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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Bogotá

MC, 29.02.08
Há meses que queria fazer um apanhado da história de Bogotá, capital da Colômbia, que com pouco dinheiro se tornou num famosíssimo exemplo de mobilidade sustentável. O blog Carectomy tratou disso e fez um interessante resumo sobre a cidade dos TransMilenio (os autocarros expresso que funcionam tipo metro e que andam a velocidades médias 2 ou 3 vezes maiores que os da Carris), da Ciclovia (dia sem-carros semanal) e do centro urbano devolvido às pessoas.
A provar que basta querer...

Alguns excertos:

Sobre as campanhas radicais de mudanças de mentalidade e comportamento (ou campanhas anti-egoísmo diria eu):
Cards, red on one side and white on the other, distributed among citizens and used as in football (soccer) games to show approval or disapproval of actions — particularly of car drivers

 -Mimes in the streets that taught automobile drivers to respect pedestrian crossings, to use seatbelts, and to minimize the honking of horns

-Actors dressed as monks encouraging people to reflect on noise pollution


Peñalosa envisioned a pedestrian-friendly city and endeavored to make it reality. He spoke of “a city that today seems utopian, with trees, bicycles, beautiful sidewalks, full of parks, with clean rivers, lakes, libraries, clean, egalitarian…” Peñalosa improved and expanded mass transit, planted trees, improved pedestrian walkways, traffic signals, and lighting, restricted citizen’s use of cars, expanded bicycle paths, enhanced public space, and installed barriers to prevent cars from parking on sidewalks (which was common). Store owners were so enraged by this measure, which they thought would jeopardize customer parking—and, thus, their business, that Peñalosa was nearly impeached. Ultimately, however, Penalosa won the popularity contest, with over 40% of residents rating his performance in office as “excellent”.

Peñalosa discouraged automobile use, calling cars “the worst threat to quality of life of this city.”

Já tinha saudades

MC, 29.02.08
Já há algumas semanas (não muitas, claro) que este governo não vinha anunciar mais um mega-investimento no alcatrão. Nada mais do que mais mil milhões de euros, mais 100€ de cada um de nós para alcatrão.
Ao pé deste governo, a tristemente famosa política do betão do Ferreira do Amaral durante os governos de Cavaco Silva soa-me a uma política integrada de mobilidade sustentável.

Ils sont fous, ces nordiques!

MC, 27.02.08


Com uma avenida tão larga e tão recta como a da foto, numa zona não-comercial, estes nórdicos decidem impor o limite de 30km/h! Será que não sabem que os carros hoje em dia são mais seguros?

Ou será que eles se preocupem com a sinistralidade, principalmente a dos peões (e não dos gajos dentro da caixa de metal), com as crianças a brincar que podem atravessar a qualquer momento, com a poluição e o ruído provocado num bairro residencial, com o desviar o trânsito desse bairro, com a sensação de segurança de quem está apenas a andar na rua de sua casa?

If you're not going far, forget the car

MC, 21.02.08
O condado de Somerset em Inglaterra está a fazer uma campanha cheia de imaginação contra o abuso do automóvel. Aqui ficam dois cartazes:


Outros slogans:
On a bycicle you can expect to be as fit as an average person ten years younger if you cycle regularly.
Your heart could go a lot further without your car.
Sharing a 5-mile [8km] journey to work just once a week will save £500 [660€] per year.

Em Lisboa também está a decorrer uma fortíssima campanha a favor do transporte público, que tinha sido anunciada pelas autoridades há uns meses. Ainda não reparam? São estes bonecos colados nos vidros dos autocarros:

Com argumentos arrasadores como este, qualquer um fica convencido a deixar o automóvel em casa... (Ao menos já ficaram a saber o porquê dos bonecos)

Obesidade infantil

MC, 21.02.08
Ainda ontem a RTP transmitiu um programa sobre esse grave problema de saúde pública nos países ricos que é a obesidade infantil. E por coincidência O Xiclista tinha há dias uma tabela sobre esta doença nos vários países europeus:

Os países que mais associamos às bicicletas (Holanda, Dinamarca e Alemanha) estão os três no fundo. Portugal parece ser o primeiro em obesidade (barra escura), e está acompanhado pelos seus vizinhos mediterrânicos e "bicicletofóbicos" em termos de peso excessivo. Nem a dieta mediterrânica nos safa.
Claro que correlação não é causa, e a alimentação e o desporto escolar também contam (a correlação será bem mais baixa de certeza). E claro que andar de carro não implica ser obeso. Julgo que a situação é ainda pior, é toda a cultura de sedentarismo e comodismo que lhe está associada que é ali reflectida na tabela.

