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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Custos dos semáforos (!)

MC, 28.04.09

A opinião geral sobre os impostos pagos pelos automóveis e pela sua circulação é que eles são muito altos. Nada mais longe da verdade se compararmos com os reais custos do automóvel (ver aqui por exemplo) que acabam por ser pagos por todos e não apenas por quem o usa.

Há dias no Público havia uma pequena notícia sobre os semáforos (apenas necessários devido ao abuso do automóvel) em Lisboa. Vão ser alteradas as lâmpadas de 567 semáforos na "avenida" da Liberdade e na Baixa, o que vai permitir à câmara poupar 30 mil euros por ano! 30 mil euros! O custo desses semáforos é obviamente maior. E só estamos a falar da electricidade dos semáforos! Faltam as lâmpadas, o semáforo, a sua manutenção, o circuito dos semáforos, os detectores do tráfego que controlam os semáforos, a estrutura computacional que os gere, os técnicos responsáveis por eles, etc. E o número de semáforos na cidade e no país inteiro é também muito maior.

E estamos apenas a falar de semáforos!! A limpeza de ruas, a polícia, a manutenção das ruas, a DGV, os funcionários nas câmaras, o tratamento dos milhares de feridos nos hospitais, a lista é infindável, tudo isso é bem maior. E falo apenas de custos "monetários".

Soluções tecnológicas? II

MC, 28.04.09

A eficiência (energética e ambiental) dos automóveis pode ser um objectivo interessante em si mesmo pela redução dos consumos e das emissões, mas não é de modo nenhum essencial para a mobilidade urbana. Como repito tanta vez, essa é uma questão lateral e focarmo-nos nela é não ver o retrato alargado.

Em vez do raciocínio habitual, imaginar o que aconteceria se os motores fossem mais eficientes, imaginem o contrário. O que é que aconteceria se amanhã todos os tanques tivessem um furinho, por onde vertesse o combustível? Apenas quem realmente necessita do automóvel é que usaria, não haveria congestionamento, a velocidade média na cidade seria mais alta e o sistema de autocarros mais rápido, frequente e eficiente, haveria menos sinistralidade, os peões poderiam caminhar à vontade, não haveria problema de estacionamento, não haveria tanta poluição sonora e atmosférica, a cidade seria mais agradável. Possivelmente até os consumos energéticos seriam mais baixos.

 


Blog a visitar: cada vez mais gente decide usar a bicicleta como transporte ou complemente aos transporte públicos, e sente a necessidade de a contar e mostrar as suas vantagens. Uma mãe  (seria um pormenor se não se falasse tanto do transporte das crianças à escola) de Almada conta o seu caso no Blue Banana.

No mínimo irónico, o estacionamento de uma mísera bicicleta dar problemas

MC, 23.04.09

No Público de hoje, Catarina Freitas ligada ao Ambiente da Câmara de Almada (uma câmara que já ganhou vários prémios internacionais de mobilidade e energia) comentava a dificuldade de arrumar uma bicicleta. Muitas vezes têm que ser carregadas num elevador estreito, e metidas numa varanda, ou pura e simplesmente não se pode ter uma.

Na mailing-list da Bicicletada/Massa Crítica já vários pessoas se queixaram deste problema. Outras que tiveram problemas com o senhorio ou os condóminos por a deixarem no vão de escada.

A CM de Almada já obriga todos os novos edifícios desde 2007 a terem estacionamento coberto para bicicletas, e consta que a CM Lisboa já fez o mesmo.

O mais irónico é que o espaço necessário para estacionar 100 bicicletas apenas deve dar para 3 ou 4 carros. Mas como sabemos a cidade está apinhada de automóveis, e apesar de algumas queixas, parece-me claro que a cidade é em grande parte um parque de estacionamento. Mais um sinal da ditadura do automóvel sobre a cidade.

