Espaço para automóvel vs crianças
O vídeo (1min) que deixei neste post antigo dá que pensar nas restrições à alegria e crescimento emocional das crianças, que são causadas pela monopolização do espaço público por parte do automóvel.
Uma notícia recente da BBC quantifica este problema. De 1973 para 2006, a proporção de crianças inglesas que brinca na rua caiu de 75% para 15% (o meu exemplo pessoal aqui). Isto causou uma epidemia de obesidade infantil, e segundo um especialista consultado, esta alteração contribui para a baixa auto-estima, má condição física e emocional, e falta de sentido de inclusão das crianças.
Curiosamente umas das fotografias preferidas de J.H. Crawford, especialista em urbanismo livre de automóveis e responsável pelo Carfree Times, tem duas crianças a jogar à bola numa rua no Bairro Alto, um dos poucos bairros onde isso ainda é possível fazer em Lisboa:
Medidas radicais por esse mundo:
Cidade do México obriga os alunos a irem para a escola de autocarro. Um projecto piloto reduziu a poluição e o congestionamento na zona da escola.
Os funcionários camarários de Jakarta vão ser obrigados a deslocar-se de bicicleta quando em serviço.
Não estou a defender medidas semelhantes, apenas a querer enquadrar as reacções paranóicas que há em Portugal sempre que se fala em ninharias como multar carros no passeio, colocar pilaretes, reduzir estacionamento, controlar velocidades, etc.