Comboio no Rossio... e Alcântara

MC, 20.02.08
(Desculpem mais um post exclusivamente sobre Lisboa)

Agora que reabriu o túnel do comboio até ao Rossio, que inclui a boa notícia do aumento da velocidade permitida, venho relembrar algo que se falou quando ele foi encerrado... mas que nunca foi para a frente: uma estação intermodal (comboio e metro no Rato). É que a linha de comboio passa por baixo da estação de Metro, mas em mais um exemplo da histórica separação das redes de transportes públicos em Lisboa, é impossível passar de uma linha para a outra. Bem sei, que seria caro, mas o anúncio quase semanal de novos "investimentos" no sistema rodoviário da Grande Lisboa de duvidosa eficiência, ridiculariza esse argumento.
Outro exemplo mais extraordinário é Alcântara Terra/Alcântara Mar. Extraordinário porque a infraestrutura até existe! E não me refiro à horrível passadeira de peões, que por exigir mais uma mudança e mais uma espera, e por ser longa e perigosa, nunca resultou. Existem carris à superfície a ligar as duas estações, poderiam ser criados comboios que viessem do centro de Lisboa (Oriente, Areeiro, Entrecampos, Sete Rios) e fossem até Alcântara e depois para a linha de Cascais (imaginem o sucesso e a utilidade que isto teria!), bastando para tal electrificar aquele quilómetro e criar um sistema de semáforos para os comboios à superfície.
Temos assim dois enormes buracos na rede ferroviária, que levam à ineficiência e ao desperdício dos meios existentes.


P.S. Só o facto de eu ter encontrado este gráfico com comboio E metro na página da CP (as "bolas" são minhas) é por si só uma excelente notícia. Lembrem-se das décadas em que ambos viveram totalmente de costas voltadas.

Egoísmo extremo

MC, 20.02.08
Esta notícia do JN sobre a estacionamento ilegal em Alcântara é hilariante pelas atitudes e citações que apresenta. Mostra bem o extremo egoísmo de quem acha que pode pôr o seu popó onde lhe apetecer. E isto também está bem patente na escolha de palavras do jornalista, que por vezes apresenta os transgressores como coitadinhos.

As multas e o bloqueamento de viaturas em Alcântara estão a deixar comerciantes e moradores com os nervos em franja. A presença mais assídua da Polícia Municipal, desde Dezembro, na sequência de queixas de munícipes, fez com que o estacionamento se transformasse numa dor de cabeça. A falta de espaço obriga à transgressão [obriga à transgressão? Que tal estacionar mais longe ou num parque?] e esta leva à multa. Até o presidente da Junta de Freguesia, José Godinho, veio gritar um "basta" através de uma carta aberta ao vice-presidente da Câmara de Lisboa.
"O negócio está péssimo. Quem é que pára aqui para mandar fazer uma chave por um euro para depois pagar 60 de multa?", questiona Luís Correia. (...) [Porque é que os comerciantes culpam sempre o estacionamento, em vez de procurarem as razões dos maus resultados na sua própria loja, como acontece em lojas antiquadas e desagradáveis da Baixa de Lisboa? Curioso também que nas cidades europeias, a "animação" das lojas costuma ser anti-proporcional ao número de automóveis].
José Manuel Soares, que dá apoio a uma familiar idosa residente na Calçada da Tapada, não podia estar mais insatisfeito. "Dantes estacionava em cima do passeio. Depois de me terem bloqueado as rodas fui colocar o carro no parque de estacionamento (a poucos metros, sob o viatudo da ponte) e roubaram-me o automóvel. Apareceu três dias depois todo danificado", contou ao JN.
José Godinho, presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, fala em "excesso de zelo", por parte da Polícia Municipal, na Rua Leão de Oliveira, sobretudo quando "bloqueia ou reboca viaturas que estão estacionadas em passeios larguíssimos". Segundo o autarca, "fica livre mais de metro e meio de passeio para os peões poderem circular".
Mas que raio de político é este que defende os seus munícipes transgressores em vez das vítimas?
Obrigado Hugo

Uma cidade sem carros

MC, 19.02.08
Num dos países que mais tem sido beneficiado com a ditadura do automóvel, nasce um projecto para uma cidade de 50 mil habitantes absolutamente sem carros. Em Abu Dhabi não quiseram ficar atrás dos vizinho do Dubai e as suas ilhas artificias e hotéis de sete estrelas. Vai ser criada Masdar, a primeira cidade livre-de-carros de raiz, apenas com um sistema de metro ligeiro...
E para quem ainda está convencido de que uma cidade sem carros é um absurdo, utópico e completamente impossível, que explique isso a esta gente.

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