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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Ser saudável está "OUT"

António C., 27.07.07
Estilos de vida sedentários e/ou pouco saudáveis estão "IN".

A confirmar estão os resultados do último Inquérito Nacional de Saúde, a obesidade aumenta, o tabagismo entre as mulheres também.

Poderá acusar quem me conhece de eu não ser um grande exemplo... no entanto, tento compensar os meus excessos reduzindo o sedentarismo...

Seja mais saudável, ande a pé, ande de bicicleta!

Comerciantes por mais transportes públicos

MC, 26.07.07
A Associação de Comerciantes do Porto têm-se associado à luta contra os cortes que a STCP fez na rede de autocarros do Porto. Posições assim é que fazem falta no comércio tradicional, não a defesa de facilidades nos acessos aos centros das cidades por parte dos automóveis.
Mais informação no blogue do Movimento de Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto.

Respeito pelas crianças.

António C., 25.07.07
Voltou hoje a surgir na imprensa uma notícia sobre o atropelamento de uma criança de 3 anos em Portugal.

Não sei quais são as razões de morte infantil nos últimos anos em Portugal, mas gostaria de lembrar uma estatística públicada num estudo da Unicef de 2001 que pode ser consultado aqui.

Na página 10 do referido estudo, Figura 7 apresentam-se o número de mortes em acidentes rodoviários por cada 100.000 crianças no espaço de tempo entre 1991 a 1995, comparando diversas nações. Se olharmos para o gráfico vemos que Portugal é o país Europeu com maior sinistralidade, tendo mesmo perto do dobro do número de mortes dos restantes países europeus.

Alguma coisa ia mal naquela altura, será que, hoje em dia a realidade é diferente ou continuaremos com uma taxa de morte infantil vítima de acidentes rodoviários de fazer corar de vergonha qualquer automobilista, e mais abrangentemente qualquer cidadão?
Será que esta estatística está já desactualizada?
Seja qual for a resposta, o facto é que hoje morreu mais uma criança... as causas serão muitas, e dirão os mais cépticos que não há nada a fazer senão lamentar...

Eu diria que há muito a fazer, começando precisamente por compreender a razão para a existência de limites de velocidade... não será a única razão para os acidentes acontecerem, no entanto. parece por vezes, difícil a muita gente compreender porque razões não se deve andar a velocidades superiores a 50 km/h nas cidades.

Menos Carros = Menos Pessoas? V

MC, 25.07.07
Oiço e leio muito frequentemente que, estando as pessoas, os empregos, o comércio, as empresas e as instituições a sair das nossas cidades para as periferias, qualquer restrição à circulação automóvel na cidade viria agravar a debandada.
Este argumento é curioso por conter uma espécie de "falácia lógica": se não-X (não restrição à circulação automóvel) leva a Y, então X levaria a ainda mais Y.
E como já escrevi, contraria o que tem acontecido na realidade por esse mundo fora.

Menos Carros = Menos Pessoas? IV

MC, 25.07.07
Alguém acredita que a Rua Augusta (Lx), a Rua de Sta Catarina (Pt), a Rua Ferreira Borges (C), etc... teriam a vida, o movimento, a animação, o encanto e a agitação comercial que têm, se fossem ruas abertas ao trânsito?
Então não será possível que o excesso de trânsito possa estar a afectar o "comércio tradicional" e a vida urbana das restantes ruas dos centros das nossas cidades? (E é uma interrogação, não uma afirmação)

Automóveis e Espaços Verdes

António C., 23.07.07
É comum ouvir dizer que a cidade precisa de mais zonas verdes, mais parques, mais árvores.

Uma das razões que leva ao condicionamento no número e qualidade dos parques existentes é precisamente a necessidade de vias e parques de estacionamento para os automóveis.

Lembro-me, por exemplo, do parque de estacionamento entra a Cantina da Cidade Universitária e o Hospital Santa Maria, construído durante a presidência de Santa Lopes na CML, ser a continuação do parque do estádio Universitário e uma zona de qualidade para desporto e Lazer.

A necessidade de parques de estacionamento aumenta sempre que alguém opta por usar um automóvel em detrimento de qualquer outro meio de transporte. É verdade que o estacionamento caótico que existia anteriormente naquela zona terá diminuído, no entanto, não teria a cidade maior qualidade de vida se simplesmente estudantes, professores, médicos, visitantes e demais cidadãos optassem  por transportes públicos, ou modos suaves de deslocação (bicicleta e a pé)?

