhar para a foto para perceber a diferença), só que... esses já cá estavam. E são quem manda na cidade.

As soluções que são propostas pela AML espelham bem isto. Repare-se que aplicar as leis já existentes seria suficiente para reduzir estes impactos negativos, disciplinar os tuk-tuks e conter a sua proliferação. Se um tuk-tuk for efectivamente proibido de estacionar ilegalmente, dificilmente poderá a continuar a funcionar como funciona hoje. Mas aplicar as leis já existentes (ruído, estacionamento, restrições ao trânsito) também seria chato para... (sim adivinharam) para o automóvel. Os novos regulamentos são uma maneira de contornar isso, tratando como diferentes, incómodos que são bem semelhantes.

Toda esta discussão é semelhante à aversão à bicicleta. Apesar de causar menos congestionamento, e de os seus desrespeitos à lei serem em menor número e com uma gravidade incomparavelmente menor, são essas as duas maiores queixas que se ouve por aí. O problema não é o congestionamento, ou os vermelhos passados - isso são apenas desculpas - o problema é que a cidade pertence aos carros na cabeça de muita gente, e os outros só vieram chatear.

 

Antídoto contra o bloqueamento de transportes públicos: crianças mascaradas

MC, 12.03.10

Mais um exemplo da absurda tolerância que existe para com o mau comportamento dos automobilistas. Por dia há em média um elétrico que fica sem circular no Porto devido ao estacionamento de automóveis. A STCP com o apoio de várias autoridades (incluindo a PSP) vai pôr 20 crianças fardadas de polícias a distribuir panfletos de sensibilização durante um dia!

Agora imagine-se o inverso. Dezenas (sim, porque um transporte público é um veículo que leva dezenas de pessoas) de automobilistas bloqueados diariamente por um autocarro mal estacionado, por miúdos que já não tendo onde jogar à bola o foram fazer para o meio da rua. Alguém acredita que isto seria tratado com crianças mascaradas a distribuir panfletos?

 


O Passeio Livre conta mais um caso desta tolerância, desta feita sobre a insignificância das multas de estacionamento.
 

O ataque ao automóvel em Lisboa

TMC, 26.11.09

Lamento uma vez mais abordar apenas o que se passa na cidade de Lisboa. Falo do Orçamento Participativo, um programa autárquico que dá aos munícipes a oportunidade de proporem e sugerirem mudanças. Não há razão para que outras cidades não o possam fazer mas talvez em Lisboa seja o caso de que sejam os próprios cidadãos a auxiliar a autarquia. É previsível até que sejam cidades de menor dimensão a alcançar e a ter níveis de qualidade de vida superiores aos de Lisboa.

 

Dada a sua complexidade, a cidade de Lisboa vê-se confrontada com a dificuldade extrema de um plano geral e suficientemente abrangente para a resolução de todos os seus problemas; em vez desse objectivo totalizante, o que Orçamento Participativo pretende é chegar ao mesmo objectivo através das sucessivas resoluções de diversos problemas; mesmo as propostas que não forem tidas em conta decerto dirão algo aos técnicos da autarquia acerca da representatividade e natureza dos problemas reais com que os munícipes se vêm confrontados.

 

As propostas reflectem assim toda a vivência dos cidadãos com a cidade concreta do seu quotidiano; não há uma visão geral, não há cidade: existem apenas bocados e fracções urbanas bem localizadas a precisarem de intervenção.

 

O que se observa, para além de muitas propostas se relacionarem com a arborização e aspectos estéticos de zonas negligenciadas, é um ataque espontâneo, não coordenado, ao predomínio do automóvel no espaço público e como paradigma da mobilidade. Quando contei hoje as propostas registadas, cerca de 1/4 relacionavam-se com a introdução de mais espaço para os peões, de passadeiras, saneamento do estacionamento abusivo, mais ciclovias, mais transportes públicos, medidas de acalmia de tráfego, etc. Significa isto que há a impressão geral da omnipresença do automóvel, em todos as zonas da cidade. Isto não é novidade nenhuma mas espera-se que haja uma firme leitura política destes sinais.

