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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Vinte anos do primeiro dia sem carros

MC, 22.09.20

Há exatamente vinte anos Aveiro, Évora, Leiria, Lisboa e Porto fecharam o seu centro ao trânsito de automóveis privados, no primeiro grande Dia Europeu Sem Carros por cá. Quando digo centro, não falo em duas ruas e uma praça. Em Lisboa foi um área enorme (a leste da Av Ceuta e sul do Campo Pequeno) onde apenas os residentes podiam circular no sentido de saída. Lembro-me do Marquês cheirar a Parque Eduardo VII e não à tradicional fuligem que o caracteriza há mais de meio século.

Pensar que há vinte anos (vinte!) houve coragem para fazer isto deixa-me triste. Primeiro porque relativiza as pequenas coragens de hoje da devolução da cidade às pessoas; têm resultados mais importantes, certamente, mas duas décadas de consciencialização para o problema dever-nos-iam ter dado mais decisões disruptivas, não menos. Segundo, porque afinal as mudanças ainda são mais lentas do que poderíamos pensar. Sim, Amesterdão não fui humanizada de um dia para o outro, mas quem teria dito na altura que Aveiro, Évora, Leiria, Lisboa e Porto ainda teriam dado tão poucos passos até hoje?

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Dia Sem Carros à moda do autarca

MC, 30.09.07

22 de Setembro em Chaves, centro da cidade: camas elásticas, carros a pedais, castelos insufláveis, gincana de btt, carros estacionados em locais proibidos e carros da organização estacionados no passeio.
O que é que isto tem a ver com mobilidade?

Em abono da verdade, a CM de Chaves fechou a rua principal ao trânsito no menos "incoveniente" domingo.

Apanhado de Notícias da Semana da Mobilidade

MC, 24.09.07
  • CML iniciou rebaixamento de passeios em Campo de Ourique, com o objectivo de ajudar os peões, principalmente os idosos, os deficientes em cadeiras de rodas e os carrinhos de bebé. Embora seja uma boa medida, fica no ar a dúvida levantada pelo blogue Os Verdes em Lisboa: porque é que são os passeios a serem rebaixados e não o asfalto a ser levantado. E não é só uma questão de simbolismo.
  • Depois de uma dúzia de alterações, os bilhetes de transportes públicos em Lisboa vão finalmente ser (ligeiramente) intermodais. Ou seja os utentes só necessitaram de ter um cartão, que vai servir para o Metro e a Carris. A solução passa por ter um bilhete que se carrega com valores em euros, em vez de "uma viagem obrigatoriamente de autocarro" ou "três viagens obrigatoriamente de metro".  Fico sem perceber porque se insiste em complicar, e não se usa o sistema holandês onde um bilhete tem N unidades, e se usa um número diferente consoante a viagem, e funciona em todos os transportes públicos do país.
  • Depois de anos a promover a compra de automóveis em detrimento da bicicleta, a China, que enfrenta graves problemas de saúde pública, aderiu ao dia-sem-carros em mais de 100 cidades. Mas há também relatos que dizem que foi para ocidental ler e não ver.
  • O dia-sem-carros em Lisboa, acabou por não ser um dia-sem-carros mas um dia sem trânsito nenhum, excepto bicicletas. Lembro que nas primeiras edições apenas os automóveis privados estavam proibidos de circular. Desta vez os autocarros e os taxis não escaparam. Embora tenha sido uma dia simpático, passa a mensagem errada. Em vez de se tentar mostrar que a cidade pode viver sem automóveis privados, e que o dia-sem-carros poderia ser um dia banal do quotidiano, fica logo bem claro à partida que é um dia excepcional sem nenhuma lição para tirar.
P.S. Que as minhas bocas não escamoteiem o essencial: são todas excelentes notícias.

Dia sem carros na China

MC, 08.05.07
Este ano até a China vai participar no dia sem carros com mais de 100 cidades (incluindo Pequim e Xangai). Depois de alguns anos em que a China teve uma política descaradamente pró-automóvel e anti-bicicleta (com apoios fiscais e com ruas cortadas às bicicletas, por exemplo), as autoridades começaram a meter a mão na consciência devido aos elevados níveis de trânsito e poluição nas suas cidades (as mais poluídas do mundo) e os graves problemas de saúde pública daí decorrentes.
Pode ser que seja só para "branco" ver na véspera do Jogos Olímpicos. Mas faz melhor figura que Portugal que ultimamente tem participado com umas pracetas, em cidades pequenas, fechadas ao trânsito.
(notícia descoberta no Ondas3)