Sinistralidade dos peões no Público
O Público tem hoje uma série de artigos sobre o assassinato de peões nas nossas cidades.
Diz-se que as multas vão passar a ser cobradas num espaço de 48 horas, porque como diz e bem o secretário de Estado da Protecção Civil, "esta é a única linguagem que muitos condutores entendem: a da contra-ordenação". Há um relato de um dos muitos atropelamentos de crianças a aproximarem-se de autocarros (a lei alemã por exemplo é especialmente exigente a carros a passarem perto de autocarros), acompanhado por algumas declarações de quem fez um mestrado sobre o tema. Por último uma entrevista com o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Paulo Marques, sobre este tema.
Já muito escrevi aqui no blogue sobre isto, sempre alertando que mesmo as propostas das pessoas mais sensibilizadas para este problema (como as pessoas acima mencionadas), estão ainda longe do que já existe na prática no norte da Europa, por exemplo a strict liability. Deixo apenas um parágrafo antigo que mostra bem a gravidade da situação:
Um estudo do Departamento de Transportes do Governo Britânico sobre sinistralidade das crianças enquanto peões coloca Portugal no pior lugar dos países europeus analisados. Descontando a Polónia, todos os países têm taxas que são menos de metade (!) da taxa portuguesa. Por se tratarem de crianças, logo com menos noção sobre o comportamento e as regras do trânsito, seria de esperar que os números não fossem tão díspares. Concluí-se neste caso que o problema está no comportamento do condutor e não no do peão.
A ler, mais um relato sobre Vauban, subúrbio de Freiburg, desta feita no Apocalipse Motorizado baseado num artigo da Carbusters.