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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Adivinha: Qual é a cidade qual é ela...

MC, 13.10.09

Qual é a cidade qual é ela onde

os transportes públicos não são empatados pelo transporte individual,
os miúdos jogam à bola na rua, em todos os recantos da cidade, logo à porta de casa,

os cães podem andar sem trela sem correr perigo,

as pessoas nunca têm que esperar para atravessar a rua,
a hora de ponta é agradável apesar do grande movimento,

se pode abrir a janela durante todo o dia?

E levar a bicicleta à mão?

MC, 09.10.09

O Paulo do 100 dias de bicicleta em Lisboa defende que não há que ter vergonha de não conseguirmos fazer um percurso de bicicleta quando a rua é inclinada. É sair da bicicleta e ir a pé.

Uma amiga a viver na Holanda, diz que isso lhe acontece por vezes devido ao vento (a Holanda tem normalmente ventos fortes). Nesses casos sai da bicicleta e vai a pé.  Não é por haver ocasionalmente vento forte que as pessoas desdenham a bicicleta.

 


Um relato roubado por aí que talvez explique a diferença:

Ontem à noite ao voltar da bicicletada houve um sujeito que me buzinou furiosamente porque achava que eu devia ir na faixa de BUS. Quando parou num semáforo, abordei-o e o tipo foi extremamente agressivo. Eu expliquei-lhe que não podia ir no BUS por causa do CE e ele disse que o CE obrigava-me a ir o mais à direita possível, logo no BUS. Eu mandei-o ir ler o CE outra vez e ele ameaçou-me exactamente com estas palavras: "se eu te der uma trancada já não lês mais nada". Ia com a mulher e a filha, uma miudinha de praí de 4 anos, e não teve quaisquer problemas em ameaçar-me deste modo.

Carro, esse monstro sedento de espaço urbano, em NY pela StreetFilms

MC, 09.10.09

Mais um brilhante vídeo da Streetfilms.

 

A certa altura do video há dados de um estudo sobre a quantidade de espaço que é necessário por pessoa para ela se mover num certo modo de transporte: 

Peão: 2m^2

Bicicleta: 9m^2

Transportes Públicos: 9,5m^2

Carro: 120m^2, sessenta vezes mais que um peão! Esqueçam as patetices de quem diz que um automobilista só precisa de de 6m^2.

 


Posta a ler no CDU por Ourém, deixo apenas uma frasezinha: Um dia ouvi o actual presidente da câmara “não em exercício”, a propósito da necessidade de organizar e reforçar os transportes públicos, dizer qualquer coisa parecida com isto:
- Hoje em dia já toda a gente tem carro, as pessoas já não precisam de transportes públicos e isso é um sinal de que o concelho está desenvolvido.

obrigado Tiago

 

A poluição sonora automóvel mata

MC, 08.10.09

Esta notícia não merece ser atirada para o rodapé.


A recent Swedish study of 30,000 people in the province of Skåne has confirmed what many other studies have suggested. That the noise generated by traffic causes higher blood pressure and increases the risk of heart disease, strokes and blood clots.

"We have determined that at noise levels over 60 decibels there is a connection between high blood pressure in the young and the middle-aged and that it's an important risk factor in relation to heart disease and strokes"
, says Theo Bodin from the University Hospital in Lund.

 

Quem já passou por Amesterdão e Copenhaga, sabe bem como uma cidade pode ser tão diferente de Lisboa, Porto, Braga, etc. As cidades podem exister sem ruído.

 


Num documento da FPCUB como o Nuno Xavier - um leitor do Menos Um Carro - largou totalmente o automóvel e se tornou num ciclista urbano 100% convencido, via Vou de Bicicleta.

Strict Liability no Reino Unido

MC, 08.10.09

aqui falei da strict liability, a inversão do ónus da prova no caso de um acidente de automóvel. Existente em vários países, como a Holanda e a Alemanha, é um mecanismo legal que força os automobilistas a preocuparem-se com os mais vulneráveis, num reconhecimento de que a lei não deve tratar ciclistas e peões do mesmo modo que os automobilistas. A ideia é atribuir à partida a culpa (do ponto de vista civil mas não penal) ao automobilista no caso de um acidente. A ele caberá provar que tudo fez para o evitar e/ou que a culpa não foi dele.

A Times que notícia que a strict liability pode avançar no Reino Unido, define-a assim:

 

Such scheme would place the presumption of blame [presunção de culpa] against whoever was driving the most powerful vehicle involved in an accident, so they or their insurers would be liable [responsável] for costs or damages.

