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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

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Os submarinos e os transportes

MC, 04.03.11

Foi preciso a Wikileaks divulgar um telegrama do embaixador americano em Lisboa para ficar claro o que todos já sabiamos: os submarinos foram um brinquedo tecnológico caríssimo que o "Ministro de Estado, da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar" da altura quis comprar. O telegrama diz ainda, que dado o tamanho da costa portuguesa, seria muito mais proveitoso ter mais fragatas para controlar atentados ambientais, tráfico de droga, etc.

Esta atitude de querer brinquedos tecnológicos em vez de meios que sejam realmente úteis e eficientes é um mal que se repete noutras áreas, especialmente nos transportes públicos.

Lisboa e Porto têm sistemas bilhéticos de tecnologia de ponta (embora incompatíveis entre si, e até dentro de Lisboa há incompatibilidade), que na realidade prestam um serviço pior aos clientes do que o sistema baseado em papel que a Holanda tem (tinha) desde há 30 anos.

A beleza das estações de metro de Lisboa fazem corar os outros metropolitanos europeus, com a exceção de Moscovo (outros que gostam de brinquedos, aliás). Contudo não se pode dizer o mesmo da extensão da rede, que seria mais importante.

Os autocarros da Carris são do mais moderno e confortável que eu tenho visto em toda a Europa. Lisboa é até das poucas cidades com autocarros com wi-fi disponível. Os autocarros são seguidos por GPS, e a informação está disponível ao segundo para os clientes por SMS e por e-mail. A Carris tem ainda entretido-se a criar serviços paralelos, como uma cópia barata deste blogue, um serviço de carsharing, etc. Tudo  de algum modo útil, mas o principal problema serviço da Carris que é apontado há décadas, a baixa frequência dos autocarros, sé tem piorado (ainda esta semana outra vez).

Portugal tem das melhores redes de auto-estradas do mundo, mas falta-lhe o básico. Não há comboio em muitas cidades e o planeamento territorial é tão mau que mesmo o automóvel sai prejudicado.

Gastamos dinheiros em iPads que dão nas vistas, mas contamos os tostões no supermercado.

 

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O Passeio Livre conta uma história parecida, uma escola com parque de estacionamento mas sem campo de jogos.

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