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Menos Um Carro

Blog da Mobilidade Sustentável. Pelo ambiente, pelas cidades, pelas pessoas

Menos Um Carro

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Bicicleta de Utilização Gratuita de Aveiro

MC, 27.02.07
Bugas na estação de Aveiro
Bugas na Estação de Comboios de Aveiro


Aveiro, que é das cidades portugueses onde mais se pedala - como meio de transporte claro está, não como divertimento - é conhecida pelas suas BUGAs. Para libertar uma coloca-se uma moeda numa ranhura do cadeado, tal como o carrinho do supermercado. Depois é só usá-la (para se deslocar) até a um dos vários parques de estacionamento espalhados pela cidade, onde se recupera a moeda e se liberta a BUGA para o próximo utilizador. A Câmara é responsável por tratar de qualquer avaria.
Segundo a Wikipedia, a ideia aparece nos anos 60 na Holanda. As mais famosas são talvez as de Copenhaga. Infelizmente houve e há problemas em todos as cidades onde as "bicicletas públicas" existem. Roubos, bicicletas abandonadas, vandalismo, etc... Em Aveiro falou-se em colocar um género de pulseira electrónica para as controlar. Cascais adoptou a estratégia de haver marcações, o que desvirtua todo o espírito. Mas se pensarmos que um automóvel custa tanto como 200 bicicletas, talvez valha a pena a experiência.

Inimigo Público

MC, 23.02.07
O cartoon de António Jorge Gonçalves no Inimigo Público de 10 de Fevereiro parece aproveitar a sugestão que tinha feito em tom de brincadeira num post intitulado "conduzir mata" alguns dias antes. A ideia era colocar um aviso na venda de automóveis e combustíveis, como o dos maços de tabaco, sobre os malefícios dos transportes rodoviários.

Por um lado fico contente por imaginar que este blog possa já ter chegado aos grande órgãos de comunicação. Mas por outro fico desiludido por o autor do cartoon só se ter lembrado de 4 mensagens: conduzir mata, conduzir prejudica (a saúde d)o planeta, conduzir provoca o aquecimento global, conduzir provoca dependência. Então e as emissões que provocam doenças respiratórios, chuvas ácidas e sujam as cidades? O trânsito que lesa a qualidade de vida das cidades pelo barulho e o roubo de espaço para as pessoas? As filas de trânsito que prejudicam aqueles que usam meios de transporte amigos do ambiente (autocarros e bicicletas), provocam stress e obrigam as pessoas a passar horas no trânsito? Os acidentes que matam milhares e destroem a vida de muitos que sobrevivem? Os milhares de milhões canalizados todos os anos para as infra-estruturas rodoviárias que podiam ser usados em educação, ambiente, saúde, etc...? Os milhões necessários ao funcionamento das polícias de trânsito, Instituto das Estradas, Instituto de Seguros, fiscalização das petrolíferas, etc...? Isto só para mencionar alguns... ;-)

Conduzir Mata

Polícia Municipal - a minha história

MC, 22.02.07
Muito se tem discutido sobre a sobreposição dos poderes da polícia municipal e da EMEL. Tal como se diz nos blogs Carmo e a Trindade, Corta Fitas e Blasfémias e num comunicado da ACA-M de ontem, a polícia (PSP e Polícia Municipal) não tem autoridade moral nenhuma para vir criticar esta sobreposição porque sempre se demitiu das suas obrigações de controlo do estacionamento (vale a pena ler os links, porque têm excelentes exemplos disso mesmo). Aos cidadãos preocupados é talvez indiferente quem o faça (eu até preferiria a polícia a uma empresa municipal), o importante é que se faça.

Fica aqui mais uma história (a minha) para mostrar esse ridículo. Há 4 anos nas laterais da Praça do Campo Pequeno era habitual (e ainda é em alguns sítios) os automóveis estacionarem em espinha no passeio, isto além da fila no alcatrão. Logo o único acesso que os carros tinha a esse estacionamento em espinha era circularem entre os prédios e os carros estacionados. Uma vez, como peão, apanhei um carro que vinha no passeio contra mim a fazer-me sinais de luzes para eu me encostar a uma porta de um prédio para ele poder passar. Para lá de barafustar, escrevi à Polícia Municipal. Como resposta recebi a habitual «estamos a trabalhar nisso» e em forma de desculpa ao coitado do automobilista acrescentava «Mais informo que as artérias citadas por V. Exª. apresentam a dificuldade de estacionamento, que é comum em toda a cidade (sic)»!! Para lá do absurdo, é importante dizer que a 200m dali havia e há um enorme parque de estacionamento público.

