Validade dos bilhetes pré-comprados
MC, 19.04.07
Ao ler o título "CP: bilhetes pré-comprados não podem ter prazo de validade" de uma notícia do DD, pode se julgar por momentos que o absurdo prazo de validade de bilhetes teria acabado. Afinal o que está em causa é apenas a validade do dito enquanto o preço se mantém.
Ou seja, comprando 10 bilhetes hoje por 10€, daqui a uns meses o passageiro não os poderia usar mesmo que os 10€ ainda fossem o preço actual.
Fez bem o Provedor da Justiça ao proibir esta situação na CP, tal como já se tinha feito com o Metro de Lisboa que incorreu em idênticos atentados aos direitos dos passageiros. Actualmente a lei - que não está obviamente nas mãos do Provedor - apenas permite a perda de validade nos casos em que o preço é alterado (ou seja aumentado) e isso só pode ocorrer 15 dias depois da alteração. As empresas são ainda obrigadas a trocar os antigos títulos durante 30 dias mediante o pagamento do acréscimo.
Em Paris, por exemplo, estes 30 dias são.. ad eternum. Bilhetes com 5 anos podem ser trocados pagando a diferença.
Mas a questão principal nem é esta. Mesmo nos casos em que os preços se alteram, não faz sentido os bilhetes perderem a validade. Ao comprar com antecedência o passageiro está a pagar por um serviço que ainda não foi prestado, com óbvias vantagens para as transportadoras. Quem é beneficiado por este desfasamento normalmente paga por ele: alguém que peça emprestado paga juros sobre o dinheiro que mais tarde vai devolver, as compras a pronto têm normalmente grandes descontos, as revistas fazem enormes promoções a quem compra uma assinatura por longo período de tempo, etc...
A própria inflação mostra o absurdo da questão. Os 10€ que paguei há um ano, são hoje equivalentes a 10.3€, logo eu não deveria estar a pagar mais se ainda não usufrui o serviço.
Isto é o que acontece na Holanda. Não há simplesmente prazo de validade. (Recomendo também este post).
Este caso é mais um exemplo do total desrespeito e prepotência das empresas de transportes públicos em Portugal. Só tenho pena que a concorrência não seja solução para este sector, senão seria óptimo ver esta gentalha a ir à falência.
Ou seja, comprando 10 bilhetes hoje por 10€, daqui a uns meses o passageiro não os poderia usar mesmo que os 10€ ainda fossem o preço actual.
Fez bem o Provedor da Justiça ao proibir esta situação na CP, tal como já se tinha feito com o Metro de Lisboa que incorreu em idênticos atentados aos direitos dos passageiros. Actualmente a lei - que não está obviamente nas mãos do Provedor - apenas permite a perda de validade nos casos em que o preço é alterado (ou seja aumentado) e isso só pode ocorrer 15 dias depois da alteração. As empresas são ainda obrigadas a trocar os antigos títulos durante 30 dias mediante o pagamento do acréscimo.
Em Paris, por exemplo, estes 30 dias são.. ad eternum. Bilhetes com 5 anos podem ser trocados pagando a diferença.
Mas a questão principal nem é esta. Mesmo nos casos em que os preços se alteram, não faz sentido os bilhetes perderem a validade. Ao comprar com antecedência o passageiro está a pagar por um serviço que ainda não foi prestado, com óbvias vantagens para as transportadoras. Quem é beneficiado por este desfasamento normalmente paga por ele: alguém que peça emprestado paga juros sobre o dinheiro que mais tarde vai devolver, as compras a pronto têm normalmente grandes descontos, as revistas fazem enormes promoções a quem compra uma assinatura por longo período de tempo, etc...
A própria inflação mostra o absurdo da questão. Os 10€ que paguei há um ano, são hoje equivalentes a 10.3€, logo eu não deveria estar a pagar mais se ainda não usufrui o serviço.
Isto é o que acontece na Holanda. Não há simplesmente prazo de validade. (Recomendo também este post).
Este caso é mais um exemplo do total desrespeito e prepotência das empresas de transportes públicos em Portugal. Só tenho pena que a concorrência não seja solução para este sector, senão seria óptimo ver esta gentalha a ir à falência.