 

De seguida apresenta-se algumas das propostas mais originais. A votação dura até dia 29 e depois de uma análise dos técnicos camarários, haverá nova votação em Dezembro.

 

 

Estudo pormenorizado de requalificação da 2ª Circular em avenida urbana
 
Com o fecho da CRIL, do Eixo NS o trânsito de atravessamento na AML está agora canalizado. Há que diminuir a capacidade nas vias urbanas em particular na 2ª circular, verdadeira barreira entre a parte alta e baixa da cidade. Sugiro requalificar em monumental avenida urbana com perfil 2X2 vias, passeios, ciclovia, demolir os viadutos criando cruzamentos. Essa avenida serviria de alavanca a uma urbanização de qualidade e ligava o pulmão verde do aeroporto. No próximo orçamento reservem uma verba para estudar esta oportunidade
2009-11-15
Número de proposta: 10
 
Construção de ciclovia ao longo do eixo Av. Guerra Junqueiro - Av. Roma - Alvalade
 
Propõe-se a construção de uma ciclovia ao longo de todo o eixo Av. Guerra Junqueiro - Av. de Roma - Alvalade. Esta ciclovia iria estabelecer a ligação com a ciclovia já em construção ao longo da Av. do Brasil e, na outra extremidade, ligaria à Alameda, ou a outra ciclovia eventualmente em construção na zona da Av. Almirante Reis. Poder-se-ia assim começar a criar uma rede que permitisse às pessoas que trabalham nesta zona e moram dentro do perímetro abrangido, fazer de bicicleta os percursos casa-emprego-casa, evitando assim o uso do automóvel.
2009-11-23
Número de proposta: 100
 
Mobilização total para o programa "zero carros nos passeios"
 
Este programa visa à mobilização geral dos serviços camarários para acabar de vez com os carros nos passeios, a melhor vergonha lisboeta que não existe em nenhuma outra parte do mundo civilizado. Sugiro uma verba no orçamento para: -recenseamento exaustivo dos casos de estacionamento nos passeios, com a ajuda dos cidadãos. -definir um modelo de pilaretes único para toda a cidade que seria também um ex-libris do mobiliário urbano especifico a Lisboa. -enfim, colocar os pilaretes nas ruas recenseadas faseando por eixo, bairro, sector etc, e publicitando as obras
2009-11-16
Número de proposta: 11

 

Alargamento dos passeios da Rua da Escola Politécnica
 
Esta rua regista um fluxo pedonal muito intenso. Mas este facto não tem correspondência na dimensão diminuta dos passeios. São pequenos e em vários lugares há estreitamentos devido a candeeeiros e sinalização. Nem sequer há espaço para instalar paragens de autocarros! No entanto, a rua tem 4 faixas de rodagem, 2 delas para estacionamento. Os peões estão a ser prejudicados. É necessário aumentar o canal pedonal para o dobro. Com passeios largos toda a comunidade ganha - incluíndo o comércio tradicional pois será mais confortável e seguro andar a pé.
2009-11-21
Número de proposta: 68
 
Elevação de passadeiras nas zonas residenciais da cidade
 
 
Elevação de passadeiras nas zonas residenciais ao nível dos passeios, passando estas a ter as mesmas características dos passeios adjacentes. Esta alteração permitirá um melhor usufruto do espaço público pelos habitantes da cidade, facilitando também bastante a mobilidade de pessoas com menor mobilidade: pessoas em cadeiras de rodas, idosos, carrinhos de bebé, etc.
2009-11-22
Número de proposta: 83
 
Basta de estacionamento nos passeios!!!
 