Fim da impunidade

MC, 22.02.07
A capa do DN de hoje mostra em todo o tamanho vários carros bloqueados e rebocados pela EMEL em Lisboa, todos em cima do passeio ou de passadeiras. Muito mais importante do que haver multas passadas e carros bloqueados/rebocados, é passar a ideia de que quem estaciona ilegalmente tem uma alta probabilidade de vir a ser punido. Ou seja que acabe o sentimento de impunidade, para que ninguém pense em transgredir. Por isso a capa de hoje do DN é importantíssima.

Pena é que lá dentro ainda se leia coisas como «e foi o suficiente para ser uma das vítimas dos agentes da empresa municipal». Como se a vítima aqui fosse quem deixou o seu carro em cima do passeio e atrapalhou centenas peões especialmente idosos, ou em segunda fila e atrapalhou outros tantos veículos especialmente autocarros, apenas porque não queria pagar ou procurar outro lugar mais longe.

Mais alcatrão para Gaia

MC, 21.02.07
Labirinto de GaiaVila Nova de Gaia é dos concelhos que mais tem crescido nas últimas décadas em Portugal. É já o terceiro em termos de população, à frente até do concelho do Porto! Quem conhece bem Gaia sabe que (descontando a Avenida da República) é um dos melhores exemplos do que não fazer em termos de planeamento urbano. Blocos de prédio no meio do nada, zonas de prédio intercaladas por quintas abandonadas e terrenos baldios, rede viária totalmente caótica onde todos os percursos são feitos aos esses, onde a uns metros de rua larga seguem uns metros de rua estreitíssima, onde qualquer pessoa de fora precisa de um GPS para conseguir se movimentar. Aliás basta olhar para o mapa ao lado retirado do maps.google.com para o comprovar.
Claro que com este planeamento a maioria das pessoas é forçada a usar o transporte individual. Pior ainda, o caos torna quase impossível conceber uma boa rede de transportes públicos no futuro.
A Câmara anuncia hoje uma fuga para a frente: o investimento em mais vias-rápidas. Mais 9 milhões de euros para cortar ainda mais o caótico tecido urbano. Até quando?

"em cima do passeio sem atrapalhar, porque não havia mais lugares"

MC, 20.02.07
Não resisti a transcrever parte da notícia abaixo mencionada.

(...) o azar já tinha batido à porta de Francisco Borges, também morador naquela avenida: "Isto é apenas uma caça à multa, não vai resolver nada. Tinha o carro em cima do passeio, sem atrapalhar, porque não havia mais lugares. Como ainda não tenho o dístico, rebocaram-me o carro", revelou.

Importa-se de repetir?!

Princípio do fim da anarquia em Lisboa?

MC, 20.02.07
É verdade que os pilaretes que há anos se vêm pondo em Lisboa, algum reforço da Polícia Municipal e da EMEL e a utilização de bloqueadores têm ajudado em muito a resolver os problemas de trânsito, estacionamento e até de qualidade de vida de Lisboa. Mas os números de ontem indiciam uma mini-revolução. A EMEL bloqueou ontem 122 automóveis e rebocou outros 15 na Avenida 5 de Outubro. A maioria estacionados em segunda fila (que atrapalham especialmente os autocarros e as bicicletas que circulam normalmente pela direita), em cima do passeio, em lugares para deficientes, etc... Ou seja os que estavam mesmo mal estacionados, e não apenas o que não pagavam.
Acho que os números são suficientes para rebater as críticas da Polícia Municipal, que afirma não ser necessário acrescentar a EMEL à fiscalização do estacionamento. Aliás eu tenho uma péssima opinião sobre a Polícia Municipal e o estacionamento, mas isso fica para outro post. Ainda segundo o DN, a Polícia Municipal decidiu ontem à tarde fazer birra e aparecer no mesmo local onde a EMEL trabalhava... com tantas avenidas em Lisboa...

Novas competências da EMEL

MC, 19.02.07
A EMEL pode desde hoje multar qualquer automóvel estacionado em situação ilegal num bairro com parquímetros. Até agora podia apenas actuar sobre aqueles que estavam nos locais devidamente assinalados, ficando portanto de fora aqueles estacionados em segunda fila ou no passeio. Tal como já escrevi, "acaba assim a incongruência de quem estacionou bem mas não pagou ter uma probabilidade maior de pagar multa do que quem estacionou mal e também não pagou".
Anda por aí muita gente a acusar que tal situação é ilegal, tornando-se assim um abuso por parte da EMEL/CML. Para que que conste: a hipótese foi levantada em 2003 ou 2004 e aprovada em 2005 (Decreto Lei 44/2005). Só agora começa a aplicação porque houve regulamentações a fazer desde e publicação da lei.

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