 

Aqui fica uma solução holandesa para este problema, um estacionamento protegido na rua:

No espaço de um carro, devem estar ali umas 10 bicicletas. Adoraria ver a reacção de um automobilista português, dos que acham que as câmaras lhes devem arranjar estacionamento, a ver uma coisa destas a ser implantada.


Um blog que já conhecia, mas  que me tenho estupidamente esquecido de publicitar (obrigado ao leitor EM por me lembrar!): Wheels versus Legs com uma documentação exaustiva do abuso contínuo do espaço dos peões por parte do automóvel, no concelho de Sintra

Soluções tecnológicas? I

MC, 22.04.09

Não sou grande simpatizante de grandes esperanças em soluções milagrosas provenientes de uma inovação tecnológica, especialmente no caso da mobilidade.

Um carro eléctrico, por mais eficiente que seja, não deixa de ser uma caixa de uma tonelada que leva 1,3 pessoas lá dentro. Uma tonelada para transportar 100Kg já é à partida ineficiente. Uma tonelada que na cidade precisa constantemente de ser acelerada e travada, que tem um enorme atrito, que causa congestionamento e necessidade de semáforos obrigando as outras caixas de uma tonelada também a gastarem energia desnecessária. Ou seja, não vejo maneira de um carro - seja lá qual for o motor - ser energeticamente e ambientalmente vantajoso. (E já nem falo dos custos não-ambientais que são mais graves).

Como dizia James Howard Kunstler quem está preocupado em como vamos poder continuar a andar de carro, não está a perceber o problema energético. O problema que se nos põe é como é que nos vamos movimentar sem carro.

 


Petição a assinar contra a construção do IC6 na Beira Alta. É mais um enorme custo em alcatrão, sem qualquer necessidade, que vai destruir zonas ambientais, destruir campos agrícolas e separar populações.

O automóvel é o meio de transporte urbano mais estúpido que existe I

MC, 21.04.09

Ontem houve um abatimento de terras na "Avenida" de Berna em Lisboa, tendo a circulação sido reduzida de 4 para 1 faixa em cada sentido. Esta simples alteração causou um congestionamento gigantesco, afectando zonas a vários kms de distância. No Areeiro, a 2km de distância, o trânsito estava praticamente parado!

Isto nunca aconteceria numa cidade onde a mobilidade fosse baseada em peões, ou bicicletas,  ou motas, ou autocarros, pura e simplesmente porque estes não necessitam de um espaço enorme para transportar uma pessoa. (Não se pode comparar com o comboio/metro porque estes não têm vias paralelas)

Claro que esta é uma situação excepcional e rapidamente resolvida, mas mostra aquilo que não vemos no dia-a-dia. É necessária uma estrutura viária imensa, caríssima e monopolizadora do espaço urbano para que o carro funcione minimamente. E mesmo assim, depois de dezenas de auto-estradas, túneis, vias-rápidas, e diminuição de passeios continuamos com pessoas que perdem várias horas diariamente em congestionamentos.

 


A não perder: o politólogo Pedro Magalhães defende hoje no Público mudanças radicais anti-automóvel em Lisboa, dando como exemplo o caso de Londres. Fala ainda no círculo virtuoso (Mohring Effect de seu nome técnico) que eu tantas vezes menciono: menos carros significa autocarros mais rápidos, frequentes e eficientes, o que significa menos carros, o que significa etc.

Um cheirinho: candidato que não proponha uma maneira séria e radical de impedir a entrada de carros na nossa cidade não merece um único dos nossos votos.

Bicicletas e mais bicicletas em Lisboa

MC, 21.04.09

Já lá vai uma dúzia de anos (desculpem a nostalgia!) o dia quando eu, que descia a av. EUA de bicicleta de noite, e um ciclista, que fazia o percurso inverso, acenámos um ao outro pelo simples facto de nos deslocarmos de bicicleta de noite numa avenida.nFelizmente já ninguém faz isso e nestes últimos dias (o tempo até tem estado mau!) tive várias boas surpresas.

Vii várias bicicletas dobráveis.