 
Não ao estacionamento nos passeios! Já chega de incompetência das autoridades que durante anos a fio têm fechado os olhos à maior vergonha da cidade de Lisboa que é o estacionamento ilegal e abusivo de veículos que barra a passagem dos peões que têm o DIREITO de circular à vontade nos passeios. Basta ir à zona de Benfica, como à Av. Gomes Pereira ou R. da Venezuela, para ver o que se passa à vista de todos. Porquer não a colocação de pilaretes nestas zonas problemáticas?
2009-11-24
Número de proposta: 116
 
Viva o transporte público - vamos deixar o automóvel em casa
 
A rede de transportes públicos de Lisboa precisa de ser repensada - talvez se alguns dos responsáveis fossem obrigados a deslocar-se em transportes públicos e não de automóvel com motorista compreenderiam o que se pretende - dar uma alternativa real ao uso do automóvel privado - como chegar ao Restelo a partir do Areeiro? etc. etc. etc. As rádios e televisões em vez de darem notícias sobre a situação do trânsito automóvel poderiam divulgar as alternativas em transporte público, por exemplo.
2009-11-25
Número de proposta: 129
 
Aposta no eléctrico como principal transporte da cidade
Serve a presente proposta para promover a re-introdução do eléctrico como principal meio de transporte da cidade, sendo actualmente um símbolo de Lisboa e que está cada vez mais a desaparecer. Tomando como exemplo a carreira 24E do Largo do Carmo a Campolide, com grande parte das vias férreas e aéreas renovadas, que se mantém suspensa desde as obras do parque de estacionamento de Campolide. Chegou a altura da cidade abraçar o regresso do 24 e porque não do 17?
2009-11-26
Número de proposta: 170

 

Há com cada greenwash por aí...

MC, 04.11.09

Adenda: chamaram-me à atenção que uma das pessoas em causa na entrevista usava mesmo fontes de energia alternativas caseiras. Quando vi a reportagem pareceu-me que se associava a mota às energias alternativas, mas era apenas o entrevistado que estava relacionado com elas.

Peço desculpa pela confusão.

Aproveito para aconselhar o exemplo da revista Visão que um leitor deixou nos comentários.

 

Que os automóveis eléctricos têm algo de mágico que os torna verdes ao contrário dos restantes aparelhos eléctricos - como aquecedores, lâmpadas incandescentes, ares condicionados - já sabíamosmuito. O que agora se ouviu no Jornal da Noite da SIC foi para lá disso. Numa entrevista a um utilizador de uma mota eléctrica, a legenda dizia "utilizador de energias alternativas"!! Ou seja o pobre rapaz, coloca-se ao lado da ficha eléctrica e separa os electrões que vêm das centrais a carvão e petróleo, dos que vêm das eólicas.

Há com cada um...

 


A ler um relato hilariante no A Nossa Terrinha de quem tenta convencer amigos que têm uma garagem disponível a não estacionar no passeio, e recebe como resposta "Utilizamos, às vezes, quando não há lugar na rua".

E ainda temos que aturar com a lenga-lenga do não haver alternativas.

 

Edimburgo: pequeno retrato de uma cidade cheia de paliativos

TMC, 01.11.09

Como ler uma cidade no limite temporal de uma curta estadia? Ainda hoje qualquer cidadão concede que vai conhecendo certos aspectos da sua própria cidade, embora por estar sempre imerso nela essa leitura tornar-se mais difícil.

 

Há, claro, um maior conhecimento do que é viver em determinado sítio do que apenas lá estar uns dias. A duração do contacto influencia a leitura que fazemos de uma dada cidade; mas também seria abusivo dizer que qualquer leitura nos está vedada por lá não passarmos mais dias.

 

Se cada cidade for um longo e complexo texto, mesmo que não saibamos o que conta ela afinal, podemos ler alguns parágrafos ou algumas folhas para nos darmos conta não das personagens mas do estilo do autor. E sabemos que esse estilo estara presente na totalidade do texto, porque ele não é mais do que uma variação e um jogo dos vários elementos fundamentais também presentes nos parágrafos. Num texto, esses elementos são as letras, as palavras, os sinais de pontuação; numa cidade, os elementos são as pessoas, os veículos, os passeios, as estruturas rodoviárias, os edifícios.