If a cyclist were hit by a car, the presumption of blame would fall on the driver, while a cyclist would automatically be blamed if he or she knocked down a pedestrian.

 


A Times tem também um artigo interessante sobre "ruas nuas", sem sinalização nem separação clara entre peões e tráfego, o chamado shared space que continua a crescer em Londres.

Cidades anti-peão: nem os cruzamentos do centro se safam

MC, 07.10.09

 

Finalmente fiz um video sobre um problema que existem em quase todos os cruzamentos das nossas cidades. Um problema invisível a todos, mesmo a quem se preocupa com os peões. Quando um cruzamento é desenhado, ele é pensado de modo a minimizar o tempo de espera dos automobilistas. Só depois se pensa no peão, e inventa-se uns percursos para ele atravessar o cruzamento. Pouco importa se o percurso é longo e tem muitas esperas.

o vídeo tenho um exemplo de um cruzamento muito simples, uma avenida estreita com uma rua secundária de um só sentido, numa zona muito comercial de Lisboa. Em alguns casos, o peão tem que esperar por 3 semáforos diferentes para atravessar apenas uma via. O automóvel nunca espera mais de um semáforo. Vejam o video que diz tudo.

 

 


Post a ler: uma cicovia atabalhoada no Porto no De Bicicleta no Porto. O carro nunca foi sacrificado, e o que não falta são situações "estranhas".

Quanto custa uma auto-estrada na cidade

MC, 07.10.09

Quando falamos numa auto-estrada não nos apercebemos dos custos totais dela. Bem sei que é um caso excepcional, mas mesmo assim é assustador. O fim da CRIL em Lisboa custou 20 milhões de euros por quilómetro só em expropriações. São 35€ por cada um dos 2 milhões de Lisboetas.

Uma cidade com uma mobilidade mais humana, baseada em peões, bicicletas e transportes públicos, nunca precisaria destas infra-estruturas megalómanas.

 


Boa notícia: o Metro, a Carris, a CP e a Transtejo/Soflusa vão testar a compra de bilhetes por telemóvel

Rua fechada ao trânsito leva a melhoria do comércio em Madrid

MC, 05.10.09

Mais um exemplo de como a sociedade do automóvel é o maior inimigo do comércio local. A Calle Fuencarral em Madrid foi fechada ao trânsito há poucos meses, tendo passado disto

 

a isto

 

 

O NY Times conta como o comércio da zona se revitalizou. Independentemente do comércio, julgo que as duas fotos mostram o quanto ficamos a perder quando as cidades são feitas para o automóvel e não para as pessoas.

(via Por Cidades Mais Sustentáveis)

 


Fui naive quando escrevi que o Passeio Livre ia forçar os candidatos à CML a discutir a mobilidade pedonal, o tema que está sempre ausente nas eleições em oposição ao automóvel que enche páginas de jornais. Também neste debate os candidatos levaram a conversa para... o automóvel.

Resumos a ler e ouvir no Spectrum, no bananalogic, e na TSF. Ficheiros audio (ogg e mp3) do debate aqui.

 

Triste retrato do país num só dia

MC, 04.10.09

Ao reler o Público de terça passada, reparo em três artigos que nos mostram o carro-centrismo vigente em Portugal. Arrisco a dizer que qualquer jornal de qualquer dia o faria.

 

1. A China vai avançar com o seu próprio TGV, alegadamente mais rápido que o francês. Tal como os EUA, a China é um país que normalmente não associamos à mobilidade sustentável mas à promoção do automóvel. Tal como a grande maioria dos países europeus também eles têm projectos de comboios rápidos a avançar a todo o vapor. Em Portugal...

 

2. Na região com maior densidade de auto-estradas da Europa, Lisboa, foram inaugurados mais 23km de auto-estrada. Uma notícia que aparece na página 27 porque as inaugurações de auto-estradas já é algo banal. E com tanta auto-estrada que já existe obviamente que uma nova teria que ser paralela a outra já existente, ao IC19.

 

3. Por baixo desta notícia um título reza "Modernização da Linha do Oeste prioritária para todos". Detesto soar fatalista mas a ferrovia é sempre consensual, esta modernização deve ser consensual há muitas décadas, mas nada acontece. Apenas auto-estradas.

 


Para compensar, um cartoon do mesmo jornal:

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