Portagens em Milão, finalmente
MC, 03.01.08
Milão tem desde ontem portagens urbanas para entrar no centro. É obviamente uma excelente notícia para os habitantes de Milão mas também para todos nós, porque é mais uma cidade que vem reconhecer que os carros não podem ser bem-vindos nas cidades. Ainda por cima numa cidade do Sul da Europa, o que nos dá mais esperanças de ver isto a acontecer por cá.
Como bom país mediterrânico, a medida entrou em funcionamento com quase um ano de atraso depois de muitos avanços e recuos, a área taxada é minúscula (8km2), e "apenas os automóveis que poluem" - como diz hipocritamente a Câmara na publicidade - é que pagam. A questão é que os que "não poluem" e que estão isentos de portagem, são 60% dos carros que normalmente já entravam na cidade incluindo carros a diesel que são os piores em termos ambientais quando falamos de ambiente urbano, devido às emissões de partículas bem perigosas para a saúde e que sujam os edifícios. E sejamos honestos, o problema ambiental é só um dos vários problemas que os carros provocam nas cidades, ainda há o congestionamento, o ruído, os acidentes, a ocupação do espaço público, o stress, etc... Aparentemente estes não contam, ao contrário de Londres onde o objectivo principal era combater o congestionamento.
Com tanta isenção receio que venha a acontecer o que aconteceu em Atenas (outro mediterrânico), quando em 1982 introduziu o actual sistema de controlo de entradas: nos dias pares só entram matrículas pares e o mesmo para os ímpares. Obviamente que todas as famílias arranjaram um carro com matrícula par e outro com ímpar para contornar a proibição.
Bom... melhor que nada, nem que seja pelo acto simbólico. E bem gostaria de ver isto por cá.
(Ironicamente uma amiga minha chegada hoje de Milão, por onde andou a passear ontem, e não sabendo nada das portagens contava-me há pouco que a cidade tinha o ar muito poluído...)
Adenda: Berlim tomou uma decisão semelhante ao proibir (multa de 40€) os carros mais poluentes de entrar no centro. Tal como Milão é um acto simbolicamente importante e positivo, mas com pouco impacto já que 80% dos automóveis são admitidos no interior e porque mais uma vez faz esquecer todos os outros impactos negativos que os automóveis têm nas cidades. Nesse sentido nem vejo uma grande diferença entre um carro muito poluente e um carro médio, o que me leva a pensar que o sistema milanês é mais justo.
Como bom país mediterrânico, a medida entrou em funcionamento com quase um ano de atraso depois de muitos avanços e recuos, a área taxada é minúscula (8km2), e "apenas os automóveis que poluem" - como diz hipocritamente a Câmara na publicidade - é que pagam. A questão é que os que "não poluem" e que estão isentos de portagem, são 60% dos carros que normalmente já entravam na cidade incluindo carros a diesel que são os piores em termos ambientais quando falamos de ambiente urbano, devido às emissões de partículas bem perigosas para a saúde e que sujam os edifícios. E sejamos honestos, o problema ambiental é só um dos vários problemas que os carros provocam nas cidades, ainda há o congestionamento, o ruído, os acidentes, a ocupação do espaço público, o stress, etc... Aparentemente estes não contam, ao contrário de Londres onde o objectivo principal era combater o congestionamento.
Com tanta isenção receio que venha a acontecer o que aconteceu em Atenas (outro mediterrânico), quando em 1982 introduziu o actual sistema de controlo de entradas: nos dias pares só entram matrículas pares e o mesmo para os ímpares. Obviamente que todas as famílias arranjaram um carro com matrícula par e outro com ímpar para contornar a proibição.
Bom... melhor que nada, nem que seja pelo acto simbólico. E bem gostaria de ver isto por cá.
(Ironicamente uma amiga minha chegada hoje de Milão, por onde andou a passear ontem, e não sabendo nada das portagens contava-me há pouco que a cidade tinha o ar muito poluído...)
Adenda: Berlim tomou uma decisão semelhante ao proibir (multa de 40€) os carros mais poluentes de entrar no centro. Tal como Milão é um acto simbolicamente importante e positivo, mas com pouco impacto já que 80% dos automóveis são admitidos no interior e porque mais uma vez faz esquecer todos os outros impactos negativos que os automóveis têm nas cidades. Nesse sentido nem vejo uma grande diferença entre um carro muito poluente e um carro médio, o que me leva a pensar que o sistema milanês é mais justo.
(obrigado Hugo)