Mais uma ciclovia pintada por ativistas em Lisboa
Na madrugada do Dia Mundial da Bicicleta, vários cicloativistas tentaram fazer aquilo que a CML já deveria ter feito há muito: uma melhor partilha da Av Roma entre automóveis e bicicletas.
Manifesto da intervenção:
Esta intervenção é uma iniciativa cidadã levada a cabo por um grupo de utilizadores de bicicleta, anónimos sem qualquer associação entre si ou com outras entidades, que tem por objectivo ligar as recém-realizadas ciclovias da Praça de Londres, Avenida Guerra Junqueiro e Avenida Manuel da Maia, à ciclovia com mais de 10 anos que liga a estação do Areeiro a Entrecampos, para assinalar o Dia Mundial da Bicicleta.
Esta acção é um sinal de encorajamento à Camara Municipal de Lisboa, para mostrar total apoio às “ciclovias pop-up” que têm sido feitas nas últimas semanas (sem ter sido, até ao momento, anunciado oficialmente um plano concreto de mobilidade para resposta à pandemia) e alertar para a necessidade de acelerar o muito que está por fazer.
É urgente implementar já todas as ciclovias que estavam planeadas para os próximos anos, e ampliar esse planeamento para que todas as zonas de Lisboa sejam servidas por ciclovia.
Ainda vivemos a Maior Pandemia do Século de uma Doença Respiratória, que estudos apontam ser seriamente agravada pela poluição atmosférica – que já era um grave problema para a saúde dos cidadãos antes da pandemia.
É hora de agir. Assim como no pós-terramoto de 1755 não se fez a reconstrução da cidade de Lisboa nos moldes da cidade medieval, depois do estado de emergência, a mobilidade dos cidadãos não pode voltar aos moldes pré-Covid-19.
Precisamos de mais ciclovias, a funcionar em rede interligadas entre si e ligadas aos principais acessos cicláveis dos concelhos limítrofes, que garantam a todos os que vivem, estudam e trabalham em Lisboa, ou visitam a cidade, possam deslocar-se de qualquer ponto da cidade a outro em qualquer horário, de forma rápida, confortável e acima de tudo segura.
Precisamos de uma rede de ciclovias que assegure a nossa segurança bem como dos nossos filhos, dos nossos netos. Queremos deslocar-nos de forma mais segura e queremos que sejam facultadas as condições para que ainda mais gente opte pela mobilidade suave, activa e limpa na nossa cidade.
É urgente reduzir drasticamente os veículos com motor a combustão do centro da cidade para diminuir a poluição atmosférica. É urgente reduzir a velocidade automóvel nas ruas e avenidas de Lisboa para 30km/h de forma a diminuir a poluição e a sinistralidade rodoviária dentro do concelho.
Sendo precisamente neste ano de 2020 a Capital Verde Europeia e a VeloCity em 2021, Lisboa tem a responsabilidade e a oportunidade de ser o farol para o futuro da mobilidade, não só do país, mas da Europa.
(* a solução correcta a implementar definitivamente seria uma ciclovia segregada em cada sentido em toda a extensão da avenida)