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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

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A energia e os transportes em Portugal

TMC, 24.08.09

Um colega brasileiro, numas postas atrás, comentava com espanto e curiosidade sobre a matriz energética portuguesa. Para quem não está enquadrado com o panorama nacional, é uma dúvida legítima. Mal sabe o Rogério que uma das principais riquezas do país são as nossas contradições.

 

O que assusta nos anúncios do governo sobre os benefícios concedidos não é a demagogia, o tom messiânico e o habitual sentido de progresso com que eles vêm engalanados. O que se exigia seria informação correcta sobre esse futuro auspicioso. E os limites à substituição do parque automóvel nacional, totalmente dependente de combustíveis fósseis por um parque automóvel eléctrico são bem concretos. 

 

Isto porque a componente eléctrica da nossa matriz energética, apesar da forte aposta nacional em energias renováveis (eólica, solar, biomassa e as desvantagens da hidríca) não tem muito mais por onde crescer de forma sustentada e não é suficiente, a longo prazo, para permitir uma mudança de paradigma; não é possível substituir o parque automóvel actual, totalmente dependente de combustíveis fósseis, para um parque automóvel eléctrico. Não só isso, mas mesmo que a percentagem de automóveis eléctricos cresça, eles nunca serão verdes: além dos recursos gastos na sua manufactura, além do espaço público exigido pela sua utilização, apenas um em três carregamentos das baterias é que seria proveniente de fontes renováveis.

 

 

 

 
 
A percentagem de energia em mega toneladas de petróleo equivalente usada por Portugal em comparação com a União Europeia a 27. Em termos comparativos, Portugal usava, em 1996, 35% da energia total (a que importava mais a endógena) em transportes, contrastando com os 28% da UE para o mesmo ano. Para o ano de 2006, Portugal usa cerca de 38% da sua energia para o sector dos transportes, o que assinala uma tendência clara da exigência energética do sector. A União Europeia, para o mesmo ano, apresentou um saldo de 32%.
 
 
 
A distribuição da energia empregue no sector dos transportes é clarificada através da tabela anterior. Os transportes rodoviários, em 1996, utilizavam 85,4% da energia reservada para o sector dos transportes, o que equivale a dizer que da energia usada em Portugal em 1996, 30,2% era usada na componente rodoviária dos transportes. Estes indicadores pioraram, em 2006, para atingirem 86,1% e 33,2%, respectivamente.
 

Resumindo, em Portugal é bastante possível e até aconselhável sermos mais eficientes no sector dos transportes sem adoptarmos necessariamente o automóvel eléctrico. 

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