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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Sedentarismo

TMC, 20.12.10

Em conversa com um amigo, cheguei à conclusão de que tal como é possível inferir a quantidade excessiva  de ingestão de alimentos  de alguém a partir da sua obesidade, também deveremos ser capazes de inferir a ineficiência energética de um sistema de transportes de uma sociedade observando o quão depende ela do uso do automóvel particular.

 

Ambas as patologias baseiam-se numa excessiva ingestão de energia (em calorias ou litros de combustível) para lá dos níveis necessários ao funcionamento saudável do corpo ou do sistema de transportes. Os comilões ou os automobilistas intransigentes podem admitir que têm um problema mas que não há nada que possam fazer para mudá-lo; ou admitir que são como são devido a uma escolha individual que deve ser repeitada e que não prejudicam ninguém com essa escolha. Terão razão?

 

É paradoxal que o nível de sedentarismo de uma sociedade esteja então relacionada com o grau de mobilidade que ela julga ter através do automóvel. A não ser que queiramos defender a opção individual a ser sedentário como legítima, devemos reconhecer que estamos a ficar cada vez mais...sedentários. Tal como o vejo, tornarmo-nos mais sedentários é uma inevitabilidade do mundo moderno, mas importa traçar limites; seja qual for a tarefa em que uma dada máquina tenha substítuido o que antes poderíamos fazer com o nosso trabalho, ficar sedentário é ficar dependente, perdendo autonomia e poder e entregando-os aos fabricantes dessas máquinas. Podemos escolher ficar dependentes, mas não deveríamos ser obrigados a fazê-lo.

 

Outra medida correlacionada com os níveis de sedentarismo pode assim ser o número de pessoas que ainda pode andar a pé ou de bicicleta (a bicicleta é a máquina mais "natural" que conheço) para satisfazer as suas necessidades pessoais de trabalho e lazer. Com a quantidade de passeios ocupados e esburacados, estradas inseguras e de tráfego intenso, a presença do automóvel assemelha-se cada vez mais a uma imposição, à escolha de uma minoria poder transformar-se em regra para todos.

Bater com a porta (x2)

TMC, 17.12.10

Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra demitiu-se. A razão foi, entre outras, o cancelamento do projecto do metropolitano do Mondego. Está "farto" (com áudio) dos bloqueios do governo a vários investimentos em Coimbra (entre eles o polémico IC3).

 

Já em Outubro, após o anúncio dos cortes na administração pública, também Álvaro Maia Seco, enquanto presidente da Sociedade Metro do Mondego, se tinha demitido. A Sociedade foi constituída há 14 anos e as obras tinham arrancado este ano.

 

O mapa seguinte continuará uma miragem.

 

 


Sem contar com este nado-morto, quantos mais metropolitanos existem em Portugal? 

Apita o comboio

TMC, 17.12.10

É o adeus ao comboio, já anunciado nos vários PECs. A salvaguarda do direito à mobilidade a nível regional penderá cada vez mais para o automóvel particular. Um cidadão, um voto, um automóvel.

 

Para viajar entre muitas cidades e povoações será exigido um carro. Veremos, daqui a uns anos, se a administração da CP sofria de má gestão crónica, caso algum operador privado veja sustentabilidade financeira e decida investir emr algum troço.

 


A cidade do país cuja autarquia é responsável por ter entronizado e coroado o automóvel como paradigma da mobilidade também nos surpreende com exposições destas. Outra declaração de boas intenções, mas vale a pena espreitar o que estamos a perder se tivéssemos ruas feitas para todos. No MUDE - Museu do Design e da Moda - em Lisboa está presente a exposição A Rua é de Todos Nós, até dia 20 de Fevereiro de 2011. Nesse mês também haverá um simpósio dedicados aos temas da mobilidade suave e do urbanismo. A não perder.

