O automóvel é o meio de transporte urbano mais estúpido que existe I
Ontem houve um abatimento de terras na "Avenida" de Berna em Lisboa, tendo a circulação sido reduzida de 4 para 1 faixa em cada sentido. Esta simples alteração causou um congestionamento gigantesco, afectando zonas a vários kms de distância. No Areeiro, a 2km de distância, o trânsito estava praticamente parado!
Isto nunca aconteceria numa cidade onde a mobilidade fosse baseada em peões, ou bicicletas, ou motas, ou autocarros, pura e simplesmente porque estes não necessitam de um espaço enorme para transportar uma pessoa. (Não se pode comparar com o comboio/metro porque estes não têm vias paralelas)
Claro que esta é uma situação excepcional e rapidamente resolvida, mas mostra aquilo que não vemos no dia-a-dia. É necessária uma estrutura viária imensa, caríssima e monopolizadora do espaço urbano para que o carro funcione minimamente. E mesmo assim, depois de dezenas de auto-estradas, túneis, vias-rápidas, e diminuição de passeios continuamos com pessoas que perdem várias horas diariamente em congestionamentos.
A não perder: o politólogo Pedro Magalhães defende hoje no Público mudanças radicais anti-automóvel em Lisboa, dando como exemplo o caso de Londres. Fala ainda no círculo virtuoso (Mohring Effect de seu nome técnico) que eu tantas vezes menciono: menos carros significa autocarros mais rápidos, frequentes e eficientes, o que significa menos carros, o que significa etc.
Um cheirinho: candidato que não proponha uma maneira séria e radical de impedir a entrada de carros na nossa cidade não merece um único dos nossos votos.