Provavelmente nenhum leitor alguma vez reparou nisto (o que em si é a prova #79 de que Lisboa é para carros não para pessoas):
a quase totalidade de cruzamentos em Lisboa tem o menor número possível de passagens de peões. Não é que isto seja feito de propósito, os cruzamentos são é pura e simplesmente pensados de modo a incomodar os automóveis o menos possível. Não é ao peão, que é quem dá vida à cidade, que é atribuída a prioridade máxima. Sejam cruzamentos sem semáforos (logo com passadeiras) ou com semáforos, isto acontece mesmo nas zonas da cidade onde há mais peões, mais vida e mais comércio: Av. Liberdade, Av. Fontes Pereira de Mello, Av. Roma, Baixa, Av. República, etc... E quem diz Lisboa, diz provavelmente todas as cidades do país.
Por exemplo:
Para passar de D a C, o peão é forçado a cruzar 3 vezes a rua, esperando por isso durante 2 ou 3 mudanças de sinal. De D a B , ou A a C espera por 1 ou 2 mudanças de sinal. Os veículos, seja qual for a chegada e a partida, esperam apenas por 0/1 mudanças de sinal.
E isto não se fica pelos cruzamentos com 4 entradas, aplica-se também aos com 3 ou 5, onde o caso consegue ser mais aberrante.
Da próxima vez que andar na cidade repare. E espante-se.