Submissão
Andar de automóvel nas ruas estreitas de Lisboa é uma experiência angustiante. O cenário é o seguinte, de um lado um passeio ocupado por automóveis estacionados, do outro, um passeio minúsculo onde se atropelam os peões. Ao sentir um automóvel a aproximar-se ao longe, todos os peões param, encostam-se à parede, escondem-se entre os carros estacionados, sobem para um degrau, interrompem uma conversa colocando-se em fila indiana, encolhem os braços com os sacos. Porque é que a regra não-escrita não é o inverso, sendo o automobolista, que ocupa uma parte de leão do espaço público, a reduzir a velocidade, a ter cuidado, a desviar-se, a esperar para que alguém passe?
A origem do conflito do espaço é clara, o automóvel, não são os peões. Porquê esta submissão, então?
O Metro de Lisboa, por pressão da FPCUB, alargou (ligeiramente) o horário para transporte de bicicletas. Aos dias úteis, ele é agora possível a partir das 20h.