Esta foto sugere uma hipótese para integrar os automóveis nos espaços verdes... :P


O Forreta e o Pobre de Espírito

MC, 21.07.07
Há uns anos numas férias, conheci um imigrante português em Amesterdão, empregado num restaurante. A conversa, como seria de esperar, foi parar à comparação entre nós e eles. Dizia-me o português que os holandeses eram muito forretas. Forretas como? "O meu patrão, por exemplo, tem muito dinheiro, tem vários restaurantes e tem um grande Mercedes em casa. Mas mesmo assim vai de bicicleta para o emprego."

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Às vezes questiono-me se a melhor maneira de incentivar uma mobilidade mais sustentável no Portugal novo-rico e sedento de ostentação, não seria atribuir preços altíssimos aos transportes públicos e bicicletas e oferecer automóveis por vinte tostões.

Lisboa é para carros não para pessoas - prova #78

MC, 18.07.07
Provavelmente nenhum leitor alguma vez reparou nisto (o que em si é a prova #79 de que Lisboa é para carros não para pessoas): a quase totalidade de cruzamentos em Lisboa tem o menor número possível de passagens de peões. Não é que isto seja feito de propósito, os cruzamentos são é pura e simplesmente pensados de modo a incomodar os automóveis o menos possível. Não é ao peão, que é quem dá vida à cidade, que é atribuída a prioridade máxima. Sejam cruzamentos sem semáforos (logo com passadeiras) ou com semáforos, isto acontece mesmo nas zonas da cidade onde há mais peões, mais vida e mais comércio: Av. Liberdade, Av. Fontes Pereira de Mello, Av. Roma, Baixa, Av. República, etc... E quem diz Lisboa, diz provavelmente todas as cidades do país.

Por exemplo:

Cruzamento com apenas 3 passagens de peões

Para passar de D a C, o peão é forçado a cruzar 3 vezes a rua, esperando por isso durante 2 ou 3 mudanças de sinal. De D a B , ou A a C espera por 1 ou 2 mudanças de sinal. Os veículos, seja qual for a chegada e a partida, esperam apenas por 0/1 mudanças de sinal.

E isto não se fica pelos cruzamentos com 4 entradas, aplica-se também aos com 3 ou 5, onde o caso consegue ser mais aberrante.

Da próxima vez que andar na cidade repare. E espante-se.

Estacionamento Abusivo Socialmente Aceite

António C., 16.07.07
Parece-me muitas vezes em Portugal o estacionamento abusivo ser de tal modo generalizado que se torna socialmente aceite.

Nesta foto podemos ver um claro exemplo daquilo que já se tornou "normal" por muitas das nossas ruas.



A tolerância das autoridades (e da sociedade), a falta de estacionamento para moradores, o excesso de carros, entre outras razões, levam a que qualquer lugar sirva para deixar o querido e obsessivo automóvel. A verdade é que esta atitude prejudica peões e as cidades, logo, este acto, não deve ser desculpado por nenhuma destas razões.

O seguinte vídeo chama a atenção para este problema de uma forma irónica e estrondosa, tentando abalar algumas mentes menos sensíveis e que nunca questionaram o acto de usurpação do espaço público...

Fica o video para ver e reflectir:

Rescaldo das Eleições

MC, 16.07.07
Depois de uma campanha, onde a mobilidade sustentável foi discutida como nunca, tivemos a vitória de um dos candidatos que mais falou em reduzir o número de automóveis na cidade, combater o estacionamento ilegal, promover transportes públicos e bicicleta, etc.. Claro que uma coisa é campanha, outra é a prática. Cá estaremos para ver.

Mas a melhor notícia de todas foi a eleição para vereador, através da lista de Helena Roseta, de Manuel João Ramos, presidente da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados, que se tem notabilizado pelo combate aos excessos da sociedade do automóvel. Para quem não está recordado do trabalho da ACA-M, aqui ficam as últimas campanhas: denúncia do padre acelera, denúncia da sinistralidade sobre os peões (um quarto das vítimas mortais), promoção do dia nacional de cortesia ao volante, e denúncia de 41 razões pelas quais o Túnel do Marquês é um túnel perigoso. Esperemos que ele realmente tome posse, e de preferência com um cargo executivo. A CML não será a mesma com ele.

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