 

Ponham os olhos na China

MC, 13.12.10

As autoridades de Pequim estão a preparar um plano de combate ao automóvel na cidade (via), incluindo:

  • Cada família só pode ter um carro
  • Portagens urbanas
  • Matrículas pares (ímpares) só entram na cidade nos dias pares (ímpares)
  • É preciso provar que se tem um lugar para estacionar o carro, para o poder registar
  • Combustíveis mais caros

Descontando a primeira, todas as medidas já existem em várias cidades mundiais. De lembrar ainda que a China tem um projeto muito forte de investimento na ferrovia.

Por cá, tudo isto seria heresia.

 

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O que deveria ser heresia, é esta foto do A Nossa Terrinha, tirada junto a uma das principais estações de comboio do país.

Adenda: há uma petição, organizada pelo Entrada Norte, a decorrer a propósito desta situação.

O visível e o invisível

TMC, 13.12.10

Muitos dos nossos comportamentos são tão frequentes precisamente por estarmos na ignorância das condições que os possibilitam. É também a frequência dessas acções que as torna habituais e, por isso, inquestionáveis. Se soubéssemos a lógica que proporcionou o aparecimento de um certo produto e a lógica do desaparecimento desse mesmo produto, alguns dos nossos gestos quotidianos não pareceriam tão inocentes ou leves, sem quaisquer consequências. De outro modo, parece que um dado produto existe autonomamente, por si só, desligado do mundo que o rodeia.

 

Saber as condições de aparecimento e desaparecimento de um produto ou do gesto que adquire esse produto é conjugar o invisível no visível. Conhecer essas condições dá-nos mais liberdade de escolha e torna-nos mais conscientes das nossas acções.

 

Aplicando, com a preciosa ajuda do fotógrafo Edward Burtynsky, é ver que isto:

 

 

E isto:

 

 

Acarretam necessariamente isto: exploração, refinação e transporte do petróleo.

 

 

 

 

 

Desastre no golfo do México.

 

 

Cada civilização é lembrada pelas suas ruínas. As nossas poderão ser estas:

 

Hong Kong.

 

 

Los Angeles

 

 

As cidades tornaram-se no resuldato de um planeamento urbano que depende demasiado de um recurso finito.

 

Subúrbios de Las Vegas

 

 

Quando o petróleo acaba ou os automóveis chegam ao seu fim de vida, o que fica?

 

Baku

 

 

Sucatas.

 

 

 

 

Ver mais fotos de Edward Burtynsky aqui. Um filme sobre como seu trabalho documenta a alteração das paisagens está aqui.

Notícias sobre "caça à multa" vão aumentar

TMC, 10.12.10

Trânsito de Lisboa e Porto passa para as polícias municipais.

Tal como o vejo, a medida destina-se a maximizar competências e a dar à Polícia Municipal, sob a alçada das autarquias, um maior controlo sobre as infracções ao trânsito e ao estacionamento. Se juntarmos a isto o tempo de vacas magras em que vivemos e os aumentos recentes do IMI, é expectável que as câmaras vejam na cobrança de multas uma forma de aumentarem o seu financiamento. E qual é o problema? :-)

 

 

 

 

A última experiência que tive foi em Lisboa. Fui à FIL no carro de um amigo que reside fora de Lisboa ver uma exposição de arte comtemporânea, e estacionámos a cerca de 2km do local. Um sítio frequentado por "pessoas de bem", ou "elites com muito bom gosto" e em que as crianças saltitavam por todo o lado, entusiasmadas que estavam com as obras de arte expostas. Ao percorrermos o local, a paisagem era a mesma, quer na Av. 24 de Julho, quer na Rua da Junqueira: bólides nos passeios sem qualquer pudor, muitas vezes com uma fresta mínima para os peões mais atrevidos passarem. À porta da FIL estavam dois agentes da PSP que, perante a minha queixa, arrebitaram o olho e estranharam quem lhes recomendava que fossem multar e rebocar uns carros, por ser o trabalho deles. Para que os leitores saibam, a PSP pode multar um carro mal-estacionado, mas a multa só chega a casa do dono do carro passado uns 4 meses e sem que este saiba, ou se lembre, do motivo pelo qual recebe a multa. É preciso dizer mais alguma coisa?