 

É por isso que acredito que as seguintes fotos, mesmo não mostrando toda a cidade de Edinburgo, apresentam a relação entre os seus elementos, uma relação que se repete em toda a cidade. Tal como alguém que vendo um passeio esburacado em Lisboa sabe que isso é uma regra extensível ao resto da cidade e não uma excepção.

 

 

Quem precias de ciclovias? É mais económico pintar faixas de bicicletas no chão e reservar-lhes espaço de circulação. Quase todas as ruas abusam da sinalização horizontal, evitando poluir os passeios com sinalização inócua.

 

 

O parque de estacionamento de uma universidade no centro de Edimburgo. Mesmo em frente a uma praça. Onde é que eu não vi isto?

 

 

Mais uma atitude generalizada que atesta a loucura dos escoceses. Levar as crianças para a escola de bicicleta!

 

Deve ser do whisky. As bicicletas não desaparecem mesmo em dias de chuva.

 

 

Mais sinaliação horizontal assinalando os privilégios de modos mais justos de mobilidade.

 

Não são apenas as faixas amarelas pintadas a todo o comprimento das estradas. Também estes sinais desaconselham aquele hábito tão português das cargas e descargas serem feitas em qualquer lugar e a qualquer hora. E são discretos e elegantes. Já vi peças mais abstrusas em museus.

 

Um dos vários sinais que assinalam caminhos pedonais. Este é também ciclável e ao longo de um parque arborizado junto a uma universidade.

 

 

Quantos sinais destes há em Portugal?

 

Quanta sinalética existe para zonas pedonais em Portugal?

 

Estacionamento residencial. Os escoceses cumprem infracções; por outro lado, também há poucas. Não vi um carro estacionado em nenhum passeio.

 

O espaço de estacionamento é gerido e não oferecido aos automóveis.

 

Alguns dados: Edimburgo tem sensivelmente a mesma população que Lisboa. E a sua orografia não é propriamente plana; nalgumas zonas até é bastante inclinada. Além do mais, não têm metropolitano.

 

Nota: agradeço ao candidato eleito pela CDU a saudosa expressão paliativos para designar o uso da bicicleta em Lisboa.

O saber não ocupa lugar?

TMC, 16.10.09

 

O panorama que este blogue tem traçado do país não é animador. Até parece que, para além das pessoas que nele colaboram e do punhado de leitores, há uma completa ignorância das medidas a tomar em termos de transportes em geral e contra o automóvel em particular.

 

Não é o caso. Existe em Portugal plena consciência dos problemas, desafios e medidas a tomar. Na nossa academia temos reputadas potestades em planeamento urbano, mobilidade sustentável, ordenamento do território; há doutoramentos em desenho urbano, car-pooling, biocombustíveis, optimização de frotas dos transportes públicos, etc.

 

Podemos dizer então o problema parece ser que esse conhecimento não escoa para a sociedade civil e para os decisores; ou que então o ritmo do escoamento é demasiado baixo ou que a complexidade do problema parece obviar qualquer resolução.

 

Eu por mim acho que falta qualquer coisinha, um je ne sais pas de quoi óbvio mas que é muito nosso, muito português e que nos tolda os olhos.

 

Alameda Universitária de Lisboa

Metro: Campo Grande, Cidade Universitária, Entrecampos

Autocarros: 21, 36, 31, 35, 44, 49, 64, 701, 738, 755, 768

Comboio: Estação de Entrecampos

 (clique na opção Ver imagem do Firefox para ampliar)

 

A alameda relvada ainda escapou.

 

 (clique na opção Ver imagem do Firefox para ampliar)

 

Na parte direita da fotografia havia uma escola chamada Cidade Universitária.

 

Instituto Superior Técnico

Metro: Alameda, Saldanha  (três linhas)

Autocarros:  7, 10, 16, 17, 35, 36, 44, 83, 708, 718, 726, 727, 732, 738, 742

 

 

Gosto especialmente das marcas de estacionamento em cima dos passeios.  Nas próprias barbas duma escola de suposta excelência em arquitectura, engenharia e ciências, os alunos habituam-se cedo aos grandes exemplos.