Vi bicicletas nos bairros históricos (aqueles que estão no meio das 7 cordilheiras).

Vi uma mulher com uma bicicleta dobrável (que se dobram e ocupam o espaço de uma mala de viagem - não era a do link) no metro, o que me chamou a atenção pela intermodalidade que apesar de ser tão vantajosa e simples muito pouca gente pratica.

Não vi mas viu uma vizinha, uma mulher a levar a filha pequena a uma das pré-primárias do bairro, transportando a filha numa cadeirinha na bicicleta.

 

Sinto-me ridículo a comentar estes episódios, mas há poucos anos atrás, eles pura e simplesmente não aconteciam.


Continuando nas bicicletas faço concorrência ao Cenas a Pedal, ao Bicicleta na Cidade, ao Vou de Bicicleta e ao Ma Fyn Bach e deixo uma dica sobre como guardar o capacete quando se deixa a bicicleta na rua.

Se estiver um poste ao lado, há espaço suficiente para prender a roda, o capacete e o poste.

 

Convem lembrar, que o uso do capacete é ESTRITAMENTE FACULTATIVO, tal como a grande maioria (totalidade?) dos outros países europeus.

Tudo o que você sempre me quis perguntar sobre carros eléctricos, mas não teve coragem de o fazer

MC, 20.04.09

Tenho tido imensos comentários em todas as postas sobre carros eléctricos, e tem havido aqui uma discussão sobre a minha opinião*. Receio estar a ser mal interpretado por quem leia apenas uma posta isolada, por isso resumo aqui os pontos fundamentais.

Um carro eléctrico vs um carro a combustão interna
A circulação do eléctrico é sem dúvida menos grave para o ambiente. Não é nada fácil encontrar estudos com uma panorâmica geral, mas nunca vi nenhum a apoiar o carro convencional; Acresce o facto da poluição do primeiro não ser local, não emitindo ozono, partículas e VOCs (os poluentes com impacto directo na saúde) junto das populações; O convencional, ao contrário do eléctrico, provoca grande poluição sonora, o que é um grave problema para a qualidade de vida, a saúde psíquica e até física de quem vive na cidade.
Por outro lado, a produção do carro eléctrico tem um impacte ambiental maior, devido à produção e desmantelamento das baterias.

Mobilidade em carro eléctrico vs mobilidade em carro a combustão interna
Andar 100km num eléctrico é menos gravoso ambientalmente que 100km num convencional, mas não é esta a comparação que deve ser feita. Numa perspectiva mais abrangente, o carro eléctrico por ser mais barato ao km (refiro-me a custos reais, sem impostos e subsídios), não vai ser usado nesses 100km mas em 150 ou 200. Isto não só agrava todos os problemas não-ambientais ligados ao automóvel (sinistralidade, ditadura sobre o espaço urbano, custos em infra-estruturas, congestionamento, etc.) como até pode reverter os "ganhos" ambientais. Se aceitarmos de uma vez por todas que estes custos devem ser pagos por quem usa o carro, o problema talvez não se ponha... mas isso aplica-se a ambos os carros!

Energia: Neste momento quase 40% da energia eléctrica em Portugal é de origem renovável (o que não implica que seja "verde"), mas não faz sentido falar nestes 40%. Uma mobilidade em carro eléctrico implica um aumento enorme das necessidades de produção de energia eléctrica. Dificilmente este rácio poderia ser mantido se amanhã todos os carros passassem a ser eléctricos.

Mobilidade em carro eléctrico como solução de mobilidade
Investir nesta mobilidade é não perceber o essencial. Os custos não-ambientais são do meu ponto de vista bem mais graves, e estes serão agravados com o carro eléctrico (se a mudança feita for apenas ao nível do motor). A energia é cada vez um bem mais escasso, o carro eléctrico apenas pode ajudar a reduzir a dependência do petróleo, mas é impossível continuar a produzir toda a energia eléctrica necessária.
Em todos estes aspectos (energia, ambiente e custos não-ambientais) um autocarro velhinho a diesel é muito melhor que um carro eléctrico. Ao insisti-rse no carro eléctrico está a desviar-se a atenção do essencial.