 

E sorte têm os tripeiros. Só tenho boas coisas a dizer do Porto e do seu urbanismo. Há mais amor. A capital está uma nojeira.

 

 

 

A Culpa Não Foi Minha: Culpa e Comportamento de Risco nas Estradas Portuguesas

TMC, 10.12.10

Sessão de apresentação do livro “A Culpa Não Foi Minha”: Culpa e Comportamento de Risco nas Estradas Portuguesas, de Maria João Martins

 

Apresentado por Rui Zink 

 

10 de Dezembro (6ª-feira) | 18h30m |Cooperativa Popular Cultural Barreirense | Barreiro

 
 
 


A ACA-M e a Câmara Municipal do Barreiro convida-o/a para a sessão de lançamento do seu novo livro "A Culpa Não Foi Minha" Culpa e Comportamento de Risco nas Estradas Portuguesas: Culpa e Comportamento de Risco nas Estradas Portuguesas, de Maria João Martins, apresentado por Rui Zink.

 

No início da sessão, será apresentado um conjunto de filmes sobre risco rodoviário.

 

O lançamento terá lugar no próximo dia 10 de Dezembro, às 18h30, na Cooperativa Popular Cultural Barreirense, junto aos Paços do Concelho, no Barreiro.

A autora do livro, Maria João Martins é Licenciada em Enfermagem e Mestre em Risco, Trauma e Sociedade pelo ISCTE. Desempenha a sua profissão no Centro Hospitalar de Setúbal - Hospital Ortopédico Sant'Iago do Outão e desenvolve investigação científica especialmente focada na área da Prevenção Rodoviária e Risco.

 

Este livro analisa percursos, percepções e argumentos de protagonistas de graves colisões, despistes e atropelamentos que aconteceram nas estradas portuguesas da actualidade.

 

Trata-se de um estudo em psicologia social que nos mostra que todos nós somos, ou podemos vir a ser, vítimas de um ambiente viário pervertido e de uma cultura desresponsabilizadora. Como uns e outros, vítimas e agressores, gerem a "culpa", seja ela efectivamente sentida ou imputada exteriormente, é o tema central e assumido do livro.

 

Mas nestas páginas desenvolve-se um argumento particularmente perturbador: a culpa existe? Ou melhor, ao concentrarmo-nos demasiadamente na busca persecutória do culposo, não estamos a pretender esconder o sol (da responsabilidade, e da co-responsabilização) com a peneira da atribuição de culpa?


Este livro é o primeiro da nova colecção "Risco Rodoviário" da ACA-M. Foi publicado com o apoio da Liberty Seguros.

O lançamento tem a colaboração da Câmara Municipal do Barreiro, da Cooperativa Cultural Popular Barreirense e do Bar Água e Sal, e conta ainda, para a apresentação dos filmes, com o apoio da Toyota Caetano Portugal e da CR&M - Formação Activa de Condução.

A poluição e as bicicletas

TMC, 09.12.10

Um artigo no Le Figaro dá conta da melhoria da qualidade do ar na região de Paris no período de 1998 a 2008.

 

Os autores do estudo apresentam um conjunto de razões que contribuíram para a diminuição da poluição atmosférica:

 

- melhoria da idade do parque automóvel
- melhoria das tecnologias de combustão e de eficiência energética
- normas europeias de emissões mais restritivas
- redução da circulação automóvel em Paris, através da diminuição de 8% nas deslocações nos subúrbios e de 27% na cidade de Paris

 

O cômputo geral foi uma diminuição em 80%, independentemente do trajecto, do monóxido de carbono (gás irritante) e do benzeno (substância cancerígena); os níveis de dióxido de azoto e das partículas finas (vulgo PM10) estabilizaram, mas em níveis pouco recomendáveis.

