Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

A falsa questão da liberdade individual no controlo do trânsito

MC, 07.08.08

O Público tem hoje uma não-notícia na primeira página, onde é dito que as portagens vão ser mais caras para os carros só com um condutor à entrada de Lisboa (medida que a Quercus defende há mais de uma década). É uma não-notícia porque é apenas uma proposta de um estudo qualquer, e não uma decisão do governo (que já veio sublinhar isso mesmo). Aliás já perdi a conta à quantidade de posts que já escrevi aqui sobre medidas anunciadas pelas próprias autoridades, que depois não foram postas em prática.

 

O que me leva a escrever foram as várias reacções em blogs e em comentários à notícia que já surgiram esta manhã, algumas acusando esta não-medida de ser um ataque à liberdade individual. Eu diria que proibir o roubo de maçãs num hipermercado também é um atentado à minha liberdade.

Aqui entra o velho chavão de a nossa liberdade acabar onde começa a dos outros. O roubo da maçã não me afecta só a mim, afecta também terceiros (essa coisa vaga que são os proprietários do hiper). Ora como eu já aqui escrevi, andar de automóvel na cidade não é um decisão pessoal como beber café ou chá, mas mais como tocar bateria ou não às 4 da manhã num prédio. Em economia dos transportes é consensual que os custos de congestionamento que eu imponho aos outros (ao conjunto vago dos outros transeuntes) quando opto por andar de carro na cidade, são bem maiores do que os custos que eu acarreto pela minha decisão (combustível, desgaste do carro, etc...)... e até poderiam ser menores que a argumentação manter-se-ia. Assim ao entrar na cidade, ponho em causa os direitos de terceiros, logo o meu direito a entrar na cidade sem as devidas contra-partidas não pode ser tomado como um direito absoluto, tal como o meu direito de comer as maçãs que me apetecer não o é

 

Quanto à medida em si, e apesar de concordar que é bem melhor que nada (especialmente por incentivar uma cultura de car-pooling), tenho algumas dúvidas quanto a ela. Não percebo porque é que dois carros que causam os mesmíssimos custos à sociedade, devem ser tratados de modo diferente.

 


Post recomendado: O RedTuxer do Uma bike pela cidade esteve em Paris a visitar as Velib, as bicicletas públicas que tanto sucesso estão a ter.

 

Já agora peço desculpa pela quantidade enorme de comentários que estão à espera de uma resposta minha...

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.