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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Centro de mobilidade na Estação de São Bento

MC, 25.05.07
A secretária de Estado dos Transportes inaugurou o primeiro Centro de Mobilidade do país em parceria com a CP, o Metro e a STCP. Aqui os passageiros vão poder obter toda a informação sobre os transportes públicos do Grande Porto. Está também prevista a abertura de um centro semelhante em Lisboa. (Se as empresas de transportes públicos de Lisboa e Porto não estivessem voltadas de costas umas para as outras há décadas, já teríamos um "centro de mobilidade" em cada quiosque do Metro, dos autocarros ou dos comboios... Aliás chega-se ao ridículo de se noticiar a maravilhosa possibilidade de comprar bilhetes para os vários serviços da CP - urbanos e nacionais - de uma vez só, como se isso não fosse uma obrigação da CP.)
Outra boa novidade é a intenção da criação de um bilhete único para todos os transportes públicos do Grande Porto. (Espero que não seja como o "bilhete único" de Lisboa, que de facto é esteticamente igual para todos os transportes, mas na realidade continua a ser necessário possuir um bilhete para cada transporte.)

Ainda o túnel do Marquês de Pombal

MC, 25.05.07
  •  O Público escreve hoje (notícia não disponível online) que o trânsito tem estado muito congestionado em todas as avenidas próximas do túnel. Há quem responsabilize a falta de reajustamento dos sinais de trânsito (o que é plausível). Há quem diga que a Câmara está apenas a tentar maximizar a fluidez do trânsito saído do túnel para calar os críticos (também plausível). E há quem culpe as obras no Saldanha (um absurdo dado estas obras estarem em cursos há mais um ano). Eu avanço com uma teoria mais simples: o túnel traz mais trânsito que obviamente não pode ser escoado pelas vias subsequentes, entupindo toda aquela zona da cidade.
  • Santana Lopes volta a afirmar que o túnel reduz o número de automóveis na cidade: "Lisboa está muito melhor, (...) libertou-se espaço para os transportes públicos andarem mais depressa, que é o que as pessoas precisam para haver menos carros". Ai, ai...

As árvores são uma praga

MC, 25.05.07
Notícia do DN:

Quase todos os lisboetas, até os mais distraídos, reparam quando os jacarandás estão floridos. (...)
Tapetes lilases cobrem as ruas da capital, mas este fenómeno provoca alguma irritação a quem vive ou trabalha na capital: "É uma praga, embora seja uma praga doce", desabafa Marta Maldonado, moradora na Avenida D. Carlos I. Nos últimos dias, a residente do n.º 99 da avenida sai sempre de casa munida de esponja ensopada em detergente. "Para tirar isto é preciso uma boa esfregadela", explica Marta, apontado para as flores que secaram no tejadilho do seu automóvel.
E é por essa mesma razão que António Fortes, empregado da Cafetaria El Rey D. Carlos, evita estacionar nesta altura do ano debaixo das árvores alinhadas na Avenida D. Carlos I. Na maioria das vezes é mal sucedido e não tem outra alternativa senão transformar o seu automóvel no alvo certeiro dos jacarandás: "Reconheço que a cidade fica deslumbrante com as copas floridas, mas é muito irritante encontrar quase todos os dias manchas de flores ressequidas no meu automóvel", admite, justificando que, por mais que limpe as nódoas, estas nunca desaparecem por completo.
Quem diria, portanto, que os jacarandás de Lisboa têm um lado negro (ou seria melhor dizer lilás)? Mais do que isso é um assunto que divide os lisboetas. Há quem defenda que a espécie deveria estar confinada aos jardins e praças da capital: "Só assim se poderia evitar que as ruas e os carros ficassem sujos", argumenta António Forte.

Meus caros concidadãos, esse problema é fácil de resolver. É cortar tudo literalmente pela raiz e substituir por umas de plástico.

Presidente do ACP apoia Carmona

MC, 25.05.07
Que Carmona nunca foi um grande apoiante da mobilidade sustentável já se sabia. Agora que o presidente do Automóvel Club de Portugal, associação pró-automóvel por definição, o venha apoiar para a CML, fazendo inclusive parte da lista,diz muito da visão de Carmona para a cidade.
Ontem numa entrevista ao DN, Carlos Barbosa à pergunta "Há carros a mais em Lisboa?" responde "Existem é poucos transportes públicos. E maus." Para alguém que não usa os transportes públicos (como ele próprio diz) é fácil de criticar sem os conhecer. Os autocarros e o metro de Lisboa são em termos de conforto dos melhores do mundo. Há obviamente muitos problemas de horários, bilhetes, intermodalidade, etc... mas o mais grave é certamente o excesso de automóveis a circular e mal estacionados que obrigam os autocarros a circular a uma média de 10km/h. Como já tantas vezes escrevi, ńão é sensato exigir a melhoria do serviço dos autocarros em Lisboa sem haver antes uma redução do número de automóveis na cidade.
Por último quando interrogado se "o automóvel é o principal inimigo da qualidade de vida na capital?" responde "não". Uhm, devem ser as árvores... (ver outro post de hoje)

O automóvel, esse cidadão português

MC, 23.05.07
Em Lagos, bem perto do centro histórico, numa avenida de duas faixas é legal e recomendado estacionar no passeio de modo a ocupá-lo completamente.
Mais um escabroso exemplo de como deixámos de ser uma sociedade de pessoas para sermos uma sociedade de automóveis. Para quando o aggiornamento para o lema Um Carro, Um Voto?

