Já cá faltavam os comerciantes velhos do Restelo
Depois da excelente e arrojada proposta da CML de impedir o trânsito de atravessamento da Baixa (atenção que também há aspectos negativos, mas isso fica para um post futuro), eram de esperar as reacções e o medo à mudança dos comerciantes da Baixa. Não deixa de ser irónico que a Baixa esteja a morrer, mas haja ao mesmo tempo tanta gente a querer agarrar-se ao seu actual estado.
Tenho pena de não ser possível enviar os comerciantes lisboetas a uma visitinha às cidades europeias onde o trânsito é altamente condicionado no centro (a larga maioria), e onde há muita vida, movimento e consumidores. À inenarrável reacção do ACP, apenas aconselho a leitura deste post, mas ao comerciantes que estão preocupados com o seu negócio recomendo:
O que aconteceu ao Bairro Alto depois de ser fechado ao trânsito
A diferença entre as "baixas" das cidades europeias e as "baixas" americanas
Comércio ficou a ganhar com as portagens em Londres
Comércio ficou a ganhar com interdição radical do trânsito automóvel no centro de Bogotá
Ruas fechadas ao trânsito levam a recordes de vendas em Londres
mas acima de tudo este
Equívocos dos comerciantes austríacos e ingleses quanto à mobilidade dos seus clientes (fim do post)
Acho que o receio dos comerciantes se resume ao velho problema de se achar que "quem não anda de carro não é gente"...
Fica aqui a minha homenagem à Márcia Regina Prado, activista pró-bicicleta de São Paulo, que eu obviamente não conhecia mas que foi atropelada mortalmente por um condutor que não respeitou a distância de segurança quando ela circulava de bicicleta.
Que sociedade estúpida é esta em que uma pessoa tem medo de fazer um coisa tão inocente como andar de bicicleta?
Homenagens no Panóptico e no Apocalipse Motorizado