Barreiras humanas a uma Lisboa ciclável II (estacionamento)
Uma bicicleta estacionada ocupa 60 vezes menos espaço que um carro, e por isso pode ser estranho ouvir alguém afirmar que não se desloca de bicicleta por não ter sítio onde a deixar. Contudo, é uma queixa válida que frequentemente oiço de quem gostaria de usar a bicicleta, mas que muito raramente oiço de quem gostaria de ter carro.
São poucos os prédios onde há facilidade em deixar uma bicicleta, e logo muita gente não tem outra hipótese se não transportar a bicicleta escadas acima e deixá-la numa varanda. No outro extremo do espectro, temos o estacionamento do automóvel que entre nós se considera ser uma responsabilidade dos poderes públicos e não do dono do dito, ao ponto de ser literalmente a preocupação número 1 de muitos presidentes da junta, e estar sempre presente em tudo o que é discussão sobre transportes e espaço público da parte das câmaras municipais.
No Norte da Europa, a esmagadora maioria dos prédios tem arrecadações de fácil acesso para deixar a bicicleta. A foto mostra uma calha omni-presente em tudo o que é escadarias na Holanda, na cave de um prédio:
As câmaras poderiam ainda tmobrigar os estacionamentos subterrâneos concessionados (que são vigiados) a ter lugares de estacionamento para bicicletas. Outra solução seria ainda a criação de infra-estruturas na rua como estas duas (uma Roterdão, outra de Copenhaga):
A falta de estacionamento é, tal como os semáforos, uma barreira à bicicleta em Lisboa, e fomos nós que a criámos, não foi a natureza.
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E a sugestão de leitura de hoje vem do Lisbon Cycle Chic, que fala da seguinte fotografia dum estacionamento de bicicletas de crianças, que, atenção, é tirada em Lisboa!