 

O estudo é porém mais interessante porque especifica a exposição à poluição atmosférica consoante o modo de transporte escolhido: a pé, de bicicleta, de autocarro, de tram, de metro e de automóvel particular. Os resultados mostram que os utilizadores da viatura particular são os mais expostos aos poluentes gasosos (monóxido de carbono, tolueno, benzeno e dióxido de azoto); isto talvez se deva ao facto da circulação ser feita no meio de outros veículos emissores e do clima interior do automóvel estar confinado do exterior, não se regenerando. Os peões e os passageiros de tram são os menos expostos, quaisquer que sejam os poluentes, enquanto os utilizadores de bicicleta encontram-se numa situação intermédia.

 

 

E contudo, este não é o fim da história. Estaria errado afirmar que estamos perante uma situação universal: a de que quem circula em automóvel está mais exposto aos poluentes atmosféricos ou que quem circula a pé e de transportes públicos o está menos. Embora haja certas tendências, constantes noutros estudos, as extrapolações para Lisboa ou Porto são tentadoras, mas perigosas. É necessário ter em conta a orografia da cidade, a distribuição do tráfego, o regime dos ventos e das chuvas.

 

Outro estudo, feito para Copenhaga,  coloca também os utilizadores de automóveis como os mais expostos às partículas finas e ao benzeno e os utilizadores de bicicleta como os menos expostos, indo contra a intuição que afirmaria que estes estariam nos primeiros lugares por circularem sem protecção no meio do tráfego rodoviário. Este artigo, por exemplo, conclui novamente que os utilizadores de automóveis são os mais expostos; os utilizadores de bicicletas que circulam nas estradas, contudo,são mais prejudicados do que os utilizadores de bicicleta que circulam em ciclo-vias segregadas.

 

Só que a exposição à poluição atmosférica é uma questão muito delicada. Se eu estiver algum tempo exposto ao fogo, sei que me queimarei; há uma relação directa entre o tempo de exposição ao fogo e os danos que ele me causa. Com os poluentes atmosféricos, regra geral, não é assim. A exposição não significa obrigatoriamente dano imediato; entram muitos factores em conta, como o metabolismo pessoal de cada um, que dificultam a tarefa daqueles que pretendem estabelecer uma correlação directa entre doenças cárdio-respiratórias, vasculares ou o cancro e a exposição crónica a níveis excessivos de diversos poluentes. Não é por passarmos um dia na poluída Avenida da Liberdade lisboeta que desenvolveremos qualquer tipo de doença; mas se a percorrermos todos os dias em hora de ponta, talvez.

 

É assim complicado defender politicamente, por razões de saúde pública, que um certo tipo de meio de transporte deva ser preferivelmente utilizado pelas pessoas de uma dada cidade, embora seja possível dar orientações. O primeiro passo é fazer estudos, para que pelo menos a população activa dessa cidade saiba os níveis da sua exposição se andar mais de bicicleta, a pé, de transportes públicos ou de carro. Para Lisboa, encontrei só esta brincadeira, e já lá vão uns anos.

 

O melhor (ou o pior) ficou para o final. Nenhum destes estudos simulou, porém, o sistema respitário humano. Aquele estudo que o fez, para Dublin, encontrou diferenças na afectação real à exposição atmosférica depois da simulação da respiração. Como muitos outros, verificou que sem essa simulação, os automobilistas eram os mais expostos (e, depreende-se, os mais afectados) e os utilizadores de bicicletas os menos afectados; mas depois de simular a respiração humana e tendo em conta os níveis mais elevados de respiração alcançados por um ciclista, verificou que os utilizadores de bicicleta tornaram-se no grupo dos mais afectados!

 

Extrapolando para Lisboa e Porto: para os utilizadores de bicicleta mais teimosos, pode ser um motivo para exigirem cortes à circulação automóvel nas cidades; ou construção de ciclovias longe das estradas; para os utilizadores mais casuais ou inexperientes, pode ser um motivo para abandonarem o que lhes parecia uma boa ideia. O fundamental, para Portugal, é lembrarmo-nos de que não existem estudos, por isso estamos todos um pouco sem chão para actuar. Estamos no domínio especulativo.

