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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Programa do BE e do PS para Lisboa

MC, 14.06.07
Mais dois programas, ambos com excelentes propostas. A parada está claramente alta em termos de mobilidade sustentável neste campanha.
Mais uma vez limpei o consensual e as frases vazias, reformulei as frases, e escrevo os meus comentários a azul.  Curiosamente estas duas candidaturas usam algumas ideias que a FPCUB enviou há umas semanas em comunicado.

Programa do BE (aliás pré-programa)

- Privilegiar no PDM os transporte públicos e a bicicleta
- 4 linhas de eléctricos de superfície
- Rede ciclável eixo ribeirinho Algés/Moscavide, eixo Alcântara/Jardim Zoológico/Carnide e eixo Benfica/Telheiras/Campo Grande/Parque Eduardo VII. Parabéns! São ciclovias que claramente pensam na bicicleta como meio de transporte e não como meio recreativo
- Parque municipal de bicicletas para utilização pública, com postos espalhados pela cidade. Excelente! Barcelona está a provar que é uma boa solução
- Campanha massiva de criação de parques de estacionamento para residentes, a custos reduzidos. Massiva? Preços reduzidos? Há que ter atenção aos falsos residentes, e à penalização que deve haver aos lares com vários automóveis.
- Estudo sobre portagens. Nem carne, nem peixe
- Funcionamento da Autoridade Metropolitana de Transportes + estudar a municipalização da Carris e do Metro. Ambas fundamentais, curiosamente a segunda é o oposto do que estranhamente a CDU defende.

Programa do PS


- Reforço da fiscalização e repressão do estacionamento selvagem com reforço o número de
bloqueadores de automóveis.
- Não às portagens porque já há bastantes. É preciso dizer que as portagens que existem neste momento são para financiar auto-estradas e não a cidade, e que o seu valor é bastante baixo no custo total do uso do automóvel. Em Londres a portagem é 12€
- Protecção dos bairros do tráfego de atravessamento através de lombas,  rebaixamento de passeios e sentidos proibidos,  proibição de circulação
- Criação de ciclovias Parabéns!
- Promoção da deslocação a pé junto das escolas. Em vários países europeus há pedibus ", algo como um autocarro humano, onde as crianças vão e vem em grupos grandes acompanhados por um adulto. Julgo ser esta a ideia.
- Instalação de estruturas de estacionamento para bicicletas junto à entrada de jardins, edifícios públicos, zonas de comércio e terminais/principais estações de transportes públicos. Ideia já apresentada pelo PEV e aprovada na AML
- Criação de caixas de paragem para bicicletas nos semáforos, para maior visibilidade
- Elaboração a execução do Plano Ciclável de Lisboa, ligando a ciclovia já existente entre Telheiras/Campo Grande/ Entrecampos, à zona da Baixa e ao Tejo, e ainda a Monsanto e à Alta de Lisboa, Olivais/Parque das Nações/Tejo e Belém/Parque das Nações. Igual ao BE , logo suponho venha do FPCUB . Parabéns pela inclusão!
− Criação de um projecto-piloto em certas zonas da cidade de aluguer de bicicletas municipais (as BicLis ) para utilização pública. Mesmo comentário
− Criação de uma webpage sobre Mobilidade em Bicicleta na Cidade de Lisboa que permita
informar sobre a utilização da bicicleta.
- Procurar-se-á reclamar maior protagonismo para a Câmara Municipal, no quadro da Autoridade Metropolitana de Lisboa. Primeiro é preciso que funcione
− Reactivar eléctricos (Cais do Sodré – Rato),  prolongamento do eléctrico 15 até ao Parque das Nações
− Continuidade e aumento dos corredores Bus e expansão da prioridade para autocarros e táxis nos cruzamentos com semáforos.
− Incentivar planos de transporte para os funcionários de empresas com mais de duzentos
trabalhadores que minimizem o uso do transporte individual. Boa ideia!
− Avaliar a possibilidade de criação de um serviço de transporte escolar. Isto é fundamental porque muitos lisboetas se "vêem forçados" a usar o automóvel devido ao transporte dos seus filhos.



Não resisto a copiar alguns interessantes parágrafos do programa que bem poderiam ser posts deste blog! (Para que não haja dúvidas, o meu voto nem vai para o PS)

A cidade viu degradar-se, nos últimos anos, os padrões de qualidade de vida urbana. Crescentes estrangulamentos na mobilidade de pessoas e bens - que repousa num sistema assente na primazia dada ao automóvel e ao transporte individual - geram ineficiência e desperdício. A qualidade do ar atinge níveis preocupantes em matéria de saúde pública. Os níveis de ruído ultrapassam os valores adequados. O espaço público vem escasseando, e a qualidade da sua manutenção vem decaindo.

A cidade do futuro não será a cidade do automóvel das últimas décadas  e nela os carros estarão ao serviço das pessoas e não o contrário. A política municipal deve ter como prioridade sarar as feridas causadas à cidade pelo automóvel.

Daqui tem resultado a degradação do espaço público pelo automóvel, a degradação da qualidade ambiental, e grandes ineficiências económicas, particularmente pelas perdas de tempo nos engarrafamentos.