 

 

Funcionários, investigadores, professores e alunos finalistas têm direito a estacionamento gratuito.

 

O caso do Técnico é ainda mais flagrante porque está bem no centro da cidade. Qual é a legitimidade das próprias universidades apregoarem aquilo que não cumprem? Qual é o impacto na saúde, no trânsito e na cidade dos automóveis que estas universidades albergam? Quantos lugares ocupa ilegitimamente este saber?

 


 A polémica também existe do outro lado do Atlântico. No excelente blogue urbanidades, ler a reacção de Moacir Pereira às implicações no tráfego da cidade da Universidade de Santa Catarina.

 

Alguns breves apontamentos

TMC, 27.08.09

A loucura de Marisa Santos, autarca de Sines, que decidiu começar a deslocar-se para o trabalho de bicicleta. Os bons exemplos devem começar de cima e a iniciativa é de aplaudir, apesar dos comentários retrógados. É mesmo só uma questão de mentalidade.

 

Outra birra em Lisboa por perda de espaço de estacionamento. Como é comum na cidade, um outeiro pedrogoso e abandonado servia de espaço de estacionamento...gratuito. Se alguém pensa em reeordená-lo e dar-lhe uma fim prático, nem que seja para uns tontos lá passarem de bicicleta, cai o carmo e a trindade. Caros senhores, o espaço para o automóvel não é um direito adquirido.

 

Parece que afinal há algum bom senso: o Governo vai prolongar a linha do Douro do Pocinho até Barca de Alva. No ar fica uma hipotética ligação a Espanha. Efeitos da reportagem Fim de Linha? Ou dar uma no cravo e na ferradura depois do acidente da linha do Tua, por manifesta falta de manutenção, ter prolongado o seu encerramento até agora e sem que haja culpados?  Tentei não me rir quando li a frase de Ana Paula Vitorino, secretária de estado dos transportes, quando disse que este governo criou um novo paradigma. A EDP agradece tanto paradigma.

 

 

Automobilista obrigado a pagar 600€ de compensação por obstruir passeio

MC, 27.08.09

Uma excelente notícia que nem nos chega do Norte da Europa. Aconteceu na Grécia,  país onde nasceu a ideia do autocolante do peão pela mão dos Streetpanthers (fonte da notícia aliás). Um país no qual, tal como em Portugal, é socialmente aceite que o peão seja preterido ao automóvel mesmo no espaços reservados ao peão.

Um casal que passeava em Atenas, chegou a um jipe que obstruía por completo o passeio e os obrigava a caminhar pela rua. Tassos Pouliassi não se conteve e passou por cima do jipe, danificando-o involuntariamente. Depois de uma violenta discussão e intervenção da polícia o caso seguiu para tribunal. Este decidiu que o condutor deveria indemnizar o casal em 600€ por ameaça à integridade pessoal, e que este deveria compensar pelos danos no jipe.

À boa maneira mediterrânica, o carro nunca chegou a receber uma multa de estacionamento ilegal.

 


A ler: a China vai investir 300 mil milhões de dólares (mais que o PIB português) em 26 mil k de ferrovia rápida (via).

Dúvida: estacionar no passeio vs estacionar na rua

MC, 22.07.09

Porque é que os carros estacionados ilegalmente no local de passagem dos peões são bloqueados*, mas os que estão estacionados ilegalmente no local de passagem dos carros não o são? (Sendo contudo rebocados e com uma probabilidade bem maior?)

(a parte traseira esta num lugar de estacionamento, não na rua)

 

*(imaginando por breves momentos que as autoridades competentes até fazem alguma coisita)


A ler: contra os preconceitos, a CM de Aveiro pôs os seus funcionários a deslocar-se de bicicleta! Notícia do Pública via Cidade Ideal