Lisboa é um parque de estacionamento IV
O traçado antigo de muitas ruas estreitas europeias obriga a escolhas entre os peões e os automóveis. Depois de garantido o espaço para a circulação de automóveis (já nem peço que se ponha o peão em primeiro), há que escolher entre dar prioridade à circulação de peões ou ao estacionamento de automóveis. Mais uma vez nem preciso de ir buscar exemplos do Norte* para mostrar que Lisboa escolheu ser um parque de estacionamento legal.
Paris
Lisboa
E estes não são apenas exemplos soltos. Basta olhar para as quatro primeiras (tiradas praticamente ao calhas do Google Street View) para nos apercebermos que elas nos causam estranheza. Tal visão é algo raro em Lisboa. E mais, a visão de baixo (uma rua com micro-passeio mas com estacionamento) é algo que não se encontra nas outras cidades.
* As cidades italianas usam uma solução intermédia onde não há passeio, tipo Alfama. Como o peão não é suposto estar confinado a uma aba minúscula da rua, mas é mesmo suposto caminhar pelo meio, as viaturas nunca atingem as velocidades de Lisboa. A Grécia não está incluída no Google.
Há um mês atrás houve notícia da maior multa de sempre paga na Suiça por excesso de velocidade: 200 mil euros por circular a 137km/h numa estrada nacional. Há que dizer que na Suiça (como salvo o erro na Suécia) as multas de trânsito são proporcionais à riqueza do condutor.