(foto roubada d'O Carmo e a Trindade, repare-se no sinal)

Estacionamento em cima do passeio legalizado

Texto de Susana Fonseca sobre a carro-dependência

MC, 22.05.07
A Susana Fonseca da Quercus publicou há duas (?) semanas um interessante artigo intitulado "O automóvel e o (sub) desenvolvimento de um país" na revista Perspectiva que foi distribuída com o Expresso.
Fundamentalmente ela alerta para aquilo que eu já várias vezes escrevi: os portugueses, dado os rendimentos que têm, possuem um número estupidamente alto de automóveis.


Norte-americanos menos carro-dependentes?

MC, 22.05.07
Segundo o USA Today de sexta passada houve a primeira diminuição na distância média percorrida por cada automobilista nos EUA em 26 anos. Além disso o número de passageiros nos transportes públicos foi o mais alto em 49 anos. Segundo uma sondagem do jornal a principal razão tem sido o aumento do preço dos combustíveis. De lembrar que este preço nos EUA para o consumidor final é muito mais dependente do preço do petróleo do que na Europa, devido ao baixo peso que os impostos têm nele.

Os dados estão um pouco mal explicados, mas há aqui certamente uma inversão da situação. É só pena o aumento dos combustíveis não estar a reverter para os Estados através de impostos (que poderia ser usado em investimentos ambientais) mas para especuladores e regimes e governos duvidosos. De qualquer modo, o ambiente agradece.

(via CarFree USA)

Metro de superfície entre Amadora e Odivelas

MC, 18.05.07
Segundo o JN de ontem as Câmaras de Amadora e Odivelas estão a pensar construir um metro de superfície ligando os dois concelhos, e mais importante ligando estações do metro de Lisboa. Ainda segundo a notícia está a ser considerada a utilização de um veículo eléctrico "completamente não poluente" [sic]. (Há muita gente ingénua... Então e a electricidade vem de painéis solares instalados em cima das composições? A manutenção do metro será feita por bactérias microscópicas licenciados em engenharia?)

Embora haja aqui uma tentativa de integrar este novo transporte com o metro, tenho as piores expectativas para este projecto. Será mais uma empresa no já complexo sistema de transportes da Grande Lisboa, mais um horário a fixar, mais um bilhete ou mais um passe que os passageiros terão que ter, e pior de tudo mais uma mudança que os passageiros terão de fazer (muitas vezes o número de mudanças tem mais peso que o próprio tempo de deslocação nas decisões das pessoas). Porque não integrar este percurso numa das linhas do metro de Lisboa? Porque não realizar o trajecto de autocarro? Porque não se aprende com os erros do passado, como o de Oeiras?

Para quando uma Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa com reais poderes para poder cozer a manta de retalhos que são os transportes públicos de Lisboa?

Nova aquisição d'O Carmo e a Trindade

MC, 18.05.07
 Já aqui fiz várias referências ao blogue O Carmo e a Trindade, um blogue sobre Lisboa feito por vários cidadãos preocupados com a qualidade de vida na cidade. A eles juntou-se esta semana o Mário J Alves, especialista em transportes e - quase por definição - um forte apoiante da mobilidade sustentável. Uma participação a seguir com muita atenção.

P.S. o página pessoal de Mário J Alves, que já constava há muito da lista de links, contem vários textos a não perder.

Poupar na condução

MC, 17.05.07
Para quem tem mesmo, mesmo, mesmo de usar o usar o automóvel (tem que ser mesmo?) aqui ficam alguns conselhos para poupar na gasolina ou gasóleo, ou seja na carteira e no ambiente.
(descobertos no L'agonie du marché automobile français)

1) Adoptar uma condução suave: uma condução agressiva na cidade aumenta o consumo em 40%, ou seja 4€ inúteis por cada 100km.

2) Evitar grandes velocidades. A estrada não é um circuito de competição! Deste modo pode-se economizar até 20% de combustível.

3) Diminuir 10km/h na velocidade em auto-estrada. É bom para a segurança e ganha-se 7€ em trajectos de 500km.

4) Diminuir os trajectos urbanos. Usar os transportes públicos, a bicicleta ou ir a pé.

5) Fazer a manutenção do automóvel. Um filtro de ar sujo consome 3% mais e um motor mal afinado ainda mais. Usar pneus de baixo consumo, poupanças até 5%.

6) Encher correctamente os pneus. Com uma pressão baixa aumenta o perigo e o consumo.

7) Não abusar do ar condicionado. Poupança até 4€ por 100km.

8) Dar atenção aos equipamentos que permitem controlar o consumo: indicador do consumo, regulador de velocidade, sistema GPS e informação de trânsito.

9) Retirar o suporte no tejadilho: mesmo vazio aumenta o consumo em 10%

10) Há veículos mais económicos a chegar ao mercado. Pensar nisso para o próximo automóvel.


Já agora acrescento

11) Fechar as janelas. Redução até 4% no consumo.
12) Não transportar cargas inutilmente.
13) Antecipar uma travagem. Por exemplo, não acelerar quando o semáforo ao fundo está vermelho ou quando se aproxima uma curva.
14) Subir a mudança o mais cedo possível, de modo a reduzir as rotações do motor.