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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Quem atrapalha o trânsito são os carros! II

MC, 03.11.08

Mais três exemplos de como os carros são os causadores dos conflitos na ocupação do espaço urbano, que leva a semáforos, regras, conflitos, sinistralidade, sinais, congestionamentos, etc.

 

1. Peões & Transportes Públicos

 

 

Não são necessários semáforos e regras, bom senso e atenção são suficientes para a convivência.

 

2. Peões & Bicicletas vs Peões & Carros

 

 

Apesar de ser um cruzamento com igual número de carros, peões e bicicletas, reparem que não há nenhuma linha - muito menos semáforos - no local onde os peões e as bicicletas se cruzam... o mesmo já não se pode dizer dos carros. Aliás, alguém já alguma vez viu um semáforo a regular um cruzamento de bicicletas com peões?

 

3. Carros & bicicletas

 

 

Rua de sentido único para automóveis, MAS de duplo sentido para bicicletas (e para peões, já agora!). Este caso é muito comum nos países onde a bicicleta é vista como um transporte. E percebe-se porquê, a bicicleta por ocupar muito menos espaço não atrapalha se for em sentido contrário. Um carro em sentido contrário provavelmente nem caberia (e por lá não se reduzem passeios).

 

Quem atrapalha o trânsito são os carros! I


Histórias de Lisboa por outros blogues.

Um carro-dependente que se queixa da EMEL rebocar carros estacionados em cima do passeio, quando "não existe nenhum sinal de proibição de estacionar"!! - "Oh seu guarda, não sabia que era proibido roubar, não havia nenhum cartaz a avisar na loja!"

A vergonhosa condescendência da polícia lisboeta para com o estacionamento ilegal.

Um post que eu queria escrever, mas que alguém escreveu por mim: o egoísmo de quem não se dá ao trabalho de deslocar alguns metros a sua carripana, prejudicando assim imensas pessoas.

A praça mais monumental do país transformada em parque de estacionamento.

Quem atrapalha o trânsito são os carros!

MC, 25.10.08

Se dúvida houvesse que são apenas os automobilistas que obrigam à existência de semáforos, a regras e mais regras de prioridades, a conflitos, acidentes e atropelamentos nas nossas ruas, aqui ficam dois exemplos holandeses:

 

Num cruzamento onde há carros, peões e bicicletas, a vir da esquerda (não se vê infelizmente) o semáforo para a bicicleta está sempre verde. Um pouco de atenção e uma troca de olhares são suficientes para gerir o espaço. Isto apesar do número de bicicletas a circular ser maior do que o número de automóveis!

O cartaz que está presente em quase todos, ou mesmo todos, os cruzamentos com semáforos na Holanda, diz algo como "livre para viragem à direita de bicicletas"... mais uma vez independentemente de haver outros veículos a entrarem no cruzamento, ou não.

O problema é que alguém num automóvel a andar ocupa um espaço muito maior do alguém a pé, numa bicicleta, ou num autocarro. Lembrem-se disto, da próxima vez que alguém se lembre que os peões e as bicicletas devem esperar pelo semáforo verde.

 


A cidade de Barcelona vai aumentar as ruas com limite de 30km/h para 300km. Em Lisboa e Porto continuamos com 0 metros. (via mailing-list da bicicletada/massa crítica)

Por que razão os peões deve(ria)m desrespeitar as regras I

MC, 26.06.08

Tenho andado a acumular vários exemplos do modo discriminatório com que as regras de trânsito e o desenho urbano tratam os peões em comparação com os automóveis. A situação deveria ser exactamente a inversa por duas fortes razões.

 

1. Os peões (e quem anda de transportes públicos ou bicicleta) dão vida à cidade, tornam-na humana e segura, usam o comércio tradicional. Os automóveis fazem-na sombria e desumana, enchem-na de ruído e poluição, usam e abusam do espaço urbano público, causam sinistralidade, empurram a vida para as periferias, para os shoppings no meio do nada. Imagine-se só por momentos uma cidade onde todos andam a pé e de transportes, e outra onde todos andam de automóvel. Alguém tem dúvidas?

2. Os semáforos e outras regras de trânsito só existem porque há quem queira andar de automóvel, e esse trânsito precisa de ser regulado. Se toda a mobilidade fosse feita a pé de autocarro, haveria 20 vezes menos veículos a circular, o que dispensaria essa parafernália toda. Faz algum sentido as desvantagens das escolhas de uns, recaírem sobre os que não tomaram essas escolhas?

 

Enfim, o mundo não é perfeito. Ao menos pedia que as regras tratassem os peões e os automobilistas de igual para igual, mas isso está muito longe de acontecer... veja-se os próximos capítulos.

 

Quanto ao título... A ideia que quero passar é que exigir aos peões que respeitem as regras é o mesmo que exigir aos servos do senhor feudal que lhe continuem a dar metade da colheita em troca sabe-se lá do quê. Só uso o condicional, porque há uma possível consequência chata para os peões que não as respeitam, consequência esta que não existe nem de perto nem de longe para os automobilistas: passar o resto da vida numa cadeira-de-rodas ou ir ter com o jc mais cedo.

 


Tertúlia amanhã em Lisboa na esplanada da Fábrica de Braço de Prata, sobre "Opções de transporte em Lisboa" às 20h30 (logo a seguir à bicicletada), organizada pela Plataforma de Discussão e Intervenção Ambiental.

No dia 2 de Julho às 19h na sala Visconti da Fábrica Braço de Prata, será projectado o documentário "The End of Suburbia" seguido de debate.

Semáforos

MC, 29.09.07
Já pensou que praticamente não haveria semáforos nas nossas cidades se todos circulassem de transportes públicos, bicicleta ou a pé? (Bastaria respeitar as regras de prioridade, porque haveria menos veículos.)
Dito de outra forma, aqueles postes com umas luzes que estão em todo o lado, que nos obrigam a esperar e desesperar, que ocupam espaço e tornam a cidade mais feia são uma necessidade provocada pelo automóvel.