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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Dia Sem Carros à moda do autarca

MC, 30.09.07

22 de Setembro em Chaves, centro da cidade: camas elásticas, carros a pedais, castelos insufláveis, gincana de btt, carros estacionados em locais proibidos e carros da organização estacionados no passeio.
O que é que isto tem a ver com mobilidade?

Em abono da verdade, a CM de Chaves fechou a rua principal ao trânsito no menos "incoveniente" domingo.

Semáforos

MC, 29.09.07
Já pensou que praticamente não haveria semáforos nas nossas cidades se todos circulassem de transportes públicos, bicicleta ou a pé? (Bastaria respeitar as regras de prioridade, porque haveria menos veículos.)
Dito de outra forma, aqueles postes com umas luzes que estão em todo o lado, que nos obrigam a esperar e desesperar, que ocupam espaço e tornam a cidade mais feia são uma necessidade provocada pelo automóvel.

O rico de carro e o pobre de bicicleta II

MC, 27.09.07
Já aqui mostrei que existe uma correlação positiva entre a riqueza de um país e o número de pessoas que usam a bicicleta como transporte.
O António descobriu agora um interessante artigo no britâncio The Times, que diz que o mesmo aconteceu ao nível das classes sociais dentro do Reino Unido: os ricos deslocam-se mais de bicicleta que os pobres. Mais precisamente o quinto mais rico da população anda duas vezes e meia mais que o quinto mais pobre.
Aqui fica um excerto:
"the poorest fifth, despite being five times less likely to have access to a car, are very unlikely to consider cycling as a solution to their transport needs (...) poorer people might also be concerned that being seen on a bicycle would encourage others to view them as socially inferior". Chama-se a isto desejo de ostentação, e é a principal razão para não se encarar a bicicleta em Portugal como um meio de transporte válido dentro da cidade.
Volto à mesma tecla: a melhor maneira de pôr o pessoal a ter uma mobilidade sustentável se calhar é oferecer automóveis e quadruplicar o preço dos transportes e da bicicleta.

Peão = delinquente?

MC, 27.09.07
Contaram-me há um pouco uma história impressionante a propósito da carro-dependência no seu país natal, os EUA. Um familiar de uma amiga, um homem de negócios, europeu, dos seus 50/60 anos, que numa visita de trabalho a Los Angeles teve a estranha ideia de dar um passeio a pé pela cidade. Dado a raridade do acto, levantou suspeitas a uma patrulha de polícia que o abordou e perguntou o que andava ali a fazer.

Acalmia no Trânsito III e IV

MC, 27.09.07
Depois das lombas sinusoidais e dos percursos sinuosos (ambos um pouco "esquecidos" nas nossas urbes), refiro mais dois métodos de desenho urbano bem simples para reduzir a velocidade do trânsito na cidade (e por consequência reduzir o ruído, a poluição, os acidentes, e aumentar a segurança de peões e ciclistas, e a qualidade de vida de quem vive na cidade).

Rotundas - Uma rotunda no meio de uma rua longa, e mesmo sem cruzamento, é uma excelente maneira de obrigar os automóveis a reduzir a velocidade. De preferência sem aquelas "obras de arte" que se vê por aí.

Sentidos proibidos - Os percursos dentro dos bairros devem obrigar o automobilista a fazer um percurso complicado, desde a entrada no bairro até ao ponto final. Além disso a escolha das entradas e das saídas (basta serem de sentido único para serem só uma coisa ou outra) devem ser escolhidas de modo a dificultar a vida a quem atravesse o bairro. Assim afasta-se os automóveis que tentam ir pelos bairros adentro para se "safar" do trânsito das ruas principais.

Simplicíssimo, não é? "Basta" querer pôr a qualidade de vida dos bairros à frente dos automóveis.

"Eles deviam era pôr melhores autocarros"

MC, 26.09.07
A qualquer medida de limitação do uso automóvel na cidade (sejam radares, parquímetros, portagens, zonas fechadas ao trânsito, etc...) retorque-se sempre com o argumento de que as pessoas só usam o automóvel por falta de transportes públicos e que se deveria começar por melhora-los.
Como já aqui escrevi várias vezes, este argumento é demagógico e inválido. O principal problema (claro que há muitos mais) dos transportes públicos nas cidades portuguesas é.... o excesso de carros. O trânsito obriga os autocarros a circularem a 10km/h em média, e com esta limitação nunca haverá um bom serviço. É uma pescadinha de rabo na boca que só pode ser resolvida limitando o trânsito automóvel.
Se a velocidade média de circulação fosse o dobro, teríamos o dobro da frequência de passagem (logo metade do tempo de espera) e metade do tempo de viagem com o mesmo número de autocarros e motoristas.
Um estudo internacional divulgado recentemente pela secretária de estado dos transportes Ana Paula Vitorino, vem indirectamente dizer isto mesmo. Segundo  Público de 22.09.07 o estudo compara o serviço da STCP com outras cidades. O Porto fica nos primeiros lugares em vários items, com duas importantes excepções: velocidade média e pontualidade, ambos por culpa de terceiros e não do serviço de transportes. Como disse a secretária de estado, "o problema reside na baixa velocidade e na pontualidade, pelo que não depede da empresa, mas sim da envolvente".

"Arte para ver no carro na EN10"

MC, 26.09.07
Não sei onde é que a dependência doentia do automóvel, sob a forma dos drive-ins vai parar. Julguei que já tinha visto tudo com os cinemas drive-in, farmácias drive-in, restaurantes drive-in, descanço junto ao rio num dia bonito drive-in, desportos radicais drive-in (desde quando é que andar de jipe é um desporto?), manifestações drive-in, namoro drive-in, etc... mas não. Temos agora exposições drive-in (segundo o Público esta é já a 7ª edição do Drive-In Arte) ao longo da EN10.
O que virá a seguir?
Escritórios drive-in?
Aulas drive-in?
Hospitais drive-in?
Jardins drive-in?
Discotecas drive-in?
Convívio com os amigos drive-in?
Subidas de barco pelo Douro drive-in?
Conferências drive-in?
Missa drive-in?

Não tenha medo de abrir essa porta.
Vai descobrir que há vida fora do seu automóvel.

P.S. Já depois de escrever o texto descobri uma foto de uma "ida à praia drive-in" no Apocalipse Motorizado.

Massa Critica dos Executivos! 28 de Setembro 18H - Lisboa

António C., 25.09.07
Não, a bicicleta não é apenas para desporto, não serve só para lazer, nem precisa de apanhar pó na garagem lá de casa!

A bicicleta também é um transporte que pode ser usado na cidade! Para quem está farto de ficar horas no trânsito sexta feira à tarde, nada melhor que aparecer na Bicicletada dos Executivos.

Os executivos, vão-se juntar e mostrar que que o final da semana na cidade de Lisboa, afinal de contas não tem de ser um martírio!

Veste o teu fatinho, calça o sapatinho, vem pedalar!


 

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