 

Adoptando porém a perspectiva mais pessimista de serem os utilizadores de bicicleta os mais prejudicados pela poluição atmosférica, parece-me que continuam (contínuamos) a ser os papalvos: ajudamos à melhoria da qualidade do ar da cidade e do seu ambiente por não contríbuirmos nem com emissões, nem com ruído, nem com espaço ocupado mas somos os mais expostos a acidentes e a doenças.

Marionetas

TMC, 06.12.10

Uma das funções da arte, além de um possível deleite nas suas formas, é fazer-nos reflectir sobre o que nos rodeia. No vídeo seguinte, Chris Burden simula o tráfego rodoviário da cidade de Los Angeles através de uma complexa estrutura de calhas de metal e cerca de 1200 carrinhos de brincar, num jogo que talvez pretenda ser mais do que uma demonstração da perícia técnica do autor. Enquanto houver energia, os carros continuarão a circular indefinidamente. Um carro voltará sempre ao ponto inicial. E depois repete-o.

 

 

Quem nunca foi criança e brincou com uns carrinhos? Um brinquedo está sempre subjugado às regras do jogo, feito pela criança: há o controlador e o controlado. A estrutura de Chris Burden mostra-nos de uma só vez, uma representação do que raramente imaginamos: o sistema de tráfego de uma cidade. Só lhe vemos algumas ruas, estradas e engarrafamentos; sentimos o ruído e a poluição atmosférica por ele criado, mas nunca o vemos completamente.

 

A questão é a seguinte: em que é que os nossos sistemas de tráfego são diferentes? Até que ponto não nos subjugámos aos seus imperativos?

 

 

 

Por que nem sempre respeito as leis de bicicleta

MC, 06.12.10

Por vezes não se pode virar à esquerda, e eu paro depois do cruzamento e viro agindo como um peão. Ou então viro no sentido proibido à direita, para esperar no semáforo dos veículos que vai da direita para a esquerda. Noutras ocasiões é um longo vermelho num cruzamento vazio que acabo por passar. Não tenho por hábito defender o desrespeito de regras mas o caso das bicicletas é muito diferente principalmente por duas razões, uma de trânsito e outra legal:

1. Este tipo de regulação do trânsito existe pura e simplesmente por culpa do automóvel. Tal como numa zona pedonal não há qualquer código do passeio - os peões caminham por onde quiserem - a bicicleta e os transportes públicos também não necessitam de muita regulação para fluírem bem e em segurança. Isto acontece porque uma pessoa de carro ocupa muito mais espaço a circular do que as restantes.

Como ciclista, já acarreto imensas consequências negativas da escolha automobilizada dos outros. Quantas mais poder evitar, melhor.

2. Do ponto de vista legal, as leis que condicionam o automóvel têm um objetivo muito diferente daquelas do peão e da bicicleta. Um peão ou um ciclista não devem atravessar um vermelho porque isso os coloca em risco. Um automobilista quando o faz além de se colocar em risco, coloca os outros em risco.  As consequências de uma má decisão da minha parte, apenas me afeta a mim - para um automobilista não é assim. Ele tem assim que ser mais controlado do que eu.

 

Em Amesterdão há uma enorme tolerância para com as bicicletas, que circulam sem luz, do lado esquerdo da rua, a maioria não pára nos semáforos, etc. sem qualquer consequência. E não é por a polícia holandesa ser tolerante, mas por se perceber que as consequência do erro do ciclista são acarretadas por ele. O automobilista, por outro lado, é tratado com menos condescendência - em teoria e na prática - do que por cá.

 

Há apenas uma razão que me faz pensar duas vezes... o respeito dos automobilistas para com os ciclistas. Contudo, com o aumento do número de bicicletas nas cidades, julgo que aqueles dois pontos vão entrar no inconsciente de todos.

 

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Este aumento de bicicletas em Lisboa não passou despercebido à TVI.