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Notícia no DD:
Ambientalistas contra nova ponte rodoviária do Tejo
Quatro associações ambientalistas manifestaram hoje a sua oposição à construção de uma terceira travessia rodoviária do Tejo em Lisboa, considerando-a «desnecessária, cara e com impactes ambientais excessivos».
Em comunicado hoje divulgado, a Quercus, a LPN, a SPEA e o GEOTA consideram que a terceira travessia não é um facto consumado, uma ideia que considera estar a ser promovida pela comunicação social «com a conivência do governo».
«Somos em princípio favoráveis à concretização de novas travessias ferroviárias, na medida do necessário, desde que com objectivos claros, optimizando as infraestruturas existentes e numa lógica de sistema integrado de transportes da Área Metropolitana», referem.
As associações opõem-se à construção «no futuro próximo» de uma terceira travessia rodoviária do Tejo em Lisboa, «em qualquer localização», uma vez que a consideram «desnecessária, cara, com impactes ambientais excessivos e mesmo contraproducente para a mobilidade» na Área Metropolitana de Lisboa (AML).
«A construção de tal travessia seria um investimento avultado e com impactes gravosos, que tudo indica ter uma relação custo-benefício muito negativa. Além disso, tal decisão é ilegal, na ausência de uma avaliação de impactes» ambientais, acrescentam no comunicado.
Argumento a argumento, os ambientalistas desmontam as justificações do Governo sobre este investimento, dizendo que a travessia não serve para satisfazer a procura gerada pelo novo aeroporto de Alcochete, tendo em conta que a ponte Vasco da Gama «tem capacidade excedentária» que pode comportar esses novos movimentos.
«Embora o estudo do LNEC [Laboratório Nacional De Engenharia] comparando Ota e Alcochete dê como adquirida uma nova travessia rodoviária, não fundamenta de todo esta pretensão, já que não considerou nem o seu custo, nem o seu impacte no ambiente e ordenamento, nem o conjunto do sistema de transportes da AML. É portanto tendencioso e sem fundamento tentar justificar a nova travessia rodoviária com o aeroporto», defendem.
Os ambientalistas também recusam a justificação de a nova travessia melhorar o acesso a Lisboa, invocando os estudos que «comprovam» que a construção de rodovias radiais de acesso a Lisboa contribuem para aumentar os movimentos pendulares e não resolvem o congestionamento dos acessos.
A melhoria da mobilidade na área Lisboa, segundo estas associações, deve ser conseguida apostando no transporte colectivo e não no transporte individual, nomeadamente criando um verdadeiro título inter-modal que cubra eficazmente todos os meios de transporte urbanos e suburbanos.
Subscrevo tudo. O comunicado completo pode ser lido neste
link da Quercus.