Alegadas vantagens económicas do automóvel: os empregos criados
O sector automóvel emprega milhares de pessoas, desde a produção à manutenção, passando pelos seguros e os postos de combustível. Reduzir o uso do automóvel é criar desemprego.
Os transportes públicos, as bicicletas e os peões criam muito menos emprego, logo não devem ser tão subsidiados.
Vamos ser claros, criar emprego artificial é fácil. O que é difícil é criar emprego cujo trabalho crie realmente valor para a sociedade. Se proibirmos a maquinaria têxtil, e voltarmos às tecelagens manuais, criaremos milhares de empregos. Sendo que o produto final é mais ou menos o mesmo, estamos a empregar muito mais gente que acaba por não criar mais valor. Vale a pena voltarmos aos métodos do século XVIII?
O mesmo poderia ser feito nos transportes públicos, com um revisor em todos os autocarros como alguns países com salários muito baixos têm; ou nas bicicletas, obrigando-as a revisões certificados de 1000 em 1000km, e a pagar seguro. Na prática, seriam empregos novos cujo contributo é duvidoso, e forçado artificialmente. Faz sentido fazê-lo?
Como estão organizadas as nossas cidades hoje, com uma predominância do automóvel e uma rede de transportes pouco eficiente (em parte devido ao congestionamento e ao planeamento centrado no automóvel), o automóvel é como a tecelagem manual: emprega muita gente mas os benefícios que traz à sociedade, apesar de importantes, poderiam ser feitos de maneira bem mais eficiente. Uma organização urbana como acontece no norte da Europa, com transportes com uma eficiência superior ao que automóvel tem cá, seria sim uma indústria têxtil moderna.
Entre a tecelagem do século XVIII, e a indústria de ponta de hoje, a escolha é simples.
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A Universidade de Aveiro e a ABIMOTA têm um projecto em comum, que tenta mostrar a importância económica que a bicicleta já tem e que ainda pode crescer: Promoção do valor económico da bicicleta