Governo
As minhas repetidas críticas ao governo no seu apoio ao carro eléctrico passam por ele não querer ver este último ponto, por "vender" o carro como solução milagrosa e "verde" que não é, e por canalizar verbas públicas de montantes obscenos para esta solução quando há outras melhores.

Eu preferiria que todos os carros actuais fossem eléctricos (se eu não tivesse que pagar pelo carros dos outros, como estou a fazer), mas essa questão é secundária. Enquanto discutimos se o paracetamol é melhor que a aspirina, esquecemo-nos que o paciente tem um tumor.

 

*por alguma razão não consigo responder no fórum depois de me inscrever. Para lá de algumas alegadas afirmações minhas que nunca fiz, gostei especialmente destas frases que me parecem ser dirigidas: Nunca foi surpresa para nós que aos poucos e poucos toda a industria petrolifera começará a fazer campanha contra os electricos. Cabe a nós, cidadaos esclarecidos e interessados no melhor em termos de economia/ambiente, divulgar a verdade sobre as enormes vantagens que os VE têm sobre os veiculos de CI.

 


A ler: a falsidade dos números da sinistralidade automóvel. Além da famosa questão de se deixar de fora quem não morre logo a seguir ao acidente, há ainda várias questões burocráticas que reduzem as estatísticas.

Julgo contudo que isto não invalida os excelentes resultados ao nível da redução da sinistralidade que têm acontecido nos últimos anos. Uma coisa é ser alto ou baixo em relação, outra coisa é subir ou descer.

Fugiu a boca para a verdade

MC, 19.04.09

É um mísero detalhe, um lapsus linguae, daqueles que fazemos sem notar. Mas é nestas coisinhas pequeninas e insignificantes que percebemos o que vai realmente na cabeça das pessoas. Na zona mais central de Rio Maior existe isto:

 

 

Num acesso a uma garagem, que é feito através do passeio, a câmara municipal desenhou uma passadeira. As passadeiras existem onde os peões podem atravessar  os locais reservados à circulação automóvel. Um passeio não é, em princípio, um desses casos. Ou será que sim?

 


A ler: a reacção dos comandantes da PSP sobre o reforço da polícia municipal em Lisboa, onde o representante destes afirma que tal reforço só serve para aumentar as receitas das multas para a câmara. Quando a própria hierarquia da polícia não percebe porque é que se hão de fazer cumprir as leis, estamos muito mal.

A indústria automóvel não brinca em serviço II

MC, 17.04.09

1. O governo aumentou ontem a contribuição que todos nós oferecemos a quem já esteja farto do seu popó antigo e queira comprar um novo. Agora pode chegar ao 1800€.

Como já escrevi, defender isto sob o manto da protecção ambiental é gozar com a inteligência das pessoas. Notei agora mais duas incoerências: se a ideia é promover a compra de veículos menos poluidores (o que deveria ser feito por penalização dos mais poluidores, não por descontos pagos por todos) porque é que quem compra um carro pela primeira vez não tem direito a este benefício? Se a ideia é reduzir o consumo de combustível, porque é que o mesmo benefício não é dado à compra de carros em segunda mãos menos poluidores, mas apenas aos novos?

Veja-se isto por onde se veja, este programa do governo (que é coordenado pela UE mas decidido a nível local) é pura e simplesmente um  enorme e inexplicável subsídio à indústria e ao comércio automóvel.

Sinceramente estou farto do meu portátil (isso sim, um instrumento de trabalho) e sinto-me discriminado pelo Estado não me ajudar a comprar um novo. Alguém percebe isto?

 

2. Há dias um representante do sector do comércio dizia que o sector estava mal porque não havia incentivos ao consumo! Mas haverá algum sector que não estivesse melhor se houvessem "incentivos ao consumo"?! Isto só prova que estão habituados a ter um tratamento especial.

