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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

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Auto-estradas? Somos os campeões em qualquer estatística

MC, 27.11.12

Portugal não tem só a região com mais auto-estradas da Europa, o maior aumento de km de auto-estradas na Europa, a rede de auto-estradas que mais cobre cidades pequenas em toda a Europa, auto-estradas paralelas tão próximas que dá para acenar aos automobilistas na auto-estrada ao lado, etc. há muita outra coisa da qual nos podemos orgulhar.

Talvez soubessem que a maior ponte rodoviária na Europa é em Portugal, a Ponte Vasco da Gama. Mas certamente não sabiam que a segunda maior na Europa, também é em Portugal, a ponte das Lezírias. O resto do TOP10 tem algumas pontes dinamarqueses, suecas e holandesas (países com muitas ilhas como é sabido) e mais uma portuguesa, a Ponte Salgueiro Maia.

 

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Para inspiração deixo (mais) um artigo do NYTimes sobre o famoso viaduto (e auto-estrada) de Cheonggyecheon no centro de Seul, que foi pura e simplesmente desmantelado há anos, e não consta que se tenham arrependido disso.

Incondicional adepto da bicicleta, eu?

MC, 11.11.12

Na Reportagem SIC/Visão que referi há dias, eu era introduzido como "incondicional adepto da bicicleta", como se eu optasse pela bicicleta em qualquer condição. Devo dizer que nada poderia estar mais longe da verdade. Eu apenas me desloco de bicicleta quando estão simultaneamente reunidas condições muito especiais, sou um "picuinhas e condicional adepto da bicicleta": apenas a uso quando é o transporte 1. mais rápido, 2. mais barato, 3. mais prático e 4. o menos stressante para a deslocação que quero fazer.

Eu não tenho é culpa que a pobre da bicicleta satisfaça quase sempre essas 4 condições no meu dia-a-dia.

Eu subsidio o teu estacionamento

MC, 09.11.12

A empresa onde trabalha um amigo, deslocou-se do centro para a periferia em busca de rendas mais baixas. Poupa a empresa, gastam mais os trabalhadores para chegar até lá. Ora, se a empresa poupa e os trabalhadores gastam, a isto se chama baixar salários, infelizmente ninguém o vê assim.

Algo semelhante se passa com as empresas que têm estacionamento para os trabalhadores. Seja ele ao ar livre, ou numa garagem, o estacionamento acarreta sempre custos de renda e manutenção, custos que poderiam ser usados para outros fins, como aumentar salários. Como os salários não dependem de como se chega ao emprego, aqui ganham os que vão de carro, perdem os que não vão. A isto se chama um subsídio pago por uns trabalhadores para dar a outros.

O Estado da California reconheceu este absurdo, e criou uma lei chamada Parking Cash-Out Law. Este programa obrigou as empresas que pagavam o estacionamento aos seus funcionários, a oferecem igual compensação aos que não vinham de carro. As consequências foram drásticas: a partilha de carro subiu 62%, o uso de transportes públicos subiu 50%, os modos suaves (bicicleta+peões) subiram 33%. Ou seja, quando se tratou todos os trabalhadores como iguais, é que ficou visível o enorme incentivo e subsídio que existia dantes ao uso do automóvel.

Infelizmente o programa apenas envolveu as empresas sem estacionamento próprio, e que subsidiavam (em dinheiro tangível) o estacionamento a quem quisesse. Contudo, as empresas com estacionamento próprio também oferecem esse subsídio escondido, e deveríam ser obrigadas a não discriminar os trabalhadores. As consequências seria certamente semelhantes.

Onde trabalho, quem estacionar paga 1€ por dia com direito a segurança. O preço é tão ridículo que nem o salário dos seguranças deve pagar. O restos dos custos, são pagos por quem não estaciona como eu.

 

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A ler: o Reinventing Parking defende que as cidades devem terem a sua própria autoridade para controlarem o estacionamento, como a EMEL. E conta uma solução bem inteligente para o problema da fuga à multa na Malásia: a multa é colocada a cadeado à volta do retrosivor! É necessário ir até à polícia e pagar, para se remover a multa.

Reportagem SIC/Visão "O carro roubo-nos a rua" + Entrevista AMOL

MC, 08.11.12
  1. Já estava no Facebook do blog, mas aqui fica outra vez, a reportagem da Visão que passou na SIC, que conta com a minha participação:


  2. E continuando no mesmo registo, uma entrevista que dei (em nome do blogue) à revista AMOL há um ano e que estupidamente não pus aqui: AMOL Magazine 19 (a partir da página 38) ou o texto apenas aqui.