Por que razão os peões deve(ria)m desrespeitar as regras IV
Porque é que há passadeiras para peões (faixa para pedestres no Brasil)?
A sério, porque é que é o peão - que deveria ser incentivado - que tem direito a uma excepçãozinha no reino do automóvel e não ao contrário? Porque é que não é o automobilista - que é quem realmente causa os conflitos de gestão de espaço com a sua escolha - a ter ocasionalmente o direito a atravessar o espaço do peão?
Isto não é só uma questão de palavras. Primeiro mostra a hierarquia com que as regras são feitas. Segundo, se a coisa fosse feita ao contrário isso teria um forte efeito psicológico no automobilista que vai virar, que percebe que é ele o intruso, o que o leva a avançar com mais prudência. Terceiro, se a ideia for levada a sério, havendo passeio em vez de passadeira, o passeio serve como lomba obrigando o automóvel a abrandar.
Veja-se esta fotografia de uma rua na Holanda, o passeio é contínuo, a rua não. Não é bonito?
Não estou a defender que haja este passeio, ou uma cor diferente no asfalto, em todos os cruzamentos. Isto serve apenas de mais uma prova de como as regras são desfavoráveis e injustas para os peões.
Mas parece-me que esta solução faz todo o sentido em ruas secondárias em zonas comerciais, residenciais e de forte tráfego pessoal.
Leitura recomendada: e porque já há muito tempo que não apareciam neste blogue fotografias de desrespeito das pessoas por parte dos automobilistas, Postais da Baixa em Lisboa no CidadaniaLx.