 

3. Como antecipei na primeira posta, e já referi numa nota, a crise no sector automóvel já vinha de trás. A actual crise económica serviu apenas para atirar areia para os olhos das pessoas, quando se canalizam verbas públicas na Europa e EUA para a indústria automóvel.

 

4. A compra de automóveis segue um padrão de aquilo que em economia se chama  procura elástica. Ao contrário da comida, onde o consumo é mais ou menos estável em bons e maus períodos económicos, as compras de automóveis variam muito com a conjuntura.

Isto é um fenómeno que a humanidade conhece há milénios. Os celeiros existem para armazenar cereais, já que a sua colheita varia muito de ano para ano. O mesmo se pode dizer de muitos sectores económicos que aprenderam a viver com essa flutuação (turismo, artigos de luxo, etc.). Muitos mas não todos, o sector automóvel, que também sabia que a coisa viria abaixo, é neste momento o único a contar com um celeiro chamado dinheiro dos contribuintes. 

 


A ler: Mania das grandezas por José Saramago. Acho as conclusões do artigo a que ele se refere um bocado parvas (porquê 9 e não 5 ou 20?), mas isso não é o essencial.

Rábula do direito divino dos automobilistas

MC, 16.04.09

Na Vila de Abajo havia uma rua estreita onde existia uma serração. O negócio foi crescendo, e o pavilhão tornava-se demasiado pequeno. Por vezes era necessário trabalhar as tábuas no exterior porque eram demasiado grandes, outras tinham que ser pousadas cá fora porque o armazém estava cheio.  Os automobilistas que passavam na rua de duas faixas, aceitavam um pouco a contra gosto esta ocupação da rua, mas por simpatia nunca mostraram o seu desagrado. Tratava-se de espaço público, logo a serração também o poderia usar.

O negócio continuou a expandir-se, e as ocupações de uma faixa da rua tornaram-se permanentes. A circulação foi gravemente afectada, tendo sido causados inúmeros acidentes graves devido à circulação em sentido contrário na rua que agora apenas tinha uma faixa. A situação tornava-se insuportável e alguns automobilistas faziam-se ouvir. A serração retorquia perguntando "mas é impossível trabalhar sem ocupar a rua", e os automobilistas calavam-se.

Seguiram-se queixas para as autoridades, que alinhavam pelo diapasão da serração: sem aquele espaço eles não podem trabalhar. A serração, e até a grande maioria dos automobilistas apesar de desagradados, defendia que o incómodo não era assim tão grande, ainda existia uma outra faixa de circulação que estava normalmente livre. Na realidade, a culpa era da Junta, porque ela deveria pagar por um pavilhão novo. Afinal, a serração pagava impostos e até tinha uma licença de funcionamento da Junta!

Dizia-se que na Vila de Arriba, as serrações eram proibidas de tal ocupação, que eram obrigadas a mudarem-se de instalações. A maioria discordava contudo desta solução, onde é que a serração iria arranjar dinheiro para o pavilhão? Como é que poderiam sobreviver com esse custo acrescido? Alguns controlos ocasionais da polícia não eram interpretados com uma punição e um modo de pressionar a serração a mudar-se, eram pura e simplesmente caça à multa! Logo uma cobrança pelo uso do que é público!

Alguns automobilistas radicais começaram a colar um autocolante nas tábuas, a pedir respeito pela circulação. A serração ficou fula, muitos automobilistas discordavam porque o arrancar do autocolante atrasava o trabalho da empresa, e dizia-se que alguma polícia achava que os radicais até mereceriam uns bons tabefes.

Ao fim e ao cabo todos perguntavam aos radicais: mas onde é que queres que eles ponham as tábuas?

 

E agora troque-se serração por automobilista, automobilista por peão, pavilhão por estacionamento pago, etc. e releia-se


Foto tirada por um leitor no Forúm Social Mundial em Belém, Brasil:

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