Os transportes públicos afinal não são um papão
Todos já ouvimos críticas ao funcionamento e à cobertura dos transportes públicos vindos de quem não os experimenta há muitos anos. O presidente daquela associação de automóveis, é um exemplo.
Mas há quem dê a mão à palmatória e reconheça que não tinha razão (só por isso merece os parabéns):
Decidi experimentar e verifiquei espantado como foi rápido, tranquilo, limpo, com lugares sentados disponíveis e ar condicionado. Fiquei cliente da Carris e, mais recentemente, aventurei-me no eléctrico, não por questão de pitoresco, mas porque me transportou muito agradavelmente para onde queria ir.
Bem sei que os trajectos que refiro são relativamente curtos, que eu tenho o privilégio de viver quase sem horários, evitando horas de ponta, mas provavelmente há outras pessoas em situações semelhantes e que mantêm preconceitos contra os transportes públicos, perdendo muito em qualidade de vida.
Aconteceu-me o mesmo há poucos dias, quando tive de utilizar o comboio para ir buscar o meu carro a uma oficina em Vila Franca de Xira: tive a grata surpresa de descobrir um transporte rápido, funcional e limpo, com ar condicionado e bancos confortáveis, além de uma voz solícita que anuncia todas as paragens e ligações a outros transportes em cada estação. A anos-luz, portanto, dos tempos em que eu andava nos comboios desta mesma linha, que em hora de ponta mais pareciam transporte de gado.
Dou a mão à palmatória e não volto a dizer mal dos transportes públicos, que, pelos vistos, evoluíram imenso.
Esqueci-me de dizer que na paragem do eléctrico havia um placard a dizer quantos minutos faltavam para a chegada do próximo.
A ler: a Unesco retira a Dresden o título de Património da Humanidade (algo que acontece pela segunda vez na história) por a cidade ter insistido em construir uma ponte de 4 faixas que vai despejar automóveis no centro histórico, no Spiegel.